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Estado de Minas BUENOS AIRES

Igreja Cat�lica argentina faz mea culpa 40 anos ap�s o fim da ditadura


22/04/2023 12:55

Dois volumes de quase mil p�ginas cada e um terceiro em processo de edi��o constituem a volumosa investiga��o da Igreja Cat�lica argentina sobre suas a��es durante a �ltima ditadura (1976-1983), um mea culpa que dedica � mem�ria das v�timas.

"Queremos conhecer a verdade hist�rica e pedir perd�o a Deus, � comunidade argentina e �s v�timas da viol�ncia", afirmam os membros da Confer�ncia Episcopal (CEA) na introdu��o do livro. "Estamos cientes de que em muitas decis�es, a��es e omiss�es a CEA n�o esteve � altura das circunst�ncias", acrescentam.

A obra, que tamb�m cobre a violenta d�cada anterior ao golpe de 24 de mar�o de 1976, � publicada quando a Argentina comemora 40 anos do retorno � democracia. Mostra desde o apoio inicial da hierarquia eclesi�stica � junta militar at� as tentativas de socorrer as v�timas e o pr�prio "mart�rio" de bispos, padres e freiras assassinados.

"Era uma exig�ncia da Confer�ncia Episcopal, responder �s grav�ssimas den�ncias feitas, especialmente nos julgamentos" por crimes contra a humanidade, disse � AFP o soci�logo Fortunato Mallimaci, especialista nas rela��es entre a Igreja e a sociedade.

"Sempre se denunciou que os padres participaram das torturas ou as encobriram. � muito interessante que se fa�a esse trabalho que os grupos de defesa dos direitos humanos v�m exigindo. E constitui uma grande contribui��o ao mostrar todas as v�timas", disse Mallimaci.

Intitulada "A verdade os far� livres", em tradu��o livre, a investiga��o foi realizada pela Universidade Cat�lica Argentina ao longo de cinco anos, a pedido da Confer�ncia Episcopal, que disponibilizou seus arquivos.

Os autores Carlos Galli, Juan Dur�n, Luis Liberti e Federico Tavelli tamb�m usaram arquivos da Companhia de Jesus, da Nunciatura Apost�lica e da Santa S�.

- "Dor do passado no presente" -

Com este livro "demos um in�cio que pode gerar frutos", considerou Tavelli.

"H� informa��es de que capel�es e freiras participaram de desaparecimentos de pessoas e apropria��es de beb�s. Mas n�o s�o informa��es institucionais encontradas nos arquivos. Pensamos que se a Igreja diz que n�o devemos ter medo do passado, isso pode motivar aqueles que sabem vir at� n�s, mesmo anonimamente. A dor n�o � s� do passado, mas persiste no presente", disse � AFP.

At� agora, mais de 300 julgamentos foram realizados na Argentina pelos crimes da ditadura e h� mais de 1.100 condenados.

Para Galli, esse trabalho era uma tarefa pendente. "J� sofri na d�cada de 1970 por saudades de parentes, amigos e colegas, n�o sofri agora fazendo o livro. O que senti agora foi responsabilidade", disse � AFP.

Durante a ditadura argentina, milhares de pessoas foram levadas para pris�es clandestinas, torturadas, assassinadas ou desapareceram. Centenas de beb�s nascidos em cativeiro foram separados de suas m�es e entregues ilegalmente a outras fam�lias.

O livro analisa as a��es que a Igreja teve em resposta a esses crimes e tamb�m lista seus membros que foram v�timas.

"Houve 24 padres assassinados, mais de uma d�zia de freiras, dois bispos (Enrique Angelelli e Carlos Ponce de Le�n) e centenas de cat�licos. Era um catolicismo que tinha v�timas e algozes", disse Mallimaci.


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