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Estado de Minas DORADAL

Col�mbia n�o sabe mais o que fazer com os hipop�tamos de Escobar


02/05/2023 12:36

Um dos animais mais perigosos da �frica passa em frente a curiosos em Doradal, na Col�mbia, onde os hipop�tamos chegaram por capricho do narcotraficante Pablo Escobar.

Esteriliza��o, transfer�ncias internacionais, ca�a: todas as poss�veis solu��es est�o sobre a mesa diante da perigosa "invas�o" de cerca de 160 animais que se reproduzem sem controle nesta regi�o do departamento de Antioquia, noroeste do pa�s.

O animal de presas enormes e mais de duas toneladas caminha � vontade e agora se tornou uma atra��o para milhares de turistas que chegam seduzidos pela a extravagante fazenda que foi do bar�o da coca�na.

Ap�s a morte de Escobar nas m�os da pol�cia durante uma tentativa de fuga em 1993, a pequena manada de hipop�tamos que havia levado a seu zool�gico particular ficou abandonada � pr�pria sorte em uma �rea com alimenta��o abundante e sem grandes predadores.

Hoje, s�o dezenas de exemplares, temidos e adorados na regi�o.

Figuras de hipop�tamos decoram o parque central da cidade, a fachada de muitas empresas e outras s�o vendidas como suvenires. Existe ainda um tr�fico de filhotes, ofertados como mascotes, indicam rumores entre a popula��o.

Diante do que pode ser a maior manada de hipop�tamos fora da �frica, uma "trag�dia" � iminente, advertem especialistas.

H� alguns meses, um deles invadiu um encontro de pais e filhos no jardim da escola Balsora, em uma zona rural de Doradal.

"As m�es se assustaram ao ver um animal deste tamanho (...) percebemos o perigo e entramos" para as salas de aula, relata � AFP a professora Dunia Arango, habituada a dar aulas com o ru�do gutural dos hipop�tamos ao fundo.

Desta vez, o animal se alimentou nas �rvores frut�feras que contornam a escola e logo seguiu seu caminho rumo a um mercado.

- Ferozes e imprevis�veis -

Uma nova manada est� se formando em um pequeno lago a uns 20 metros da escola, explicou David Echeverri, funcion�rio da autoridade ambiental local (Cornare).

"H� em torno de 35 crian�as brincando, que podem se aproximar demais e gerar uma trag�dia", adverte o especialista.

Atr�s dele, uma fam�lia de tr�s hipop�tamos se move pacificamente na �gua sem nenhum tipo de obst�culo.

"Apesar de os vermos muito tranquilos, a qualquer momento, com seu comportamento t�o imprevis�vel, podem atacar, como j� aconteceu", agrega.

De seu lado, o pescador John Aristides (33 anos)lembra muito bem daquela tarde de outubro de 2021 quando lan�ou sua vara � beira de um riacho:

"Ele pulou em cima de mim e me bateu na cabe�a com os l�bios", lembra Aristides, que caiu em sua fuga e n�o conseguiu evitar que o animal mordesse seu bra�o esquerdo.

"Me mordeu e me lan�ou a cerca de dois metros (...) n�o arrancou meu bra�o porque tem os dentes muito largos", afirma o sobrevivente que passou quase um m�s hospitalizado.

Este foi o mais perto de um encontro fatal na Col�mbia, mas "se n�o fizermos nada, o que nos espera s�o milhares de hipop�tamos perambulando", antecipa Echeverri, que h� algumas semanas enterrou um deles, atropelado por um motorista.

-Ca�a a tiros?-

Outro pescador, �lvaro D�az (40), oferece passeios tur�sticos para quem deseja apreciar o pesado mam�fero no Magdalena, o maior rio da Col�mbia e onde o n�mero de hipop�tamos aumenta.

Quando percebe que est�o "chateados" se mant�m a cerca de 30 metros, apesar de, �s vezes, ficar a dez.

"Os vemos com muita frequ�ncia (...) convivemos com eles pacificamente", afirma D�az em sua canoa.

O pescador defende um "controle populacional" como solu��o, com castra��es e contraceptivos.

A Cornare j� tentou as duas estrat�gias, mas, segundo Echeverri, resultaram "caras e pouco efetivas".

No ano passado, o Minist�rio do Meio Ambiente declarou os hipop�tamos como "esp�cie invasora", abrindo as portas para eventuais ca�as ao animal.

Echeverri destaca que sacrific�-los "sem dor, com uma metodologia tecnicamente correta, tamb�m n�o � f�cil", j� que implica captur�-los e sed�-los para realizar uma esp�cie de eutan�sia.

Uma pesquisa da estatal Universidade Nacional estima que, at� 2035, a popula��o pode chegar a mil hipop�tamos e levanta a possibilidade de uma elimina��o com armas de fogo, mas Echeverri e moradores rejeitam.

- Transferidos para zool�gicos -

Em um esfor�o para "salvar sua vida", o governo de Antioquia revelou no in�cio do ano um plano para transferir cerca de 70 hipop�tamos para santu�rios de fauna no M�xico e �ndia. S� falta a confirma��o de autoridades da Col�mbia e demais pa�ses.

Echeverri j� liderou a captura e envio de sete exemplares a zool�gicos do pa�s e disse que o plano � "poss�vel e necess�rio".

Bi�logos tamb�m advertem que a invas�o destes animais desloca a fauna local, incluindo a vaca-marinha, um mam�fero herb�voro que est� na lista de esp�cies amea�adas da Uni�o Internacional para a Conserva��o da Natureza.

Os fazendeiros reclamam dos estragos que causam, mas os outros moradores se afei�oaram:

"N�o levem todos. J� faz parte da nossa cultura conviver com eles e ter a companhia desta popula��o � interessante", justifica a professora Arango, com os olhos em seus alunos.


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