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Estado de Minas RIO DE JANEIRO

Jovens ind�genas usam tecnologia como 'arma' para proteger a Amaz�nia


03/05/2023 10:29

Seu av� protegia o territ�rio ind�gena no estado de Rond�nia com arco e flecha. Mas hoje a tecnologia � a "arma" de muitos jovens ind�genas, como a ativista Txai Suru�, contra a extra��o ilegal de madeira e o garimpo na Amaz�nia.

A brasileira de 26 anos � uma das estrelas do Web Summit Rio, a maior confer�ncia anual global de tecnologia que re�ne nesta semana, pela primeira vez fora da Europa, mais de 20.000 empreendedores de grandes empresas de tecnologia, start-ups e investidores de todo o mundo.

"Hoje a tecnologia � como se fosse uma arma para a gente (...). Usamos a tecnologia e o conhecimento ancestral como uma forma de resist�ncia, de prote��o do nosso territ�rio", afirma � AFP, � margem da confer�ncia.

Com c�meras de v�deo, drones, GPS, celulares e redes sociais, um grupo de jovens de sua cidade monitora a invas�o de terras e a denuncia por meio de um aplicativo, explica Txai, coordenadora da Associa��o de Defesa Etnoambiental Kanind�, que trabalha com 21 povos ind�genas da Amaz�nia.

"Mas a tecnologia pode ser usada para o mal", alerta. "O mesmo sat�lite que usamos para proteger o nosso territ�rio � usado pelos invasores para destruir. No Facebook se vende terra ind�gena".

Cerca de 800 mil ind�genas vivem no Brasil, a maioria em reservas que ocupam 13,75% do territ�rio, segundo dados oficiais.

- Fam�lia de ativistas -

Txai segue os passos de seus pais, ativistas que lutaram contra madeireiros ilegais e receberam amea�as de morte.

A jovem � produtora executiva do document�rio "O Territ�rio", sobre a luta do povo Uru-eu-wau-wau e de sua m�e, Ivaneide Bandeira, contra a invas�o de terras em Rond�nia.

Seu pai, o cacique Almir Suru�, que ela define como "um vision�rio", foi o primeiro a recorrer � tecnologia "para salvar a floresta": em 2007, ele bateu na porta da Google na Calif�rnia e assim surgiu o mapa cultural dos Paiter Suru� no Google Earth, lembra.

Ele tamb�m foi o primeiro a levar um povo ind�gena brasileiro a trabalhar com o mercado de carbono, iniciativa que est� paralisada enquanto � discutida com mais profundidade, "porque tem gente que quer se aproveitar".

Descal�a, com o rosto pintado com linhas pretas e uma coroa de penas coloridas que enfeitam seus cabelos longos, Txai Suru� incentiva os empres�rios a visitarem a floresta.

"Precisamos que as pessoas que trabalham com tecnologia se reconectem com a nossa natureza (...). Aos que me dizem que querem me ajudar com novos aplicativos, eu digo: venham nos conhecer e ver o que precisamos", diz a ativista, que est� cursando Direito.

- Ainda h� preconceitos -

A jovem, que participou da confer�ncia da ONU sobre mudan�as clim�ticas COP26 em Glasgow, em 2021, lamenta ser a �nica ind�gena no Web Summit Rio.

"Ainda existe muito preconceito, muito racismo. A gente fala em democracia, mas que democracia � essa, se a gente n�o se v� no espa�o?", questiona.

O governo de Luiz In�cio Lula da Silva, que assumiu h� quatro meses, tem como prioridade o combate ao desmatamento. Lula assinou na semana passada decretos demarcando seis novos territ�rios ind�genas, os primeiros desde 2018.

As novas reservas garantem aos ind�genas o uso exclusivo dos recursos naturais e os cientistas afirmam que essas �reas atuam como um freio ao desmatamento na Amaz�nia.

No governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), que prometeu antes de chegar ao poder "n�o ceder um cent�metro" de terra aos ind�genas, o desmatamento aumentou 75% em rela��o � d�cada anterior.

"O olhar mudou (...), mas sabemos que temos um longo caminho pela frente", afirma Txai. "Meu papel � cobrar, pressionar, ainda restam muitos territ�rios para serem demarcados".

"Tem que fortalecer a Funda��o Nacional dos Povos Ind�genas (Funai), o Minist�rio dos Povos Ind�genas, o do Meio Ambiente", acrescenta.

Para a jovem, o maior desafio vem de um Congresso Nacional "muito conservador, mais do que o �ltimo governo".

Em n�vel global, pede ao mundo que entenda que falar de mudan�a clim�tica n�o � s� falar de economia.

"Estamos quase num ponto sem volta (...). � preciso parar de pensar s� na economia e pensar nas pessoas", afirma.

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