ONU arrecada US$ 2,4 bilh�es para aliviar fome no Chifre da �frica

A comunidade internacional se comprometeu, nesta quarta-feira (24), na ONU, a doar US$ 2,4 bilh�es (R$ 11,9 bilh�es) dos US$ 7 bilh�es (R$ 34,7 bilh�es) necess�rios para aliviar a fome no Chifre da �frica, causada por uma seca hist�rica e conflitos cont�nuos.

"A fome foi evitada" gra�as aos esfor�os das comunidades locais, das organiza��es humanit�rias e ao apoio dos doadores, segundo o Escrit�rio de Coordena��o de Assuntos Humanit�rios da ONU (Ocha, sigla em ingl�s).

Mais de 32 milh�es de pessoas em Eti�pia, Qu�nia e Som�lia dependem de ajuda humanit�ria para sobreviver, ap�s a pior seca em 40 anos, com falta de chuvas nos �ltimos cinco anos.

A ajuda prometida ser� usada para levar alimentos, �gua, cuidados m�dicos e nutricionais, e servi�os de prote��o �s comunidades mais afetadas por uma combina��o de fatores, como a seca, conflitos e crise econ�mica.

Mas esse dinheiro � insuficiente, alertou a ONU, que estima em US$ 7 bilh�es o custo da ajuda humanit�ria necess�ria para a regi�o ao longo de 2023.

Caso esse montante n�o seja alcan�ado, "as opera��es de emerg�ncia ser�o paralisadas e as pessoas v�o morrer", afirmou o secret�rio-geral das Na��es Unidas, Ant�nio Guterres, na abertura da confer�ncia de doadores.

O Chifre da �frica - regi�o formada por Eti�pia, Eritreia, Som�lia, Djibuti, Qu�nia e Sud�o - � o epicentro de uma das piores emerg�ncias clim�ticas do mundo, de acordo com a ONU.

Seus habitantes "est�o pagando um pre�o exorbitante por uma crise clim�tica que n�o causaram", declarou Guterres.

Embora as chuvas recentes estejam come�ando a atenuar a seca, tamb�m est�o causando inunda��es que j� afetaram mais de 900 mil pessoas, apontou a ONU. E o fen�meno El Ni�o pode gerar mais deslocamentos, mortes e doen�as no fim do ano.

No entanto, levar� anos para que a regi�o se recupere da seca hist�rica, portanto, representantes de ONGs, Estados e especialistas buscam solu��es duradouras para que a popula��o se adapte �s mudan�as clim�ticas.

Joyce Msuya, vice-coordenadora de ajuda de emerg�ncia da ONU, agradeceu a promessa de fundos, mas ressaltou: "Temos que continuar pressionando para que os investimentos aumentem, principalmente para refor�ar a resili�ncia das pessoas que j� suportam as consequ�ncias das mudan�as clim�ticas".

Segundo um estudo publicado no fim de abril pela World Weather Attribution (WWA), a seca � resultado de uma uni�o in�dita de falta de chuva e altas temperaturas, consequ�ncia direta das emiss�es de gases que alimentam o aquecimento global.