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Estado de Minas PARIS

Presidente franc�s promulga impopular reforma da Previd�ncia, apesar dos protestos


15/04/2023 18:15

O presidente franc�s, Emmanuel Macron, promulgou, na madrugada deste s�bado (15), sua impopular reforma da Previd�ncia, uma "provoca��o" para os sindicatos e para a oposi��o, ap�s tr�s meses de um conflito social que deve continuar.

"Uma lei promulgada � noite, como os ladr�es", reagiu o l�der comunista, Fabien Roussel.

"Que provoca��o! Nova fanfarrice de Emmanuel Macron em um momento em que o pa�s nunca esteve t�o fraturado", tuitou Marine Tondelier, dos Verdes.

Em uma "l�gica de apaziguamento", o presidente vai discursar � na��o na noite de segunda-feira �s 20h (15h de Bras�lia), para fazer um "balan�o" dos tr�s meses de crise, informou � emissora TF1 o porta-voz do governo, Olivier V�ran.

As tens�es permanecem desde a sexta-feira, quando o Conselho Constitucional validou o adiamento da idade da aposentadoria de 62 para 64 anos at� 2030 e a antecipa��o para 2027 da exig�ncia de contribui��o por 43 anos - e n�o 42, como � agora -, para se ter direito � aposentadoria integral.

V�rias cidades registraram protestos e alguns terminaram em dist�rbios, como em Rennes (oeste), onde um grupo destruiu neste s�bado uma ag�ncia nac�ria e a entrada de um hotel quatro estrelas, al�m de incendiar e danificar carros de luxo.

"A melhor resposta que se pode dar a Emmanuel Macron � esta agita��o popular permanente", disse a deputada de esquerda Danielle Obono, antes de uma manifesta��o de 300 pessoas que percorreu o nordeste de Paris.

Os sindicatos, ponta de lan�a da contesta��o desde janeiro, convocaram uma "mobiliza��o excepcional" para 1� de maio, por ocasi�o do Dia Internacional dos Trabalhadores, para protestar contra a reforma.

Mas outros atos est�o previstos antes disso. A central CGT convocou novos dias de protestos em 20 e 21 de abril, e as centrais representativas da empresa ferrovi�ria SNCF anunciaram um dia de "ira" para a quinta-feira.

- "Vit�ria de Pirro" -

Embora a decis�o do Conselho Constitucional tenha sido uma "vit�ria legal" para o presidente liberal, de 45 anos, a imprensa considerou, de forma un�nime, neste s�bado, que se trata de uma "vit�ria de Pirro" e de "um desastre para a na��o", especialmente em meio � rejei��o da maioria dos franceses.

Os sindicatos advertiram que a Fran�a vive uma "crise democr�tica", depois que o presidente decidiu, em meados de mar�o, adotar por decreto sua impopular lei, temendo perder a vota��o no Parlamento. Macron n�o tem maioria absoluta no Legislativo.

Essa decis�o radicalizou os protestos e, com sua r�pida promulga��o, Macron "parece gostar de colocar lenha na fogueira", afirmou o l�der do sindicato UNSA, Laurent Escure, para quem "nada de bom sair� disso".

Embora o conflito social permane�a incrustado, o governo pretende virar a p�gina rapidamente com novas medidas, em um momento de forte preocupa��o da popula��o com o aumento dos pre�os.

"Queremos construir uma Fran�a de pleno emprego", "garantir a igualdade de oportunidades" e "agir" para melhorar a sa�de e a educa��o, afirmou, neste s�bado, a primeira-ministra, �lisabeth Borne, que se disse disposta a "acelerar" as reformas.

Mas, com quem? Os sindicatos e recusam a se reunir com o governo antes de 1� de maio, e Borne assegurou que, no Parlamento, "n�o � hora de coaliz�es", mas de "maiorias poss�veis para cada projeto".

- "Revolu��o" ou "populismo" -

Um referendo para limitar a idade da aposentadoria a 62 anos, como a esquerda prop�e, poderia reduzir o conflito. Em 3 de maio, o Conselho Constitucional deve se pronunciar sobre este pedido, ap�s rejeitar uma demanda similar na sexta-feira.

Em abril de 2022, Macron foi reeleito com 58,5% dos votos ante Marine Le Pen, da extrema direita. Ciente de que sua vit�ria se devia em parte ao cord�o sanit�rio contra sua advers�ria, prometeu governar de maneira diferente e unir o pa�s.

Mas, o epis�dio da reforma da Previd�ncia mostrou o contr�rio. A lei foi aprovada por meio de pol�micos mecanismos que limitaram o debate no Parlamento e sem ouvir a rejei��o da maioria da popula��o e dos sindicatos. A popularidade do chefe de Estado caiu para menos de 30% nas pesquisas.

"H� uma arrog�ncia em Emmanuel Macron que se alimenta de uma ignor�ncia social", disse o historiador Pierre Rosanvallon ao jornal Lib�ration, para quem "o tempo das revolu��es", ou do "populismo de extrema direita", pode agora voltar.

As pesquisas de opini�o mostram, por enquanto, uma deteriora��o da confian�a dos franceses nas institui��es e uma progress�o na inten��o de voto em Marine Le Pen, ainda que sua oposi��o � reforma tenha sido menos ativa do que a da esquerda.

"Com sua pol�tica, [Macron] estende o tapete vermelho" � extrema direita, assegurou a l�der da CGT, Sophie Binet, � imprensa regional.


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