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Estado de Minas PARIS

Corte francesa se pronuncia sobre responsabilidades na trag�dia do voo Rio-Paris


16/04/2023 12:11

Airbus e Air France teriam responsabilidade criminal na queda do voo Rio-Paris em 2009? O Tribunal Correcional de Paris se pronuncia sobre o caso nesta segunda-feira (17), catorze anos depois da trag�dia que deixou 228 mortos.

Julgadas por homic�dio culposo, a fabricante europeia e a companhia a�rea francesa, que contestam qualquer falha relacionada com o acidente, podem ser multadas, cada uma, em 225.000 euros (1,14 bilh�o de reais, na cota��o atual). Mas as consequ�ncias desta decis�o ultrapassam em muito esta san��o.

Em 1� de junho de 2009, o voo AF447, que fazia a rota entre o Rio de Janeiro e Paris, caiu no meio da noite no Oceano Atl�ntico, algumas horas ap�s a decolagem, matando os 216 passageiros e 12 tripulantes a bordo.

Viajavam no A330 com registro F-GZCP pessoas de 33 nacionalidades, sendo 72 franceses e 58 brasileiros. Foi o acidente mais letal da hist�ria da avia��o comercial francesa.

Os primeiros fragmentos, assim como os corpos, foram encontrados nos dias que se seguiram ao acidente. Mas os destro�os foram localizados apenas dois anos depois, ap�s longas buscas, em meio ao relevo submarino, a 3.900 metros de profundidade.

As caixas-pretas confirmaram o ponto de partida do acidente: o congelamento das sondas de velocidade Pitot, enquanto o avi�o estava em voo de cruzeiro, em uma zona com condi��es meteorol�gicas adversas denominada Zona de Converg�ncia Intertropical, perto do equador.

Desestabilizado pelas consequ�ncias desta pane, um dos pilotos adotou uma trajet�ria ascendente e, sem compreender o que se passava, os tr�s navegadores n�o conseguiram recuperar o controle da aeronave, que se precipitou e caiu no oceano apenas 4 minutos e 23 segundos depois.

- Inoc�ncia requerida -

As investiga��es demonstraram que incidentes similares com sondas se multiplicaram nos meses que antecederam o acidente. A Air France teria treinado e informado suficientemente suas tripula��es? A Airbus teria subestimado a gravidade do problema e alertado as companhias de forma insuficiente?

Estas perguntas foram debatidas minuciosamente durante os dois meses do processo, de 10 de outubro a 8 de dezembro. No momento das requisi��es, surpreendendo os presentes, o Minist�rio P�blico pediu a libera��o das duas companhias, considerando que sua culpabilidade era "imposs�vel de demonstrar".

Foi uma requisi��o "que as partes civis n�o aceitaram, exclusivamente contra os pilotos e a favor de duas multinacionais", criticou Dani�le Lamy, presidente da associa��o Entraide et Solidarit� AF447 (Coopera��o e Solidariedade AF447), que representa os familiares das v�timas.

"O que n�s esperamos, o que n�s aguardamos, � que o tribunal, enfim, pronuncie uma decis�o imparcial e condene a Airbus e a Air France, as culpadas das neglig�ncias e das infra��es. � por isso que n�s temos batalhado h� praticamente 14 anos", acrescentou.

Os conselhos das empresa n�o quiseram se pronunciar antes do julgamento. Seus advogados pediram o arquivamento do caso, uma "decis�o humanamente dif�cil, mas t�cnica e juridicamente justific�vel", segundo o conselho da Airbus.

- Processo extenso -

Durante as audi�ncias, o tribunal interrogou especialistas, gendarmes, pilotos e autoridades de controle a�reo para tentar entender as rea��es da tripula��o na cabine, mas tamb�m a periculosidade, na �poca, das diferentes sondas Pitot.

Depois da cat�strofe, o modelo instalado na aeronave Airbus que fazia a rota AF447 foi substitu�do no mundo inteiro. A trag�dia, que marcou a comunidade dos pilotos, levou a outras modifica��es t�cnicas e a uma forma��o refor�ada sobre estol (perda de sustenta��o) e o estresse das tripula��es.

Os debates foram muito t�cnicos, �s vezes tensos, entre as partes civis e os representantes da Airbus, acusados de terem "menosprezado" as v�timas - algo do que eles se defenderam.

Em cinco ocasi�es, alguns familiares tamb�m tomaram a palavra, prestaram homenagem a seus entes queridos falecidos e descreveram os danos irrepar�veis que o acidente provocou em suas vidas.

Nesta segunda-feira (17), o tribunal poder� condenar as duas empresas, apenas uma, ou, ainda, liberar ambas.

Muito aguardado, o an�ncio da decis�o sobre o caso se dar� ap�s um extenso processo, que j� sofreu reviravoltas.

Depois de uma d�cada de per�cias, o MP havia pedido o reenvio a julgamento apenas da Air France, e os ju�zes de instru��o rejeitaram a requisi��o em 29 de agosto de 2019.

As fam�lias das v�timas e os sindicatos dos pilotos apelaram, assim como o Minist�rio P�blico: a Procuradoria Geral pediu, ent�o, o reenvio das duas empresas a julgamento e, em 12 de maio de 2021, a C�mara de Instru��es deferiu o pedido, ordenando o processo.

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