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Estado de Minas BERLIM

Alemanha se despede da energia nuclear de forma definitiva


11/04/2023 09:42

A crise energ�tica n�o mudou a determina��o da Alemanha em abandonar a energia nuclear: no s�bado (15), a maior economia europeia desligar� suas �ltimas tr�s usinas, apostando em uma transi��o verde sem reatores at�micos.

�s margens do rio Neckar, a uma hora de carro de Stuttgart (sul), a contagem regressiva j� come�ou: a fuma�a branca que sobe da usina de Bade-Wurttemberg desde 1989 emanar� pela �ltima vez.

O mesmo acontecer� mais ao leste, no complexo b�varo de Isar 2, e ao norte, em Emsland, do outro lado do pa�s, pr�ximo � fronteira com a Holanda.

Muitos pa�ses ocidentais dependem fortemente da energia nuclear e apostam nessa tecnologia para reduzir as emiss�es de carbono. Mas a Alemanha est� virando a p�gina, embora o assunto tenha sido controverso do in�cio ao fim.

A Alemanha aplica a decis�o de eliminar gradualmente a energia nuclear adotada em 2002 e que a ex-chanceler Angela Merkel decidiu acelerar em 2011, ap�s a cat�strofe de Fukushima no Jap�o.

O an�ncio teve o apoio da opini�o p�blica, em um pa�s onde o poderoso movimento antinuclear foi alimentado primeiro por temores de um conflito ligado � Guerra Fria e depois por acidentes como o de Chernobyl em 1986.

A invas�o russa da Ucr�nia em 24 de fevereiro de 2022, que significou o fim do g�s barato e um corte dr�stico do abastecimento russo, obrigou, apesar de tudo, a adiar por alguns meses o cronograma final de desligamento, inicialmente previsto para 31 de dezembro.

Foi necess�rio avaliar cen�rios sombrios, que inclu�am a paralisa��o de suas f�bricas ou a falta de calefa��o no auge do inverno, e medir o impacto da crise na opini�o p�blica, que dava sinais de oscila��o.

- "As coisas mudaram" -

"Com os pre�os elevados da energia e a quest�o crucial das mudan�as clim�ticas, � claro que se levantaram vozes para prolongar a utiliza��o das usinas", admite Joseph Winkler, prefeito da cidade de Neckarwestheim, onde a usina de mesmo nome vive suas �ltimas horas.

O governo do chanceler Olaf Scholz, com participa��o dos Verdes, o partido mais hostil ao setor nuclear, finalmente decidiu estender a explora��o dos tr�s reatores at� 15 de abril.

"Se tiv�ssemos tido um inverno mais dif�cil com cortes de energia ou escassez de g�s, poderia ter havido uma nova discuss�o. Mas superamos sem muitos problemas, gra�as � importa��o maci�a de g�s natural liquefeito", explica Joseph Winkler.

Para o prefeito desta cidade de 3.500 habitantes, dos quais mais de 150 trabalham na usina, "as coisas mudaram" e j� passou o momento de um poss�vel "retrocesso" no processo de abandono do setor nuclear, j� implementado em grande parte.

O setor nuclear respondeu por 30,8% da energia gerada na Alemanha em 1997, o n�vel mais elevado, e apenas 6% no ano passado.

Desde 2003, dezesseis dos 19 reatores que o pa�s chegou a ter j� fecharam. A parcela de energia renov�vel na produ��o alem� passou de 25% h� 10 anos para 46% em 2022.

- Cinco turbinas e�licas por dia -

No entanto, o ritmo atual da transi��o verde n�o satisfaz o governo nem os defensores do meio ambiente. Sem um forte impulso, a Alemanha n�o alcan�aria suas metas clim�ticas.

Essas metas "j� s�o ambiciosas sem o abandono do setor nuclear e cada vez que nos privamos de uma op��o tecnol�gica as coisas ficam mais dif�ceis", explica Georg Zachmann, especialista em energia do think tank Bruegel, com sede em Bruxelas.

A equa��o fica ainda mais complexa quando se leva em conta a meta de fechar todas as usinas a carv�o do pa�s at� 2038, com uma primeira onda de fechamentos em 2030.

O carv�o ainda responde por um ter�o da produ��o el�trica alem�, com um aumento de 8% no ano passado para compensar a aus�ncia do g�s russo.

A Alemanha precisa instalar "quatro ou cinco turbinas e�licas por dia" nos pr�ximos anos para atender �s suas necessidades, alertou Olaf Scholz. A quantidade � alta quando comparada com as 551 unidades instaladas em 2022.

Al�m disso, o ritmo de instala��o de equipamentos fotovoltaicos deve mais que dobrar, segundo c�lculos do grupo de especialistas Agora Energiewende.


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