Mocha tocou o solo entre as cidades de Cox's Bazar, em Bangladesh, e Sittwee, em Mianmar, com ventos de at� 195 quil�metros por hora, tornando-se a maior tempestade a varrer o golfo de Bengala em mais de uma d�cada.
A tempestade passou na �ltima hora de domingo e n�o causou grandes danos, como se temia, aos enormes campos de refugiados onde vivem um milh�o de rohingyas, em Bangladesh. As autoridades deste pa�s n�o registraram nenhuma v�tima nesses locais.
Mas na vizinha Mianmar, ao menos 24 pessoas morreram no povoado de Khaung Doke Kar, a noroeste de Sittwe, informou � AFP um dirigente do acampamento rohingya, que pediu para ter sua identidade preservada por temer repres�lias da junta no poder. Outras pessoas continuavam desaparecidas, acrescentou.
Imagens da AFP gravadas na �rea mostravam barcos pesqueiros reduzidos a escombros e amontoados na orla.
A junta militar informou anteriormente que ao menos cinco pessoas haviam morrido no pa�s e que "alguns habitantes" haviam ficado feridos. Mais de 864 resid�ncias e 14 hospitais ou cl�nicas sofreram danos, detalhou em um comunicado.
Em Sittwe, onde vivem cerca de 150 mil pessoas, as comunica��es foram retomadas progressivamente nesta segunda, de acordo com sites de monitoramento de ciclones.
Centenas de pessoas refugiadas em �reas mais elevadas retornaram � cidade por uma estrada cheia de �rvores, postes e cabos el�tricos ca�dos, verificaram correspondentes da AFP.
Ao menos cinco pessoas morreram na cidade e 25 ficaram feridas, afirmou � AFP o socorrista Ko Lin Lin, embora n�o se saiba se algumas dessas v�timas foram inclu�das na contagem da junta.
- "Danos significativos" -
"Eu estava em um mosteiro budista quando a tempestade chegou", relatou um morador � AFP. "A sala de ora��o e a sala de refei��es dos monges desabaram".
A tempestade causou uma mar� cicl�nica de v�rios metros e ventos violentos que derrubaram uma torre de comunica��o em Sittwe, capital do estado de Rakhine, segundo imagens publicadas nas redes sociais.
A m�dia ligada � junta reportou que centenas de torres de telefonia m�vel deixaram de funcionar.
Os problemas de comunica��o dificultam a avalia��o dos danos em Rakhine, mas "as primeiras informa��es indicam danos significativos", informou no domingo o Escrit�rio de Coordena��o de Assuntos Humanit�rios das Na��es Unidas (OCHA).
Em Bangladesh, onde as autoridades evacuaram 750 mil pessoas, Kamrul Hasan, funcion�rio ministerial, disse que o ciclone n�o causou "grandes danos" e que os preju�zos foram m�nimos nos campos de refugiados rohingya.
"Cerca de 300 casas foram destru�das pelo ciclone", afirmou � AFP Shamsud Douza, comiss�rio adjunto de refugiados de Bangladesh.
- "Sobrevivi" -
"Embora o impacto do ciclone pudesse ter sido muito pior, os campos de refugiados foram gravemente afetados, deixando milhares de pessoas desesperadamente necessitadas de ajuda", declarou a ONU, fazendo um apelo urgente por ajuda.
"Sobrevivi porque me refugiei em uma escola com meus tr�s filhos", contou Selin Khan, uma rohingya de 27 anos que perdeu sua casa no campo de refugiados de Nayapara, na cidade de Teknaf.
Em novembro de 2007, o ciclone Sidr devastou o sudoeste de Bangladesh, causando mais de 3 mil mortes e bilh�es de d�lares em danos.
Nos �ltimos anos, previs�es meteorol�gicas mais precisas e evacua��es mais eficazes reduziram drasticamente o n�mero de mortes causadas por ciclones.
Os cientistas alertaram que essas tempestades est�o se tornando mais intensas em certas regi�es do mundo devido �s mudan�as clim�ticas.
SITTWE