O pa�s poder� "programar um volume de importa��es em iuanes por [o equivalente a] mais de 1 bilh�o de d�lares [R$ 5 bilh�es] a partir do m�s que vem, que substituir�o o uso de d�lares na Argentina" nestas opera��es comerciais com o gigante asi�tico, afirmou Massa em declara��o ao lado do embaixador chin�s em Buenos Aires, Zou Xiaoli, na sede do minist�rio, transmitida pelo canal oficial da pasta de Economia.
Pequim e Buenos Aires j� haviam implementado um mecanismo de "swap" ou interc�mbio de moedas ao qual o pa�s sul-americano poderia recorrer em caso de necessidade.
Nesse contexto, Massa considerou que acionar essa possibilidade "melhora a perspectiva de reservas l�quidas da Argentina", e "permite manter o n�vel de atividade, o volume de importa��es, o ritmo de com�rcio entre Argentina e China e os n�veis de funcionamento econ�mico que a Argentina necessita".
H� v�rios dias, a Argentina vivencia uma forte corrida cambial, que alcan�ou seu �pice na segunda-feira, quando a cota��o do d�lar, que � de 228 pesos no c�mbio oficial, chegou perto de 500 no mercado paralelo.
A demanda por d�lares, em um contexto de controle cambial, corr�i as reservas cada vez menores do Banco Central, que, nesta ter�a, interveio no mercado depois que o d�lar 'blue' - como � conhecido o c�mbio paralelo no mercado informal - era comercializado a 474 pesos, contra 495 do dia anterior.
- Objetivo: preservar d�lares -
O governo acredita que o pagamento das importa��es em iuanes de seu segundo maior parceiro comercial lhe permitir� resistir � tempestade que atinge suas reservas.
Recorrer ao swap "nos d� mais liberdade e acrescenta capacidade de atua��o a partir do Banco Central, nestes dias em que tivemos que tomar a decis�o de intervir contra aqueles que, pensando que n�o t�nhamos capacidade econ�mica como Estado, especularam e superespecularam", afirmou o ministro.
Um acordo com o Fundo Monet�rio Internacional (FMI) para reestruturar uma d�vida de 44 bilh�es de d�lares (R$ 222,5 bilh�es na cota��o atual) limita a interven��o do Banco Central no mercado de c�mbio, com o objetivo de aumentar as reservas.
Na segunda-feira, as reservas internacionais da Argentina ficaram em 36,5 bilh�es de d�lares (R$ 184,5 bilh�es), segundo o Banco Central. Contudo, analistas consideram que as reservas l�quidas de livre disponibilidade s�o significativamente inferiores. No dia 2 de janeiro, esta quantia era de 44,6 bilh�es de d�lares (R$ 225,5 bilh�es, na cota��o de hoje).
As reservas est�o sob constante press�o na Argentina, onde o d�lar � visto como um ativo de seguran�a para a popula��o e as empresas diante da forte infla��o, que supera os 100% em 12 meses.
Este ano em particular, a entrada de divisas oriunda das exporta��es do setor agropecu�rio ser� fortemente afetada pelo impacto de uma seca que atingiu em cheio este setor-chave para a economia do pa�s.
Nesse sentido, Massa advertiu precisamente sobre os efeitos da "pior seca da hist�ria", o que significa para a Argentina "a dura realidade de que h� mais de 15 bilh�es de d�lares [R$ 75,8 bilh�es] de exporta��es que n�o v�o entrar".
"Este desafio obriga a n�s, e ao FMI, a repensar o acordo" credit�cio, advertiu Massa, diante de muitos empres�rios argentinos.
Xou, por sua vez, destacou a import�ncia do swap como instrumento financeiro para "proteger e desenvolver os mercados globais, apoiando as empresas para que possam utilizar as moedas locais para liquida��o comercial".
Segunda maior economia do mundo e grande advers�rio pol�tico dos Estados Unidos, a China vem tentando internacionalizar sua divisa h� bastante tempo.
Recentemente, o Brasil, durante uma viagem do presidente Luiz In�cio Lula da Silva ao gigante asi�tico, firmou com Pequim um acordo para realizar trocas comerciais em iuanes e reais.
Na atualidade, o d�lar dos Estados Unidos representa 42% das divisas utilizadas no com�rcio internacional, contra 33% do euro, 6% da libra esterlina, 5% para o iene japon�s e apenas 2% para o iuane, segundo os �ltimos dados do sistema internacional de pagamentos Swift.
BUENOS AIRES