O Cogat, �rg�o do Minist�rio israelense da Defesa que supervisiona as atividades civis nos territ�rios palestinos, anunciou hoje "a reabertura parcial e progressiva" das passagens de fronteira de Erez, que permitem o tr�nsito de palestinos por Israel.
Tamb�m foi aberto o Kerem Shalom, �nico ponto de passagem israelense para levar mercadorias para a Faixa de Gaza, um empobrecido territ�rio palestino controlado pelo movimento isl�mico Hamas, onde vivem 2,3 milh�es de pessoas.
A "abertura completa" ser� poss�vel ap�s novas avalia��es da situa��o, acrescentou a entidade, em um comunicado.
Desde ter�a-feira (9), os confrontos entre Israel e grupos armados de Gaza mataram 34 palestinos, e cerca de 190 pessoas ficaram feridas no enclave, segundo o Minist�rio palestino da Sa�de. Do lado israelense, uma senhora de 80 anos morreu na quinta-feira (18), em Rehovot, no centro de Israel, e 30 pessoas ficaram feridas.
A tr�gua negociada pelo Egito, tradicional mediador entre o Ex�rcito israelense e os grupos armados palestinos em Gaza, entrou em vigor no s�bado �s 22h locais (16h no hor�rio de Bras�lia).
Apesar do cessar-fogo, um foguete foi disparado contra Israel neste domingo. Caiu em um terreno baldio, de acordo com um comunicado divulgado pelo Ex�rcito israelense.
Em sua tradicional missa dominical no Vaticano, o papa Francisco expressou sua esperan�a em que se chegue a um cessar-fogo mais duradouro, "porque as armas n�o trar�o seguran�a, nem estabilidade".
Na Faixa de Gaza, os moradores lamentaram os estragos causados pelos ataques israelenses, que destru�ram 51 casas e for�aram o deslocamento de cerca de 950 pessoas, segundo a ONU.
"Estamos na rua, n�o h� casa para os meus filhos", disse � AFP Mohammed al Louh, de 69 anos, que teve sua casa arrasada no s�bado, no acampamento de refugiados de Nuseirat (centro).
- "Voltar a respirar" -
As autoridades israelenses suspenderam hoje as restri��es ao movimento de moradores de zonas lim�trofes, que passaram v�rios dias trancados em abrigos pelos foguetes disparados da Faixa de Gaza.
"Tivemos muito medo", desabafou Yael, na cidade costeira de Ashkelon.
"Ficar quatro dias trancada em casa � muito dif�cil (...), agora voltamos a respirar", acrescentou essa mulher, de 60 anos.
Israel e a Jihad Isl�mica, grupo considerado uma "organiza��o terrorista" pelo Estado hebreu, pela Uni�o Europeia e pelos Estados Unidos, concordaram em respeitar o cessar-fogo. Ambas as partes advertiram, no entanto, que n�o hesitariam em retomar a viol�ncia, em caso de descumprimento do pacto.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, celebrou neste domingo um cessar-fogo "perfeitamente" executado.
"Hoje, os inimigos de Israel em Gaza e al�m sabem que, mesmo que tentem se esconder, podemos e vamos alcan��-los", declarou ele, no in�cio de uma reuni�o de gabinete.
No territ�rio palestino, a Jihad Isl�mica alertou Israel contra "qualquer a��o est�pida, ou assassinato de comandantes da resist�ncia palestina".
O secret�rio-geral da ONU, Ant�nio Guterres, saudou neste domingo o acordo de cessar-fogo e ofereceu suas "mais profundas condol�ncias" �s fam�lias das v�timas, segundo um comunicado emitido por seu porta-voz, Stephane Dujarric.
Guterres tamb�m elogiou o Egito por seu "papel fundamental em encerrar as hostilidades" e mencionou o Catar, o L�bano e os Estados Unidos, destacou Dujarric.
O secret�rio tamb�m "convidou todas as partes a monitorar o cessar-fogo", acrescentou o comunicado.
- Deten��es na Cisjord�nia -
A calma voltou a Gaza, mas houve confrontos na Cisjord�nia, territ�rio palestino ocupado por Israel desde 1967.
O Ex�rcito tamb�m informou a deten��o, em Nablus, de dois palestinos suspeitos de terem disparado contra as for�as de seguran�a, ferindo dois soldados em 25 de mar�o, em Huwara.
A escalada mortal desta semana � a maior onda de viol�ncia entre os dois lados desde agosto de 2022.
Entre os palestinos mortos, est�o seis comandantes da Jihad Isl�mica, assim como combatentes desse movimento e da Frente Popular de Liberta��o da Palestina (FPLP), outro grupo armado.
O Escrit�rio de Coordena��o de Assuntos Humanit�rios das Na��es Unidas (OCHA) confirmou a morte de pelo menos 13 civis, sete deles menores de idade. O Ex�rcito israelense afirma que quatro civis, tr�s deles menores, foram mortos por foguetes palestinos que ca�ram dentro da Faixa.
De acordo com um oficial do Ex�rcito israelense, os palestinos dispararam 1.468 proj�teis na dire��o do territ�rio israelense, incluindo 1.139 que passaram por seu espa�o a�reo. O ?Ex�rcito disse ter conseguido interceptar 430 deles.
GAZA