Fern�ndez anunciou sua decis�o em meio a uma crise econ�mica, com alt�ssima infla��o (7,7% em mar�o e 104% anualizado) e uma imagem negativa de cerca de 70%, segundo uma recente pesquisa da consultoria Poliarqu�a.
"No pr�ximo dia 10 de dezembro de 2023, � o dia exato em que comemoramos 40 anos de democracia. Nesse dia, entregarei a faixa presidencial a quem for legitimamente eleito nas urnas pelo voto popular. Trabalharei energicamente para que seja algu�m que represente o nosso espa�o pol�tico", disse Fern�ndez em um v�deo postado em sua conta no Twitter.
Em sua declara��o de quase oito minutos, sob o t�tulo "Minha decis�o", o presidente de 64 anos relembrou as condi��es de endividamento e infla��o em que o pa�s se encontrava quando assumiu o cargo em 2019, posteriormente agravadas pela pandemia global, pela guerra na Ucr�nia e, atualmente, devido a "uma seca brutal", listou.
Para o consultor pol�tico Enrique Zuleta Puceiro, essa decis�o "abre uma nova etapa" no cen�rio pol�tico argentino. "H� uma oportunidade para que as for�as pol�ticas encontrem novos caminhos. Essa � a sensa��o que alguns devem estar sentindo: Nos metemos em um atoleiro, que comecemos de novo."
"Por�m, se n�o houver um forte componente de inova��o e compromisso com a sa�da da crise, as coisas podem piorar", advertiu � AFP.
- Passo necess�rio -
Fern�ndez tamb�m acusa o desgaste gerado por suas fortes desaven�as com a vice-presidente Cristina Kirchner, que havia promovido a candidatura de Fern�ndez em 2019 em uma chapa com ela.
Ex-chefe de gabinete de Cristina, e antes de seu marido, o j� falecido ex-presidente N�stor Kirchner (2003-2007), a de 2019 foi a primeira elei��o da qual Fern�ndez participou ao longo de sua carreira pol�tica.
A decis�o do mandat�rio foi considerada pelo ministro do Interior, Eduardo "Wado" de Pedro, um poss�vel candidato da Frente de Todos, como "um passo necess�rio para come�ar a organizar o peronismo, dar-lhe vitalidade e voltar a sonhar".
No entanto, o chefe do gabinete de ministros, Augusto Rossi, tamb�m um poss�vel aspirante � candidatura, citou o falecido ex-presidente Juan Domingo Per�n, ide�logo e fundador do peronismo.
"Primeiro a P�tria, depois o Movimento e, por �ltimo, os homens. Assim entendem e fazem pol�tica quem sabe os lugares que ocupam por e para o povo", escreveu no Twitter.
A Argentina celebrar� o primeiro turno das elei��es em 22 de outubro, com um eventual segundo turno em 19 de novembro.
Antes, em 13 de agosto, os partidos pol�ticos devem realizar elei��es prim�rias obrigat�rias.
- Elei��es prim�rias -
No partido governista, a vice-presidente e duas vezes presidente Cristina Kirchner (2007-2015) desistiu publicamente de disputar a Presid�ncia ou qualquer outro cargo eletivo ap�s ser condenada em primeira inst�ncia por corrup��o, em dezembro passado, a seis anos de pris�o e inabilita��o pol�tica.
No entanto, setores do partido governista consideram a senten�a uma forma de cass�-la e promovem a revis�o dessa decis�o.
Especula-se que o ministro da Economia, Sergio Massa, poder� lan�ar sua candidatura caso consiga melhorar a situa��o econ�mica, principalmente a infla��o.
O embaixador no Brasil, Daniel Scioli, o governador da prov�ncia de Chaco, Jorge Capitanich, e o l�der social Juan Grabois tamb�m se manifestaram dispostos a concorrer.
Na coaliz�o de oposi��o Juntos por el Cambio (centro-direita), o ex-presidente Mauricio Macri decidiu n�o optar pela candidatura presidencial. Em vez disso, o prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodr�guez Larreta, j� come�ou sua campanha para as prim�rias, assim como a ex-ministra da Seguran�a, Patricia Bullrich.
Fern�ndez e Kirchner t�m altos n�veis de rejei��o, em torno de 70%, assim como Macri, disse Zuleta Puceiro, com base em suas pr�prias pesquisas.
Por�m, os demais candidatos n�o parecem muito melhor. "No geral, todos os pol�ticos t�m uma rejei��o n�o menor que 50%", assegurou o consultor.
Como emergente nesse processo eleitoral, aparece o deputado Javier Milei, um economista e pol�tico "libert�rio" de 52 anos que possui um forte discurso de direita e antissistema e ocuparia o terceiro lugar nas presidenciais, de acordo com as pesquisas.
Al�m de eleger presidente e vice-presidente por um per�odo de quatro anos nas elei��es de outubro, os argentinos v�o renovar metade da C�mara dos Deputados, com 257 cadeiras, e um ter�o do Senado, com 72 membros.
Se nenhuma f�rmula presidencial obtiver 45% dos votos ou 40% com uma diferen�a de pelo menos 10 pontos da segunda, ser� realizado um segundo turno.
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BUENOS AIRES
Presidente Alberto Fern�ndez desiste de concorrer � reelei��o na Argentina
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