A maioria dos fragmentos data de pelo menos dois s�culos e pertencia a pelo menos 54 homens, mulheres e crian�as.
Os especialistas determinaram que foram obtidos em "contextos criminais", principalmente do per�odo colonial, embora n�o descartem que em alguns casos poderiam se tratar de "crimes nazistas".
Os fragmentos foram colocados em cinco caixas de madeira e enterrados sob uma l�pide em um cemit�rio no oeste da capital alem�, em uma cerim�nia organizada pela Freie Universit�t Berlin.
"Em mem�ria das v�timas dos crimes cometidos em nome da ci�ncia", diz o epit�fio sobre a l�pide retangular, rodeada de coroas de flores.
"H� atrocidades sobre as quais n�o pode nem deve crescer a grama. � nosso dever lembrar", declarou Guenter Ziegler, presidente da universidade, diante de um grupo de 40 pessoas.
Os primeiros fragmentos �sseos, alguns do tamanho de uma unha e outros de at� 12 cent�metros, foram descobertos em 2014, quando estavam sendo realizadas obras na propriedade.
Nos dois anos seguintes, mais 16 mil fragmentos foram encontrados em escava��es arqueol�gicas. Al�m de ossos humanos, havia restos de esqueletos de ratos, coelhos, porcos e ovelhas.
No local onde foram achados os ossos, funcionava o Instituto Kaiser Wilhelm de Antropologia, Heran�a Humana e Eugenia (KWIA), fundado em 1927.
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45), o instituto se tornou um centro importante para os cientistas nazistas, entre eles Josef Mengele, conhecido por seus experimentos com prisioneiros no campo de concentra��o de Auschwitz.
Restos de cola e algumas inscri��es sugerem que os ossos eram parte das cole��es do instituto.
Depois de consultar grupos que representam as supostas v�timas, a universidade decidiu que, em respeito a elas, n�o realizaria mais investiga��es sobre os fragmentos.
Orden�-los por categorias "segundo as diferentes fontes, os diferentes crimes e as diferentes partes do mundo" de onde provinham acarretaria o risco de repetir a hist�ria, explicou Ziegler � AFP antes da cerim�nia.
BERLIM