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Estado de Minas PARIS

Librairie des Alpes em Paris, uma testemunha impotente da mudan�a clim�tica


22/05/2023 14:00
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A Librairie des Alpes �, h� quase um s�culo, o lugar favorito em Paris para os montanhistas, que agora veem em seus livros e fotografias o testemunho do impacto do aquecimento global nas montanhas.

A mudan�a clim�tica � "uma preocupa��o muito recente", diz seu livreiro Jean-Louis Vibert-Guigue, apesar de dezenas de fotos expostas mostrarem seu impacto em uma montanha "que hoje est� muito mais negra, porque n�o h� neve".

Duas imagens presentes nesta estreita loja com fachada azul resumem essa mudan�a. A primeira, tirada por volta de 1885, mostra um presente Mar de Gelo aos p�s do Mont Blanc. Na segunda, a rocha aparece entre um fino tapete branco 130 anos depois.

"Com meus pais, nunca convers�vamos sobre isso. Na melhor das hip�teses, diz�amos: 'Est� quente neste ver�o', ou 'est� nevando neste inverno!'", lembra Vibert-Guigue, dono da livraria inaugurada em 1933, perto do rio Sena.

A loja foi fundada por Andr� Wahl, um f� das montanhas, e por Elise - uma parente sua dele e m�e de Jean-Louis -, que a administrou por quatro d�cadas, at� os 85 anos de idade. Ent�o, passou o bast�o para o filho.

A hist�ria dos maci�os montanhosos e de sua conquista pelos humanos � o foco de sua cole��o de livros, que inclui uma obra do escritor e fil�sofo Jean-Jacques Rousseau, de 1761.

Em suas prateleiras, o visitante pode descobrir como se mitificava os alpinistas no s�culo XX e como sua imagem podia ser, inclusive pol�tica, como quando o alem�o Anderl Heckmair elogiou Adolf Hitler em um livro de 1938 sobre os Alpes.

Nesta mistura de Hist�ria e expedi��es, as altera��es clim�ticas eram o grande ausente, mesmo na prol�fica obra de Roger Frison-Roche, cujo livro ""Premier de cord�e" ("O primeiro na corda", em tradu��o literal), de 1941, foi um sucesso mundial.

Mas as imagens em livros e fotografias tornam isso real.

- "Range, fala, chora" -

A imagem mais antiga (por volta de 1865) mostra tr�s homens subindo perto de um monte de neve escultural esculpido pelo vento.

"Escalei muitas geleiras e nunca vi a montanha assim", acrescenta Vibert-Guigue, de 74 anos.

E o calor, cada vez mais precoce, afeta at� a pedra que se quebra.

"A montanha tem calor, range, fala, chora. Sente. Infelizmente, precisa de uma boa onda de frio para melhorar", diz o artista e fot�grafo Nicol�s Seurot na livraria, onde se vende uma de suas obras.

O montanhista italiano Alessandro Sigismondi assistiu, em 3 de julho, a uma dram�tica demonstra��o da mudan�a clim�tica em seu pa�s. Ao chegar � livraria, pede rapidamente fotos da geleira da Marmolada.

Em 2022, ao escalar uma parede pr�xima, uma se��o da geleira desabou, matando 11 pessoas. O derretimento das geleiras acelerou nesse ano quente na Europa. Na v�spera da trag�dia fazia 10�C no topo.

"Estou me dando conta das mudan�as que est�o acontecendo. S�o incr�veis e r�pidas", afirma.


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