Os vertiginosos avan�os da IA levaram Musk, fundador da gigante dos carros el�tricos Tesla e atual dono do Twitter, a assinar essa carta, diante do que ele chama de "dram�tica perturba��o econ�mica e pol�tica (especialmente para a democracia) que a IA causar�".
Apesar de a carta, publicada no site futureoflife.org, ter sido assinada por pensadores independentes, como o historiador Yuval Noah Hariri, ou o cofundador da Apple, Steve Wozniak, alguns acad�micos protestam contra o que consideram uma m� interpreta��o da discuss�o.
Timnit Gebru, uma pesquisadora especializada em �tica da Intelig�ncia Artificial, escreveu um artigo acad�mico que foi citado na carta e manifestou sua insatisfa��o com o uso que se fez do texto.
"Eles basicamente dizem o contr�rio do que dissemos e citamos em nosso artigo", critica.
A outra autora do artigo, Emily Bender, descreve a carta aberta como uma "confus�o".
"Nos �ltimos meses, vimos laborat�rios de IA se lan�arem em uma corrida descontrolada para desenvolver e implantar c�rebros digitais cada vez mais poderosos que ningu�m, nem mesmo seus criadores, pode entender, prever, ou controlar com seguran�a", dizem Musk e os especialistas.
O diretor da Open AI, que projetou o ChatGPT, Sam Altman, admitiu que tem "um pouco de medo" de que seu algoritmo seja usado para "desinforma��o em larga escala, ou para ciberataques".
As acad�micas Gebru e Bender afirmam, no entanto, que o perigo da IA � "a concentra��o de poder nas m�os de pessoas, a reprodu��o de sistemas de opress�o, o dano ao ecossistema da informa��o".
Um dos signat�rios da carta aberta, Emad Mostaque, fundador da empresa brit�nica Stability AI, afirmou se retratar da demanda de uma morat�ria de seis meses.
"N�o acho que um hiato de seis meses seja a melhor ideia", disse ele no Twitter.
- Sem contradi��es -
O professor de psicologia Gary Marcus, signat�rio da carta, considera em uma contrarresposta que "os c�ticos devem emitir um alarme; n�o h� contradi��o a esse respeito".
Embora gigantes da ind�stria como Google, Meta e Microsoft tenham passado anos pesquisando programas baseados em IA para acelerar tarefas como tradu��o, ou publicidade direcionada, foram os algoritmos de empresas como a OpenAI que causaram controv�rsia.
Seu rob� conversacional ChatGPT, capaz de realizar conversas complexas com humanos, acaba de ser atualizado com uma nova vers�o, GPT-4, ainda mais potente.
"Devemos permitir que as m�quinas inundem nossos canais de informa��o com propaganda e mentiras? Devemos automatizar todos os trabalhos, incluindo os gratificantes? (...) Devemos nos arriscar a perder o controle da nossa civiliza��o? Essas decis�es n�o devem ser delegadas a l�deres tecnol�gicos n�o eleitos", dizem os signat�rios da carta.
PARIS