
A declara��o foi feita em entrevista exibida na quinta-feira (30) na rede argentina C5N. Ela foi gravada antes da interna��o de Francisco em um hospital em Roma, na quarta-feira (29), ap�s queixas de dificuldade para respirar. Ele deve ter alta neste s�bado (1º).
O pont�fice lembrou dos exemplos brasileiros quando perguntado sobre o "lawfare", termo usado para definir o uso do sistema de Justi�a de determinado pa�s para persegui��o pol�tica de advers�rios. O sacerdote ainda citou outros pa�ses, como Equador, Argentina e Bol�via.
"O lawfare abre caminho nos meios de comunica��o. Deve-se impedir que determinada pessoa chegue a um cargo. Ent�o, o pessoal o desqualifica e metem a suspeita de um crime. Ent�o, faz-se todo um sum�rio, um sum�rio enorme, onde n�o se encontra [a prova do delito], mas para condenar basta o tamanho desse sum�rio. 'Onde est� o crime aqui?' 'Mas, sim, parece que sim...' Assim condenaram Lula", afirmou o religioso.
Quando o entrevistador afirmou que Dilma foi cassada em 2016 por um "ato administrativo menor", o l�der da Igreja Cat�lica rebateu, afirmando que a ex-mandat�ria � "uma mulher de m�os limpas, uma mulher excelente".
O papa ainda citou o "fumus delicti", termo jur�dico em latim para conceituar a comprova��o de um crime por meio de ind�cios suficientes de autoria, e ainda disse que "�s vezes, a fuma�a do crime te leva ao fogo, outras vezes � uma fuma�a que se perde porque n�o h� fundamento".
Por fim, quando o jornalista encerrou o assunto dizendo que "inocentes s�o condenados", o pont�fice ressaltou que "no Brasil, isso aconteceu nos dois casos", referindo-se a Lula e a Dilma. Para ele, "os pol�ticos t�m a miss�o de desmascarar uma Justi�a injusta".
Dilma perdeu o mandato em 2016 em processo de impeachment que tramitou na C�mara dos Deputados e no Senado. Ambas as Casas consideraram que a ent�o presidente cometeu crime de responsabilidade pelas chamadas "peladas fiscais", com a abertura de cr�dito or�ament�rio sem aval do Congresso.
A decis�o, no processo e no m�rito, foi acompanhada sem contesta��o pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Em dezembro passado, Francisco j� havia dito em entrevista a um jornal espanhol que o processo que levou Lula � pris�o come�ou por uma not�cia falsa.
"Um julgamento tem que ser o mais limpo poss�vel, com tribunais que n�o t�m outro interesse sen�o fazer justi�a", disse na ocasi�o.
O sacerdote ainda disse, � �poca, que not�cias falsas sobre l�deres pol�ticos s�o grav�ssimas. "Eles podem destruir uma pessoa", disse.