Nova chacina em escola nos EUA deixa seis mortos

Tr�s crian�as e tr�s adultos morreram, nesta segunda-feira (27), em uma escola particular crist� do sul dos Estados Unidos - uma trag�dia que voltou a abrir o debate sobre os estragos causado pelas armas de fogo no pa�s.

Segundo o chefe da pol�cia local, John Drake, a chacina foi cometida por Audrey Hale, uma pessoa transg�nero de 28 anos.

Segundo seu perfil no LinkedIn, Hale se identificava com pronomes masculinos.

Ele levava consigo "pelo menos dois fuzis de assalto e uma pistola", informou o porta-voz da pol�cia local, Don Aaron, durante uma coletiva de imprensa.

No meio da manh� desta segunda, o atirador entrou por uma porta secund�ria da The Covenant School, uma escola pequena, onde acredita-se que ele teria estudado, segundo os elementos preliminares da investiga��o.

Ele atravessou o t�rreo e subiu ao primeiro andar, atirando v�rias vezes. Tr�s alunos, entre 8 e 9 anos, e tr�s adultos, entre 60 e 61 anos, foram mortos, afirmou Aaron.

Os policiais foram ao local e, ap�s ouvirem disparos no andar superior, subiram "imediatamente" e "mataram" o atirador, que foi declarado morto �s 10h27 locais (12h27 de Bras�lia), quinze minutos depois da primeira chamada de socorro, acrescentou.

Uma das v�timas, identificada como Katherine Koonce, aparece como diretora da escola no site da institui��o.

Outra, de acordo com o jornal New York Times, era uma menina chamada Hallie Scruggs, filha do pastor Chad Scruggs. De acordo com a publica��o, a escola foi fundada pela Covenant Presbyterian Church, uma igreja que pertence a uma confiss�o conservadora.

Durante o ataque, uma das professoras da pr�-escola conseguiu ligar para sua filha.

"Ela me disse que estava escondida em um arm�rio, que havia disparos por toda parte", disse Avery Myrick � emssora WSMV4, filial local da rede NBC. Ela contou ter se sentido aliviada de que sua m�e estava viva, mas "sente dor por todos aqueles" que perderam seus entes queridos no massacre.

- 'Dilacerando a alma' -

Ao longo do dia, pais aflitos procuravam seus filhos na igreja onde estavam abrigados.

O motivo do ataque, ainda desconhecido, poderia estar relacionado ao "rancor" do agressor em rela��o � escola, segundo John Drake.

A pol�cia revistou a resid�ncia de Audrey Hale e encontrou um "mapa com acessos" � escola e um "manifesto", acrescentou Drake, o que sugere que o ataque foi premeditado.

Ao ser questionado se a identidade de g�nero de Hale pode ter sido um fator de motiva��o do ataque, Drake respondeu: "H� alguma teoria a respeito, estamos investigando todas as pistas".

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, elogiou as for�as de seguran�a pela agilidade com que reagiram ao crime, que classificou como "repugnante", e decretou bandeiras a meio mastro na Casa Branca.

A viol�ncia armada "est� dilacerando nossas comunidades, dilacerando a alma desta na��o", comentou Biden na Casa Branca, pedindo novamente ao Congresso que pro�ba os fuzis semi-autom�ticos.

O democrata h� muito pede que o Congresso pro�ba, ou pelo menos restrinja, a posse dessas armas destinadas a causar o maior n�mero de v�timas, mas os republicanos se op�em a isso.

Os congressistas republicanos do estado do Tennessee, cuja capital � Nashville, tamb�m expressaram indigna��o nas redes sociais, mas sem mencionar o tema das armas de fogo.

"Estou devastado", tuitou o senador republicano Bill Hagerty. Sua colega Marsha Blackburn convocou as pessoas a "rezarem" pelas v�timas.

- 4.368 mortes -

Ataques a tiros mortais s�o comuns nos Estados Unidos, onde existem cerca de 400 milh�es de armas de fogo em circula��o que causaram mais de 45 mil mortes em 2020 por suic�dio, acidente ou homic�dio, segundo os �ltimos n�meros publicados pelos Centros para o Controle e a Preven��o de Doen�as (CDC).

Nesse ano, pela primeira vez, as armas tornaram-se a principal causa de morte entre menores de 1 a 19 anos, com 4.368 mortos, � frente dos acidentes de tr�nsito e das overdoses, segundo a mesma fonte.

Os massacres em escolas constituem uma pequena parte do total, mas deixam uma marca indel�vel na sociedade.

Um massacre ocorrido em 2018 em uma escola de ensino m�dio na Fl�rida desencadeou um movimento nacional liderado por jovens para exigir uma supervis�o mais rigorosa das armas de fogo nos Estados Unidos.

Apesar da mobiliza��o de mais de um milh�o de manifestantes, o Congresso dos Estados Unidos n�o adotou uma lei mais dura porque muitos congressistas est�o sob a influ�ncia da Associa��o Nacional do Rifle (NRA, na sigla em ingl�s), um grupo pr�-armas.

Em um pa�s onde milh�es de americanos consideram que portar uma arma � um direito constitucional, os avan�os legislativos recentes seguem sendo marginais, como a generaliza��o de verifica��es de antecedentes criminais e psiqui�tricos para poder comprar uma arma.

Segundo uma pesquisa da ABC Post, realizada em fevereiro, 51% dos americanos s�o contra a proibi��o e apenas 47% s�o a favor.