Como ocorre a cada ano, multid�es de argentinos rendem, nessa data, homenagens aos milhares de desaparecidos e v�timas da ditadura sob o j� hist�rico lema "Nunca mais", que voltou a ficar em voga com o filme "Argentina, 1985", indicado esse ano ao Oscar de Melhor Filme Internacional e que retrata o primeiro julgamento dos comandantes da ditadura com senten�as de pris�o.
O documento lido em um com�cio na lotada Pra�a de Maio, segundo os jornalistas da AFP, enfatizou que o atentado contra a vida da vice-presidente Cristina Kirchner, em 1� de setembro de 2022, quando um homem disparou contra ela mas a arma falhou, representa uma amea�a � democracia.
"N�o h� como minimizar uma tentativa de assassinato. A solidariedade e o rep�dio de l�deres de toda a Am�rica Latina, dos Estados Unidos, da Europa e do papa Francisco mostram que o mundo compreende plenamente a gravidade do ocorrido", disse o texto.
Multid�es se mobilizaram para as pra�as das cidades de toda a Argentina, um pa�s de mais de 45 milh�es de habitantes.
Desde que, em 2003, foram revogadas pelo Congresso leis de anistia adotadas durante o governo do direitista Carlos Menem (1985-1989), 1.115 ex-militares e ex-policiais foram condenados em quase 300 julgamentos, segundo estat�sticas da Promotoria de Crimes Contra a Humanidade.
"Fa�o uma reflex�o positiva de como a Argentina p�de resolver um processo t�o doloroso como foi o golpe, o genoc�dio e a tortura e esse exemplo � reconhecido mundialmente", disse � r�dio Destape o ministro do Interior, Eduardo De Pedro, filho de dois militantes pol�ticos sequestrados e assassinados por agentes da ditadura.
"� preciso manter a mem�ria, sen�o a hist�ria se repete", disse � r�dio 750 a presidente das Av�s da Pra�a de Maio, Estela de Carlotto, cuja organiza��o conseguiu at� agora reconstituir a identidade de 132 pessoas, arrancadas ainda beb�s dos bra�os de suas m�es, presas e desaparecidas.
A evid�ncia de um plano sistem�tico de apropria��o de beb�s, muitos deles nascidos em cativeiro, permitiu a condena��o � pris�o perp�tua do ditador Jorge Videla, que havia sido indultado por Menem. Videla morreu em 2013 na pris�o.
BUENOS AIRES