"A viol�ncia no Sud�o � uma trag�dia e tem que terminar", declarou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que assinou uma ordem executiva que amplia as possibilidades de impor san��es aos respons�veis.
Aqueles que se exp�em a san��es "s�o indiv�duos respons�veis por amea�ar a paz, seguran�a e estabilidade" naquele pa�s do nordeste da �frica, de 45 milh�es de habitantes.
Testemunhas em Cartum relataram explos�es e tiroteios nas ruas desde a madrugada.
Os combates come�aram em 15 de abril entre o ex�rcito comandado pelo general Abdel Fatah al Burhan, l�der de fato do pa�s, e as for�as paramilitares de seu ex-aliado e agora rival, Mohamed Hamdan Daglo.
Ao menos 550 pessoas morreram e 4.926 ficaram feridas, de acordo com o balan�o mais recente do minist�rio da Sa�de, que provavelmente inclui n�meros conservadores.
Os combates violentos tamb�m causaram um �xodo em massa da popula��o, destacou a ONU. "Mais de 50.000 pessoas cruzaram a fronteira com o Egito em 3 de maio; mais de 11 mil, a fronteira com a Eti�pia; e 30 mil, a fronteira com o Chade."
A ONU estimou hoje que ir� precisar de US$ 445 milh�es (R$ 2,2 bilh�es) para ajudar as pessoas que fogem da viol�ncia. Seu secret�rio-geral, Antonio Guterres, considerou "absolutamente essencial" que a crise n�o ultrapasse as fronteiras.
- Visita -
Quando os combates explodiram, os dois generais deveriam participar de uma reuni�o com mediadores internacionais para discutir a integra��o das FAR ao Ex�rcito oficial, condi��o crucial para uma transi��o democr�tica. Cartum, no entanto, acordou com um cen�rio de combates nas ruas em 15 de abril.
"A cada minuto de guerra, mais pessoas morrem ou saem �s ruas, a sociedade se desintegra e o Estado enfraquece e se decomp�e um pouco mais", disse Khalid Omar Youssef, ministro civil do governo deposto em um golpe de 2021 liderado pelos generais.
O secret�rio de Assuntos Humanit�rios da ONU, Martin Griffiths, fez ontem uma visita rel�mpago ao Sud�o, para negociar uma entrada segura da ajuda e dos trabalhadores humanit�rios, depois que seis caminh�es de assist�ncia do Programa Mundial de Alimentos (PMA) foram saqueados quando seguiam para regi�o de Darfur.
Esta regi�o do oeste do Sud�o ainda sofre as consequ�ncias de uma guerra que come�ou em 2003, quando o ent�o ditador Omar al Bashir enviou as mil�cias Janjaweed, formadas por tribos �rabes, para atacar as minorias �tnicas rebeldes.
A ONG Conselho Noruegu�s de Refugiados afirmou que a viol�ncia na capital de Darfur Ocidental, El Geneina, deixou pelo menos 191 mortos.
"Dezenas de assentamentos foram incendiados ou destru�dos e milhares de pessoas foram deslocadas", afirmou a ONG.
Tanto Griffiths quanto o enviado especial da ONU para o Sud�o, Volker Perthes, conversaram com Burhan e com Daglo por telefone sobre a necessidade de envio de ajuda � popula��o, tuitou o primeiro.
O Alto Comiss�rio das ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, descreveu a situa��o como "desoladora" e "catastr�fica". Ele acusou o Ex�rcito de bombardear as proximidades de um hospital, e as FAR, de usarem pr�dios civis como bases.
O Conselho Noruegu�s de Refugiados disse que a viol�ncia na capital de Darfur Ocidental, El Geneina, "resultou na perda de, pelo menos, 191 vidas". "Dezenas de assentamentos foram queimados ou destru�dos e milhares de pessoas foram deslocadas", alertou a ONG.
- Solu��es africanas -
Os esfor�os de media��o s�o cada vez mais intensos, mas o Ex�rcito anunciou ontem que prioriza as iniciativas do bloco regional do leste da �frica, porque deseja "solu��es africanas para os problemas do continente. Tamb�m afirmou que examina uma iniciativa EUA-Ar�bia Saudita para interromper os combates.
A Liga �rabe deve se reunir no pr�ximo domingo para discutir a situa��o no pa�s, informou uma fonte diplom�tica � AFP.
O enviado geral de Burhan viajou hoje para Adis Abeba, capital da Eti�pia, e o chefe da diplomacia eg�pcia, Samed Chukri, anunciou que havia conversado com os dois generais rivais.
Desde a queda de Bashir em um golpe em 2019, durante uma revolta popular, mediadores internacionais tentam levar civis e militares para a mesa de negocia��es. Analistas, no entanto, consideram que o processo deu um protagonismo excessivo a Burhan e Daglo, que, em outubro de 2021, aliaram-se em um golpe que provocou o colapso da transi��o para um governo civil.
CARTUM