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Estado de Minas CARACAS

Esc�ndalo de corrup��o abala universo das criptomoedas na Venezuela


31/05/2023 12:20
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O mundo das criptomoedas na Venezuela, muito ativo pela busca de um ref�gio frente � infla��o e pelo baixo custo da eletricidade necess�ria para operar com estes ativos, foi abalado por um esc�ndalo de corrup��o que tem origem na empresa estatal do petr�leo PDVSA.

O governo de Nicol�s Maduro apostou forte nos criptoativos como forma de fugir das san��es financeiras impostas pelos Estados Unidos contra a Venezuela, e chegou a lan�ar uma criptomoeda local, o petro, em 2018.

As coisas, no entanto, sofreram uma reviravolta: a Superintend�ncia Nacional de Criptomoedas (SUNACRIP, estatal) viu-se envolvida em um esc�ndalo de corrup��o na PDVSA e em outras empresas e institui��es estatais. Dezenas de funcion�rios foram detidos na trama, que levou tamb�m � ren�ncia do outrora poderoso ministro do Petr�leo, Tareck El Aissami.

- O caso -

Ap�s den�ncias da Justi�a sobre irregularidades na gest�o de fundos de opera��es petroleiras realizadas com criptoativos, o presidente da superintend�ncia, Joselit Ram�rez, foi detido em mar�o, assim como o chefe de opera��es de minera��o digital da institui��o, Rajiv Mosqueda.

Investidores em criptomoedas asseguram que, em meio �s investiga��es, m�ltiplas ordens para apagar fazendas de minera��o digital (onde estes ativos s�o produzidos) e exchanges (plataformas de interc�mbio de criptos) paralisaram o ecossistema local.

A AFP consultou fontes judiciais a respeito do n�mero de fazendas e exchanges afetados, mas at� o momento n�o obteve resposta.

"Est�o torpedeando a minera��o (de criptomoedas). Investiguem o que tiverem que investigar, mas por que t�m que apagar tudo?", perguntou, em conversa com a AFP, Humberto Quevedo, diretor da Associa��o Nacional de Criptomoedas (ASONACRIP, privada) e da plataforma especializada CryptoLand Venezuela, que pede mais "transpar�ncia" das autoridades.

"Voc� tem um problema e a solu��o � pegar uma metralhadora e matar todo mundo?", perguntou Quevedo.

A Superintend�ncia de Criptoativos est� agora sob controle de uma junta interventora, mas sua sede permanece fechada desde a pris�o de Ram�rez. At� mesmo as letras met�licas 'SUNACRIP' na porta do pr�dio no centro de Caracas foram retiradas, constatou a AFP.

O uso de criptomoedas era intenso na Venezuela muito antes da aposta de Maduro no petro. Estes criptoativos foram vistos como um ref�gio frente a uma infla��o cr�nica e � constante deprecia��o da moeda local, o bol�var.

Segundo uma pesquisa apresentada no ano passado na Confer�ncia das Na��es Unidas sobre o Com�rcio e o Desenvolvimento, 10,3% da popula��o venezuelana possuem 'criptos', frente a 8,3% nos Estados Unidos e 5% no Reino Unido.

- Minera��o digital no "limbo" -

A minera��o de criptomoedas como o bitcoin proliferou na �ltima d�cada na Venezuela, impulsionada pelo baixo custo da energia necess�ria para a sua produ��o ou 'minera��o', apesar dos severos problemas de abastecimento el�trico. Perseguida a princ�pio, foi autorizada pelo governo quando este se voltou para os criptoativos e a fomentou com fazendas de minera��o estatais.

A SUNACRIP, criada em 2018 pelo governo Maduro, concedia licen�as de opera��o.

"Todas as pessoas que tentaram legalizar seu estado (frente a SUNACRIP) ficaram expostas", diz � AFP Luis - nome fict�cio para proteger sua identidade -, que apagou duas fazendas de minera��o de bitcoins nas quais tinha cerca de 500 m�quinas. "Est�o melhor os que o faziam de forma an�nima", queixa-se.

"Eu eliminei as fazendas. � um absurdo que venham e te obriguem a apagar tudo at� novo aviso. Tudo isto nos coloca de novo em um limbo legal", acrescenta.

- Falhas com o petro -

Ao mesmo tempo, o clima esfriou ainda mais nos �ltimos dias pela paralisa��o das transa��es com petros, sem explica��es das autoridades. O uso desta criptomoeda sempre esteve praticamente restrito a opera��es com o Estado.

"Repentinamente e sem aviso", a 'blockchain' de petros, tecnologia que permite registrar opera��es com estas criptomoedas, "foi paralisada, impossibilitando transa��es", informou no fim de semana um comunicado divulgado pela plataforma CryptoLand.

A 'blockchain' foi reativada brevemente no s�bado para depois voltar a ser suspensa at� a segunda-feira.

Um prov�vel erro do sistema nas cota��es, mas permitiu adquirir petros a pre�os muito abaixo do mercado, antecipou a situa��o.

"Esperemos que pouco a pouco sejam restitu�dos todos os servi�os e aplicativos derivados", publicou o CryptoLand no Twitter.

Investidores denunciam que centenas de contas de usu�rios do petro foram bloqueadas na plataforma digital de planos sociais do governo, que n�o deu explica��es sobre o ocorrido.


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