"Harrison, temos uma surpresa para voc�", disse o delegado-geral do festival, Thierry Fr�maux, ap�s chamar ao palco o ator americano de 80 anos, antes da exibi��o especial de "Indiana Jones e a Rel�quia do Destino".
Este foi um dos pontos altos do 76� Festival de Cannes, que j� concedeu uma Palma honor�fica ao tamb�m ator americano Michael Douglas na abertura da mostra.
No ano passado, Tom Cruise recebeu a mesma honraria na estreia de "Top Gun: Maverick".
"Eu me sinto muito emocionado. Dizem que quando a gente vai morrer, v� passar a vida em flashes diante dos olhos, e acabo de ver isso. Grande parte da minha vida, mas n�o toda a minha vida", disse o ator.
"Cannes, eu tamb�m te amo", murmurou.
- Quinze anos depois -
A saga Indiana Jones come�ou em 1981 com "Indiana Jones e os Ca�adores da Arca Perdida", que fez sucesso imediato e em todo o mundo.
O quarto epis�dio foi apresentado em 2008, em Cannes, e o astro de Hollywood voltou � Croisette, desta vez sob a dire��o de James Mangold.
Ao pisar no tapete vermelho, o ator, acompanhado da esposa, Calista Flockhart, causou como��o, sobretudo quando foi executada a famosa trilha da saga, composta por John Williams.
Outros membros do elenco tamb�m compareceram � estreia do filme, como Phoebe Waller-Bridge e Mads Mikkelsen. Entre as demais personalidades vistas no tapete vermelho, destacaram-se o cacique Raoni, o cineasta brit�nico Steve McQueen e o rapper franc�s OrelSan.
Os primeiros quatro epis�dios da saga foram dirigidos por Steven Spielberg, que compareceu a Cannes em 2008 para a exibi��o de "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal".
A nova produ��o � ambientada no fim dos anos 1960, mas os roteiristas inclu�ram um "flashback" que exigiu o uso de intelig�ncia artificial para "rejuvenescer" o rosto de Ford para v�rias cenas, em mais um exemplo das mudan�as recentes no setor audiovisual.
No filme, Indiana Jones precisa voltar a usar seu chap�u e chicote para enfrentar antigos inimigos nazistas, obcecados com um objeto fabricado nada menos do que pelo s�bio grego Arquimedes.
- Document�rio de 3 horas e 40 minutos -
Cannes costuma alternar os grandes momentos hollywoodianos com propostas mais densas. E nesta quinta-feira a miss�o coube ao document�rio "Youth Spring", do chin�s Wang Bing, com 3 horas e 40 minutos de dura��o.
Bing � um diretor que leva o tempo que considera necess�rio (cinco anos desta vez) para registrar um testemunho em filme das profundas mudan�as sociais que seu pa�s vive sob o governo rigoroso do regime comunista.
Em "Youth Spring", o cineasta acompanha com sua c�mera os milh�es de jovens que abandonam seus vilarejos no interior do pa�s para trabalhar em f�bricas t�xteis de cidades como Xangai.
Filmadas de forma discreta, �s vezes at� clandestinamente, as obras de Bing j� foram premiadas em diversos eventos, como os festivais de Veneza ou de Locarno.
Um dos destaques de sua filmografia � "The Ditch" ("A Vala", 2010), que denuncia os campos de trabalhos for�ados para prisioneiros pol�ticos no deserto de Gobi, nos anos 1960, sob o regime de terror de Mao Ts�-Tung.
O diretor chin�s apresentar� outro document�rio em Cannes, "Man in Black", filmado em um teatro de Paris e com apenas um personagem, o compositor exilado Wang Xilin.
Outro aspirante � Palma de Ouro, o alem�o Wim Wenders, tamb�m apresenta dois filmes em Cannes: um longa-metragem de fic��o, "Perfect Days", na mostra oficial, e "Anselm", um document�rio sobre o artista Anselm Kiefer.
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