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Estado de Minas LOS ANGELES

Roteiristas de Hollywood lamentam 'uberiza��o' da profiss�o


04/05/2023 10:50

Cansados de uma situa��o de trabalho cada vez mais precarizado na era do 'streaming', os roteiristas de cinema e televis�o entraram em greve por causa da "crise existencial" nos bastidores de Hollywood, uma f�brica de sonhos que maltrata a fonte de suas hist�rias.

"O que os est�dios est�o tentando fazer � basicamente transformar nosso trabalho em um trabalho tempor�rio, o que impossibilita que os roteiristas tenham uma carreira", afirmou Sarah Fischer, ao lado de outros manifestantes em frente ao est�dio Warner Bros.

Ap�s trabalhar por 10 anos como assistente - especialmente em grandes s�ries da Marvel, como "Agents of S.H.I.E.L.D."-, esta mulher de 30 anos acaba de ser aceita no sindicato Writers Guild of America (WGA).

A organiza��o, que representa quase 11.500 roteiristas do setor, anunciou esta semana uma greve que n�o acontecia h� 15 anos, ap�s o fracasso das negocia��es com os est�dios de Hollywood e plataformas de streaming por melhores sal�rios e condi��es.

Assim como outros roteiristas, Fischer est� angustiada em sua busca por emprego porque suas reservas "est�o diminuindo rapidamente".

No modelo televisivo tradicional, os roteiristas eram contratados para trabalhar em s�ries compostas por 20 ou mais epis�dios por temporada. Esta condi��o permitia trabalhar boa parte do ano, mas o cen�rio virou de cabe�a para baixo com a chegada das plataformas de streaming.

Agora, as temporadas podem ter apenas seis a oito epis�dios, o que torna o trabalho cada vez mais escasso e as equipes de roteiristas menores.

Fischer contou que tem "amigos que vieram de shows de sucesso e que est�o literalmente dirigindo Ubers ou passeando com cachorros (...) s� para chegar no fim do m�s".

- Direito autoral -

A profiss�o sempre lutou com a natureza inconstante das produ��es de Hollywood, mas agora "j� n�o � mais uma carreira sustent�vel", afirmou Brittani Nichols, de 34 anos, roteirista da s�rie de sucesso "Abbott Elementary".

Esta escritora denuncia o descarrilamento da "renda residual", um direito autoral que � somado no sal�rio dos roteiristas a cada reexibi��o da obra.

Embora possam ser pagamentos muito elevados para programas exibidos em canais de televis�o tradicionais - alavancados pela publicidade -, estes s�o muito baixos quando uma s�rie � exibida em plataformas de streaming, que n�o compartilham n�meros de audi�ncia.

Assim, a reserva financeira que permitia que os profissionais sobrevivessem a per�odos de inatividade quase desapareceu, explica Nichols.

Depois de 10 anos neste servi�o, a remunera��o que recebe pelo uso de suas obras em plataformas de streaming tem valores inacredit�veis. "N�o � quase nada. Talvez eu possa comprar um peda�o de pizza", lamenta.

A roteirista afirma que "todos os programas em que trabalhei, eu escrevi por seis, oito, dez semanas, e isso n�o � suficiente para durar um ano inteiro em Los Angeles".

O sal�rio m�nimo para um "roteirista da equipe", o menor n�vel na tabela do sindicato, � de US$ 4.500 (R$ 22.599,45) por semana.

Consultados pela AFP, muitos roteiristas afirmaram n�o conseguir muitas semanas de trabalho por ano.

Com o advento do 'streaming', o trabalho ficou mais prec�rio. De acordo com os n�meros da WGA, quase metade dos roteiristas de televis�o receberam em 2022 o m�nimo estabelecido pelo sindicato, contra apenas um ter�o em 2014.

- Cultura do Vale do Sil�cio -

At� mesmo os mais experientes sentem a press�o financeira. Alguns roteiristas, como Adam Pava, afirmam que Hollywood foi contaminada pela cultura do Vale do Sil�cio, sede da Netflix e do Uber.

Aos 48 anos, Pava recentemente teve que negociar duramente com um est�dio que ofereceu um contrato que era US$ 150 mil (cerca de RS$ 753 mil) abaixo do valor recebido por �ltimo filme anterior.

A virada do 'streaming' fez com que "os executivos se inspirassem mais nos costumes do mundo da tecnologia do que no velho mundo de Hollywood", lamenta. "No passado, a miss�o dos est�dios era fazer grandes filmes. Hoje eles buscam acalmar os acionistas."

Os grevistas est�o furiosos com os executivos dos est�dios que, culpando a press�o de Wall Street para buscar lucros cada vez maiores, est�o cortando empregos - como as 7.000 pessoas que ser�o demitidas da Disney. empregos est�o prestes a desaparecer.

"S�o tempos dif�ceis, (...) mas tudo � fruto da gan�ncia da ind�stria", denuncia Danielle Sanchez-Witzel, da WGA, ao lembrar que as demandas do sindicato representam s� "2% dos lucros" dos est�dios.

"S� exigimos a nossa parte daquilo que criamos", clama em nome dos roteiristas.

Uber

NETFLIX

The Walt Disney Company

TIME WARNER INC.


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