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Estado de Minas BROWNSVILLE

'Chegamos para trabalhar' - migrantes buscam recursos nos EUA ap�s travessia apressada


11/05/2023 15:41

Dois dias depois de ter sua entrada nos Estados Unidos permitida, Roberto n�o perde tempo e j� trabalha no conserto das paredes de um estabelecimento em Brownsville, Texas. Enquanto isso, Javier lava carros. Dizem que foram aos EUA para trabalhar, e j� come�aram.

Nesta cidade fronteiri�a com Matamoros, M�xico, os migrantes homens s�o liberados ap�s se entregarem � patrulha de fronteira e cumprirem os requisitos para que um juiz avalie o pedido de asilo deles. Esse processo pode levar at� tr�s anos. Enquanto isso, come�am a construir uma vida.

"Estou aqui, preparando o material, concreto, pronto para selar e, bem, terminar a obra. Estamos pintando, deixando tudo impec�vel, tudo bonito, fino, como � aqui", comenta Roberto Mart�nez, de 36 anos.

Habilidoso em v�rios of�cios, ele passa a esp�tula com argamassa para reparar as bases da plataforma onde as m�quinas de abastecimento de combust�vel s�o colocadas em um posto de gasolina.

"Tenho dois dias aqui [desde que fui liberado]. Peguei esse trabalho porque preciso continuar avan�ando. Quero chegar a Nova York. Sou venezuelano. Vim a p�, de �nibus, bem, � uma longa jornada que n�o desejo a ningu�m, mas sigo em frente, sempre com meu Deus Todo Poderoso", acrescenta.

Na v�spera do fim do T�tulo 42, uma medida da era Trump que permitia a expuls�o de migrantes por motivos sanit�rios, como a pandemia, milhares deles optaram por cruzar o Rio Grande a partir do M�xico e se entregarem � patrulha.

Eles temem a nova norma que entrar� em vigor, o T�tulo 8. Embora permita solicitar asilo, tamb�m acelera as expuls�es, deporta��es e imp�e san��es como proibir a entrada no pa�s de quem tentar cruzar irregularmente.

A poucos metros dali, outro migrante passa um rolo de tinta branca nas paredes do posto de gasolina. Um alto-falante com m�sica urbana toca no volume m�ximo enquanto trabalham. Parece um dia de trabalho comum em algum pa�s da Am�rica Latina.

- Lavagem de carros -

Javier Liendo, um venezuelano de 23 anos, segura um cartaz amarelo chamativo que diz "LAVAGEM DE CARROS". O dono do posto de gasolina permitiu que eles lavassem carros para ter uma renda. Ao fundo, � poss�vel ver a ponte internacional que leva ao M�xico.

"Chegamos aqui para trabalhar, cara", diz Javier. "Estamos juntando [dinheiro para] a passagem, mas trabalhando, trabalhando. N�s [inicialmente] viemos pedir dinheiro, mas nos deram apoio aqui e estamos lavando carros e as pessoas nos ajudam com alguma coisa", conta. A maioria deles � de jovens que tamb�m sonham em estudar.

"Eu, com 19 anos, gosto de estudar, gosto de tudo, e tive que sair do meu pa�s por uma situa��o que, no final das contas, n�o dava em nada e eu nem podia seguir a carreira que eu queria, e o que nos restou foi isso, sair do nosso pa�s, buscar outro futuro", afirma Sair Medina, um venezuelano que lava carros.

Aqueles que oferecem emprego preferem n�o aparecer em p�blico. Da mesma forma, os vizinhos que chegam para lhes dar comida e roupas muitas vezes optam pelo anonimato. N�o est� claro se a situa��o legal deles permite que trabalhem.

Enquanto isso, Cleiber Colmenares, que acabou de ser liberado em Brownsville, observa seus compatriotas e se enche de f�.

"Tenho uma filhinha de quatro anos e um filhinho de cinco para quem quero dar um futuro melhor. Tenho 26 anos e ainda tenho muita vida pela frente, vou me esfor�ar aqui, porque o que eu gosto � de trabalhar e juntar grana", comenta.

Eli Gonzales, de 23 anos, tamb�m est� disposto a trabalhar para comprar sua passagem para Nova Jersey, seu destino final.

"Para ganhar dinheiro aqui, olha, [vamos] lavar carros, para que saibam que tamb�m h� pessoas boas. Muita gente nos discrimina, mas, bem, que Deus aben�oe a todos eles. Somos todos seres humanos."


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