Dezenas deles passaram a noite em frente �s instala��es do Instituto Nacional de Migra��o (INM), onde ocorreu a trag�dia na noite de segunda, � espera de informa��es sobre seus parentes e conhecidos.
Mais de um dia e meio depois do ocorrido, as autoridades seguiam sem informar as identidades e o n�mero de falecidos por nacionalidade. Tampouco a situa��o dos 28 feridos, alguns em estado grave.
At� agora s� informaram que no centro havia cidad�os da Guatemala, Venezuela, El Salvador, Honduras, Equador e Col�mbia.
"� o que queremos saber, se estavam l� dentro ou n�o", disse � AFP o venezuelano Gilbert Zabaleta, que procura por seus amigos Daniel e �scar.
A �ltima coisa que soube sobre eles foi que haviam sido conduzidos em um ve�culo do INM rumo ao centro de deten��o, por volta do meio-dia de segunda-feira. Os jovens lhe enviaram uma foto do momento do traslado.
O governo anunciou que divulgar� na tarde desta quarta um boletim sobre o desastre, que segundo o presidente mexicano, Andr�s Manuel L�pez Obrador, n�o ficar� impune.
"N�o vamos ocultar nada e n�o haver� impunidade", declarou o presidente durante sua coletiva de imprensa di�ria, em que tamb�m pediu � Procuradoria-Geral que avance nas investiga��es e que sejam "punidos conforme a lei quem tenha causado esta dolorosa trag�dia".
- V�deo-chave -
L�pez Obrador j� havia adiantado na ter�a-feira que o inc�ndio foi iniciado quando um grupo de migrantes - que buscam atravessar para os Estados Unidos - ateou fogo a colch�es em protesto por sua poss�vel deporta��o.
O presidente confirmou nesta quarta a exist�ncia de imagens de c�meras de seguran�a em que se v� o momento de in�cio das chamas, sem que aparentemente os funcion�rios abrissem o que parece ser a cela onde estava o grupo.
"N�o h� nenhum prop�sito de ocultar os fatos (...), de proteger ningu�m, n�o se permite em nosso governo a viola��o dos direitos humanos nem se permite a impunidade", assegurou L�pez Obrador.
O v�deo, de 32 segundos, centrava a discuss�o em torno da poss�vel responsabilidade do governo federal, ao qual o INM � subordinado.
"Como � poss�vel que as autoridades mexicanas tenham deixado seres humanos trancados sem possibilidade de escapar do inc�ndio?", questionou em nota Erika Guevara Rosas, diretora para as Am�ricas da Anistia Internacional.
A organiza��o denunciou que a cat�strofe � "consequ�ncia das restritivas e cru�is pol�ticas migrat�rias compartilhadas pelos governos do M�xico e dos Estados Unidos".
Os migrantes consideram que essas medidas dificultam cada vez mais a possibilidade de chegar aos EUA para escapar da viol�ncia e da pobreza extrema em seus pa�ses.
"Buscar ref�gio � um direito humano e n�o um assunto policial", l�-se em uma faixa pendurada na grade do INM em Ciudad Ju�rez, cujo letreiro permanece manchado de fuligem.
- Pesar -
Enquanto isso, a trag�dia continuava suscitando manifesta��es de pesar. "Rezemos pelos migrantes que morreram ontem em um tr�gico inc�ndio em Ciudad Ju�rez, M�xico, para que o senhor os receba em seu reino e console as fam�lias", disse o papa Francisco.
Um relat�rio da Organiza��o Internacional para as Migra��es (OIM) indica que desde 2014 cerca de 4.400 pessoas morreram ou desapareceram na fronteira entre o M�xico e os Estados Unidos, que se estende por 3.180 km.
O presidente americano, Joe Biden, endureceu a pol�tica migrat�ria, obrigando migrantes da Ucr�nia, Venezuela, Cuba, Nicar�gua e Haiti a solicitar asilo a partir dos pa�ses pelos quais transitam ou a fazer agendamentos online.
O governante democrata foi acusado pela oposi��o republicana de ter perdido o controle da fronteira, com mais de 4,5 milh�es de pessoas sem documentos interceptadas na regi�o desde que assumiu o cargo.
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CIUDAD JU�REZ
Migrantes vivem ang�stia no aguardo de not�cias de familiares ap�s inc�ndio fatal no M�xico
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