Mary Quant, uma figura importante do "Swing Sixties", morreu "em paz", em sua casa no condado de Surrey (sul da Inglaterra), anunciou sua fam�lia.
Ela foi "uma das estilistas mais conhecidas do s�culo XX e uma inovadora excepcional", segundo seus familiares.
Se o seu t�tulo de criadora da minissaia � alvo de controv�rsia e reclama��es, por exemplo do franc�s Andr� Courr�ges, sem d�vida a brit�nica participou da promo��o internacional desta pe�a, assim como de todo um novo estilo para a mulher moderna, incluindo seu corte de cabelo.
A ex-chefe de rea��o da Vogue brit�nica Alexandra Shulman tuitou que Quant foi "uma vision�ria" e a elogiou por sua "lideran�a na moda, mas tamb�m como empres�ria".
Nascida em 11 de fevereiro de 1930 em Londres, Quant compartilhou seu in�cio no mundo da moda com quem mais tarde seria seu marido, Alexander Plunket Greene. O que primeiro chamou sua aten��o foi o estilo exc�ntrico de roupa do jovem estudante que conheceu na Goldsmiths Art College, em Londres.
Em 1955, o casal abriu sua primeira loja, a Bazaar, junto com um amigo, no ent�o pr�spero bairro de Chelsea. A loja de roupa e acess�rios, juntamente com o restaurante aberto no por�o, tornou-se o ponto de encontro de jovens e artistas. Atraiu celebridades como Brigitte Bardot, Audrey Hepburn, os Beatles e os Rolling Stones.
Mary Quant era conhecida, sobretudo, por seus desenhos de vestidos e saias curt�ssimos, com linhas simples e cores vivas
- "Imoral" -
"Homens com chap�u-coco batiam seus guarda-chuvas em nossa janela e gritavam 'imoral' e 'nojento' ao ver nossas minissaias e meias, mas os clientes corriam para comprar", escreveu em sua autobiografia.
A King's Road, onde abriu a loja, transformou-se em um local de desfile para meninas de minissaia, em um ambiente de festa caracter�stico desta "Swinging London".
Aproveitando o sucesso, a estilista abre uma segunda loja em Londres, colabora com a rede americana de lojas de departamentos JC Penney e lan�a uma linha acess�vel ao grande p�blico, a The Ginger Group.
F� de formas geom�tricas, c�rculos, contrastes de cores e incorpora��o de materiais como o PVC, Mary Quant promoveu uma moda desempoeirada, l�dica e sem esnobismo.
"Minhas roupas combinam perfeitamente com a moda adolescente, com o pop, bares [...] e clubes de jazz", comentou em "Quant by Quant", sua primeira autobiografia, publicada em 1965.
"Estava no lugar certo, na hora certa", explicou em 2019 Jenny Lister, curadora de moda do Victoria and Albert Museum, que possui uma centena de pe�as da estilista - roupas, maquiagem, roupas �ntimas - por ocasi�o de uma exposi��o.
"Ela tinha um comportamento destemido e podia ganhar as manchetes falando de maneira provocadora sobre sexualidade e sua vida privada, junto com suas roupas, que eram consideradas bastante escandalosas na �poca", completou Jenny Lister.
Mary Quant quase n�o sa�a em p�blico ultimamente. Deixou um filho, Orlando, e tr�s netos. Em 2000, ela vendeu para alguns japoneses sua empresa de cosm�ticos, identificada por um logotipo em forma de flor.
LONDRES