O inc�ndio, sem precedentes neste tipo de instala��o, come�ou na segunda-feira � noite nas instala��es do Instituto Nacional de Migra��es (INM) em Ciudad Ju�rez, quando 68 homens estavam detidos no local, todos maiores de idade e procedentes da Am�rica Central e da Am�rica do Sul.
"Isso teve a ver com um protesto que eles come�aram, a partir, supomos, de quando descobriram que seriam deportados, mobilizados", disse o presidente Andr�s Manuel L�pez Obrador em sua coletiva de imprensa di�ria.
"Em protesto � porta do abrigo colocaram colch�es e colocaram fogo neles, n�o imaginavam que isso ia causar esta desgra�a terr�vel", acrescentou.
Embora os nomes e nacionalidades de todas as v�timas ainda sejam desconhecidos, eram "principalmente migrantes da Am�rica Central e alguns da Venezuela", acrescentou L�pez Obrador, lamentando a trag�dia e confirmando o n�mero de mortos.
A investiga��o do caso foi assumida pela Procuradoria-Geral e pelo Instituto Nacional das Migra��es (INM), indicou o presidente.
O INM afirmou que os 29 feridos, em estado grave, foram levados para quatro hospitais.
"Estabelecemos uma comunica��o e coordena��o com autoridades consulares de diferentes pa�ses para implementar as a��es que permitam a identifica��o plena dos migrantes falecidos", acrescentou o INM.
O inc�ndio come�ou na �rea em que estavam alojados os estrangeiros sem documentos.
"O INM repudia veementemente os atos que levaram a esta trag�dia", acrescenta.
Uma correspondente da AFP observou o momento em que as equipes de emerg�ncia retiravam os corpos do local e os carregavam para o estacionamento do centro migrat�rio, antes do transporte por parte dos legistas.
A trag�dia no centro de migrantes, perto da fronteira, provocou a mobiliza��o de bombeiros, e dezenas de ambul�ncias foram enviadas para o local, que permanece vigiado por militares e pela Guarda Nacional.
V�rios migrantes foram transferidos para este centro migrat�rio nos �ltimos dias, depois que as autoridades locais retiraram vendedores ambulantes, muitos deles estrangeiros, das ruas.
- "N�o falam nada"-
Viangly, uma venezuelana, gritava desesperada do lado de fora do centro migrat�rio, para onde seu marido, de 27 anos, foi levado depois de ser detido, apesar de, segundo a jovem, estar com documentos que autorizam sua perman�ncia no M�xico.
Ela sabe que o marido est� entre as v�timas do inc�ndio, mas n�o tem informa��es sobre o estado de sa�de. "Ele foi levado em uma ambul�ncia. Eles (agentes migrat�rios) n�o falam nada. Um parente pode morrer, e eles n�o falam 'est� morto'".
Ciudad Ju�rez, vizinha de El Paso, no Texas, � uma das localidades fronteiri�as em que permanecem retidos v�rios dos migrantes que tentam chegar aos Estados Unidos para pedir asilo.
Cansados da espera, centenas deles, a maioria venezuelanos, tentaram atravessar a ponte internacional em 13 de mar�o, mas guardas americanos impediram o trajeto.
Um relat�rio recente da Organiza��o Internacional para as Migra��es (OIM) informa que 7.661 migrantes faleceram, ou desapareceram, na travessia para os Estados Unidos desde 2014, e 988 morreram em acidentes, ou por viajarem em condi��es desumanas.
O presidente americano, Joe Biden, endureceu a pol�tica migrat�ria e obrigou os migrantes de Ucr�nia, Venezuela, Cuba, Nicar�gua e Haiti a pedirem asilo a partir dos pa�ses de tr�nsito, ou por meio de consultas online.
As medidas foram anunciadas depois que o presidente democrata foi acusado pela oposi��o republicana de perder o controle da fronteira, com mais de 4,5 milh�es de pessoas sem documentos interceptadas na regi�o desde que ele assumiu o poder.
CIUDAD JU�REZ