(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas ENTENDA

Presidente da Prada compra banca de jornal na It�lia

Al�m de vender jornais e revistas, a banca se tornou ponto de encontro e debate entre frequentadores


18/05/2023 10:54 - atualizado 18/05/2023 11:19
436

Na foto, logo da Prada
O valor da venda foi de 100 mil euros (R$ 535 mil). (foto: Miguel Medina/AFP)
A banca de jornais localizada desde os anos 1950 no centro hist�rico de Arezzo, na regi�o da Toscana, tinha tudo para ser s� mais uma a encerrar as atividades, seguindo o desfecho de outras milhares na It�lia. Mas um de seus antigos frequentadores, que se tornou um dos homens mais ricos do pa�s, ficou sabendo dessa possibilidade e interveio. Patrizio Bertelli, presidente do grupo Prada, comprou a banca e prometeu mant�-la aberta.

O neg�cio foi fechado com a fam�lia do jornaleiro Piero Scartoni, 91, � frente do ponto por 70 anos. "Bertelli foi o a��car que tornou menos amarga minha decis�o de deixar a atividade. Conhe�o-o h� muitos anos, foi um grande cliente de jornais e revistas de arquitetura, design e vela", disse Scartoni ao Corriere della Sera. Segundo o jornal, o valor da venda foi de 100 mil euros (R$ 535 mil).

Nascido em Arezzo, Bertelli, 77, marido da estilista e empres�ria Miuccia Prada, 74, j� havia salvado outros estabelecimentos na cidade. Antes da banca, tinham sido comprados um restaurante do anos 1920 e um caf� do s�culo 19. Segundo a Forbes, ele � a s�tima pessoa mais rica da It�lia, com patrim�nio de US$ 5,7 bilh�es. Em Mil�o, onde o grupo Prada tem sede, uma das docerias mais tradicionais da cidade, a pasticceria Marchesi, com unidade na famosa galeria Vittorio Emanuele 2º, foi adquirida em 2014.

Segundo o jornaleiro de Arezzo, Bertelli est� em busca de um inquilino para tocar a atividade, que come�a �s 5h. "Estou convencido de que ele n�o fechar� minha querida banca. N�o teria vendido se n�o fosse para ele. Vou me aposentar sereno agora."

Como tantas outras no pa�s, al�m de vender jornais e revistas, a banca se tornou ponto de encontro e debate entre frequentadores. N�o � raro entrar em uma na It�lia e encontrar idosos discutindo pol�tica, a �ltima rodada do campeonato de futebol ou alguma anedota entre celebridades. Segundo Scartoni, al�m de jornalistas, jogadores e treinadores de futebol ilustres, sua banca teve como cliente o poeta e cineasta Pier Paolo Pasolini, que tinha um amigo na cidade.
 

Queda nas vendas

No entanto, como sugere o perfil dos consumidores mais regulares de hoje, frequentar uma mesma banca � h�bito das gera��es mais velhas e que, acompanhando a tend�ncia de queda da venda de peri�dicos de papel e de bancas em opera��o, diminui a cada ano.

No ano passado, segundo o sindicato dos jornaleiros, funcionavam 11,9 mil bancas na It�lia, 3,3 mil a menos do que em 2018, apesar de subs�dios oferecidos pelo governo desde 2019. A crise acompanha o decl�nio das vendas de jornais di�rios no pa�s. Em 2022, foi comercializado, em m�dia, 1,33 milh�o de c�pias de papel por dia, 36% a menos do que em 2018.

Como tentativa de manter as bancas em funcionamento, v�rias iniciativas foram lan�adas nos �ltimos anos para diversificar a circula��o de consumidores e a fonte de receita, al�m da venda de peri�dicos e pequenos brinquedos -n�o � comum na It�lia que as bancas vendam ma�os de cigarros.

Em Mil�o, a prefeitura havia credenciado desde 2020, durante a pandemia, dezenas de bancas para a emiss�o de certificados de registros, como casamento e resid�ncia, que antes eram obtidos somente em ag�ncias do tipo cart�rio -o servi�o foi suspenso pelo governo nacional em dezembro, alegando falhas em normas de prote��o de dados.

Uma fun��o que as bancas passaram a ter � a de ponto de retirada de compras feitas em sites como a Amazon. Outra rede milanesa investe, por sua vez, na transforma��o das bancas em pequenas lojas de comidas e bebidas, que dividem as prateleiras com jornais e revistas.

Mas muitos, como o jornaleiro de Arezzo, ainda sonham com o retorno dos anos dourados do papel. "S� o online n�o � o suficiente. Espero que as vendas voltem a aumentar, como nos anos 1980 e 90, quando se formavam filas na porta", diz.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)