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Estado de Minas NOVA YORK

Harry Belafonte, artista e ativista pioneiro, morre aos 96 anos


25/04/2023 13:09

Harry Belafonte, o astro que introduziu os ritmos caribenhos na m�sica americana e defensor dos direitos dos negros, morreu nesta ter�a-feira (25) em Manhattan, aos 96 anos, informou seu representante.

O artista e ativista que rompeu barreiras morreu devido a uma insufici�ncia card�aca em sua casa em Nova York, de acordo com o comunicado emitido.

Nascido no Harlem, filho de m�e jamaicana e pai franc�s da Martinica, o ator e int�rprete de calipso passou a maior parte de sua inf�ncia na Jamaica antes de retornar a Nova York, uma mistura de culturas que influenciou sua m�sica e sua luta pela igualdade racial.

O calipso de Belafonte, um g�nero de m�sica caribenha que bebia das influ�ncias da �frica Ocidental e da Fran�a, o levou � fama durante a prosperidade e crescimento das cidades ap�s a Segunda Guerra Mundial.

Seu terceiro �lbum, com o t�tulo "Calypso", de 1956, foi o primeiro LP a vender mais de um milh�o de c�pias nos Estados Unidos.

O �lbum inclu�a a m�sica que virou a can��o emblem�tica de Belafonte, "Day-O (The Banana Boat Song)". Baseada em uma melodia popular jamaicana, Belafonte canta com sotaque caribenho: "Stack banana 'til de morning come / Daylight come and we wan go home".

Para os cr�ticos essa m�sica era simplesmente dan�ante para que as pessoas se sentissem bem, j� para Belafonte era o incitamento � rebeli�o dos trabalhadores que exigiam sal�rios justos.

Ainda no in�cio da carreira, Belafonte n�o fugiu das pol�micas. Em 1957 ele protagonizou o o filme "Ilha nos Tr�picos", no qual interpretou um pol�tico em uma ilha fict�cia envolvido em um relacionamento inter-racial.

Ele se tornou, em 1954, a primeira pessoa negra a ganhar um pr�mio Tony, por seu papel no musical da Broadway "Almanaque do John Murray Anderson".

Seis anos depois, ele foi o primeiro negro a ganhar um pr�mio Emmy por "Tonight with Belafonte", seu programa de m�sica na televis�o. Belafonte tamb�m possui tr�s Grammys.

- "Luta" -

No entanto, tanto sua m�sica quanto filmes desempenharam um papel secund�rio em seu ativismo.

� medida que o movimento pelos direitos civis ganhava for�a, Belafonte assumiu um papel pioneiro que foi al�m do simples apoio moral - tornou-se um confidente de Martin Luther King e contribuiu com seu pr�prio dinheiro para apoiar a causa.

"Quando as pessoas pensam em ativismo, sempre pensam que h� algum sacrif�cio envolvido, mas sempre considerei isso um privil�gio e uma oportunidade", disse ele em um discurso de 2004 na Universidade Emory.

Belafonte convidou Luther King e o pastor de Birmingham, Alabama, Fred Shuttlesworth, ao seu apartamento em Nova York para planejar a campanha de 1963, a fim de integrar esta cidade notoriamente racista do sul.

Quando King foi preso em Birmingham, Belafonte levantou U$ 50.000 - cerca de U$ 400.000 em valor atual, ou aproximadamente R$ 2 milh�es - para salv�-lo, numa �poca em que a ascens�o da m�sica pop trouxe riqueza e estilos de vida luxuosos para muitos artistas.

"A popularidade mundial e o compromisso de Belafonte com nossa causa � um ingrediente chave na luta global pela liberdade e uma poderosa arma t�tica no movimento dos direitos civis aqui nos Estados Unidos", King disse sobre o m�sico.

Apesar de suas cr�ticas �s pol�ticas americanas, Belafonte afirmou que os Estados Unidos "oferecem um sonho que n�o pode ser realizado t�o facilmente em nenhum outro lugar do mundo", mas s� � alcan��vel por meio da "luta".

Ap�s sua elei��o para a presid�ncia, John F. Kennedy nomeou Belafonte para o comit� de assessoria do rec�m-criado Corpo da Paz, com o qual o jovem presidente esperava que os Estados Unidos mostrassem seu poder por meios n�o militares.

Mas enquanto muitos no Corpo da Paz esperavam "mostrar como somos bonitos como povo", Belafonte esperava expor os jovens americanos �s lutas do mundo em desenvolvimento.

O ativista passou cada vez mais tempo na �frica - especialmente no Qu�nia - e se tornou um dos artistas americanos mais importantes na luta contra o apartheid na �frica do Sul.

Seu �lbum "Paradise in Gazankulu", lan�ado em 1988, falava da opress�o dos negros sul-africanos e foi parcialmente gravado em Joanesburgo com artistas locais.

Belafonte tamb�m come�ou o supergrupo USA for Africa, cuja m�sica "We Are The World" arrecadou U$ 1,985 bilh�o (R$ 392,3 bilh�es) para as v�timas da fome na Eti�pia.


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