O Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) da entidade manteve a taxa Selic inalterada pela sexta vez consecutiva, baseando sua decis�o na infla��o ainda elevada em rela��o � meta, de 3,25% para este ano, com teto de 4,75%, conforme indicou em comunicado ao final de sua terceira reuni�o do ano.
O Copom indicou que "ir� perseverar at� que se consolide n�o apenas o processo de desinfla��o como tamb�m a ancoragem das expectativas em torno de suas metas" para a infla��o.
Embora a infla��o acumulada em 12 meses tenha recuado dos dois d�gitos registrados em v�rios meses do ano passado para 4,65% em mar�o, as proje��es do mercado subiram nas �ltimas semanas para 6,05%, segundo o boletim Focus mais recente.
Ainda segundo o Copom, o ambiente externo mant�m-se "adverso" devido, entre outros fatores, � infla��o "resiliente".
Sem se desviar da pol�tica de ajuste monet�rio, para desgosto do presidente Lula, o Copom manteve a Selic em seu n�vel mais alto desde janeiro de 2017, ap�s um ciclo de uma dezena de aumentos consecutivos iniciado em mar�o de 2021 e interrompido em agosto de 2022, quando a taxa atingiu a m�nima recorde de 2% devido � pandemia.
Com o atual n�vel da Selic, o Brasil lidera o ranking dos pa�ses com a maior taxa de juros real (descontando a infla��o) do mundo, segundo a gestora de patrim�nio Infinity Asset.
A decis�o anunciada nesta quarta-feira est� em linha com as expectativas do mercado, segundo levantamento realizado pelo jornal Valor realizado com mais de uma centena de consultorias e institui��es financeiras.
- "Paci�ncia" -
Lula classificou o n�vel da taxa b�sica de juros como "absurdo", ao qual atribui complica��es no mercado de trabalho pelo efeito de desacelera��o da economia.
A alta taxa de juros encarece o custo do cr�dito para consumidores e empresas, limitando a expans�o econ�mica, contrariando as inten��es do presidente da Rep�blica.
O mercado espera crescimento do PIB de 1% em 2023, segundo o Focus. No ano passado, o crescimento foi de 2,9%.
Em resposta t�mida �s press�es, que v�m at� mesmo de setores industriais, o Copom indicou que "a conjuntura demanda paci�ncia e serenidade na condu��o da pol�tica monet�ria".
Entre os riscos, o Copom destacou tamb�m "a incerteza ainda presente sobre o desenho final do arcabou�o fiscal" para controlar o gasto p�blico, cujo projeto apresentado pelo governo est� sob an�lise do Congresso.
Apesar de um cen�rio "menos prov�vel", o Copom garantiu que "n�o hesitar� em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinfla��o n�o transcorra como esperado".
As previs�es de mercado apontam que o BC iniciar� o ciclo de cortes nos juros a partir de setembro, e fechar� o ano em 12,5%, segundo o Focus.
"Incorporamos no cen�rio uma eleva��o da meta de infla��o (at� 6% ao fim deste ano) e com isso nossa previs�o � que a taxa b�sica de juros comece a cair a partir de setembro, chegando a 12,5% ao final de 2023", informou Claudia Moreno, economista do C6 Bank, em um relat�rio.
A infla��o global tem motivado uma pol�tica de ajuste monet�rio semelhante em outros pa�ses, como os Estados Unidos, onde o Federal Reserve (Fed, Banco Central americano) anunciou nesta quarta-feira a d�cima alta consecutiva de juros, de 0,25%, para entre 5,00%-5,25%.
BRAS�LIA