Pele negra, cabelos claros, sorriso largo e atua��o explosiva nos palcos: a "rainha do rock" fascinou multid�es em est�dios de todo o mundo. Do Canad� � Austr�lia, mais de 200 milh�es de pessoas aplaudiram a cantora, dona de oito pr�mios Grammy.
Da Casa Branca, que lembrou Tina como um "�cone", a Mick Jagger e Gloria Gaynor, para quem ela "abriu caminho a tantas mulheres negras e brancas no rock", Tina recebeu uma chuva de homenagens imediatamente ap�s o an�ncio de sua morte na Su��a, onde morava.
Pioneira do rock, a cantora inspirou outras rainhas dos palcos, como Beyonc�, que disse em 2005: "Nunca vi uma mulher t�o poderosa, t�o corajosa, t�o fabulosa... E essas pernas!"
- Anna Mae Bullock -
Julho de 1976, em Dallas, Texas: Tina deixa, escondida, o quarto de hotel onde dormia seu marido, o cantor Ike Turner, que acabara de agredi-la pela �ltima vez. Aos 36 anos, ela chegava ao fundo do po�o.
Tina tinha apenas 36 centavos no bolso e iniciava uma exist�ncia errante para escapar do marido, viciado em drogas e violento.
O casal havia se conhecido 20 anos antes, em Saint-Louis, Missouri. Tina, que ainda se chamava Anna Mae Bullock, tinha 16 anos e cantava no Kings of Rhythm, grupo de blues de Ike Turner, oito anos mais velho.
Com Ike, Tina, nascida em Nutbush, Tennessee, em 26 de novembro de 1939, fugiu de um destino que parecia inevit�vel como filha de trabalhadores divorciados colocada desde cedo para trabalhar como empregada dom�stica. Mas tamb�m descobriu a viol�ncia de um homem que decidia tudo e a fez mudar de nome.
"The Ike and Tina Turner Revue" se tornou uma das bandas negras mais populares dos Estados Unidos na d�cada de 1960. As coisas come�aram a mudar quando Ike e seus m�sicos abriram a turn� dos Rolling Stones no Reino Unido e, com isso, as portas para o sucesso do casal na Europa.
- Budismo -
Ike, no entanto, incomodou-se com o sucesso de sua mulher, at� que ela fugiu. Mudando de esconderijo com regularidade, Tina acabou conseguindo o div�rcio e buscou ref�gio no budismo.
As d�vidas passaram a se acumular e a carreira da cantora parecia ter ficado em segundo plano, at� ela conhecer o produtor australiano Roger Davies, que havia relan�ado a carreira de Joe Cocker.
Davies mudou tudo: visual, m�sicos e repert�rio, e deu � cantora um impulso decididamente roqueiro.
Tina voltou aos palcos juntamente com gigantes como Mick Jagger, Rod Stewart e David Bowie. Em 1983, ela retomou o sucesso de 1971 "Let's Stay Together", que marcou sua ressurrei��o.
O single, no entanto, somente foi lan�ado nos Estados Unidos depois que a m�sica chegou ao sexto lugar nas paradas de sucesso do Reino Unido.
O ano seguinte foi o da consagra��o, com o lan�amento do �lbum "Private Dancer", composto pelo guitarrista Mark Knopfler, do Dire Straits. Com "What's Love Got To Do With It", Tina chegou ao topo das paradas em seu pa�s natal.
A cantora consagrou-se no cinema em 1985, no terceiro filme "Mad Max", com Mel Gibson, e assinou outro sucesso: "We Don't Need Another Hero". Dez anos depois, interpretou "GoldenEye", m�sica que deu nome � trilha sonora de um dos filmes de "James Bond".
Com mais de 50 milh�es de �lbuns vendidos, Tina Turner acumulou turn�s de despedida. Aos 70 anos, ainda estava ativa nos palcos.
A cantora instalou-se na Europa na d�cada de 1980, dividindo-se entre Zurique e uma mans�o em Villefranche-sur-Mer, perto de Nice, com seu companheiro, Erwin Bach, 17 anos mais jovem, com quem se casou em 2013, quando Tina se tornou cidad� su��a.
A trag�dia atingiu a vida de Tina em 2018, com o suic�dio, aos 59 anos, de seu filho mais velho, Craig. Em 2022, morreu Ronnie, outro filho da cantora.
Tina acumulou distin��es, como a Medalha das Artes e Letras da Fran�a e um convite � Casa Branca feito por George W. Bush, que a saudou com o t�tulo de "As pernas mais famosas do mundo do espet�culo".
Atualmente, o mito vive em "Tina", musical em cartaz em Londres e Nova York.
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WASHINGTON
Tina Turner, 'simplesmente a melhor' nos palcos
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