O ex-embaixador da Col�mbia na Venezuela, Armando Benedetti, e a ex-bra�o direito do mandat�rio, Laura Sarabia, dever�o responder � autoridade eleitoral em 13 de julho por "supostas irregularidades no financiamento" da campanha de Petro, indicou o Conselho Nacional Eleitoral.
Benedetti e Sarabia, que at� h� pouco tempo faziam parte do c�rculo mais pr�ximo do presidente, foram afastados do governo na sexta-feira, ap�s se verem envolvidos em um caso que parecia um assunto dom�stico mas ganhou repercuss�o nacional.
A revista Semana publicou grava��es em que se ouve Benedetti, irritado e amea�ando a ent�o chefe de gabinete Sarabia de que revelaria contribui��es ilegais � campanha do Petro de cerca de 3,5 milh�es de d�lares (em torno de 17,2 milh�es de reais, na cota��o atual). Ele afirma que, se decidir fazer isso, todos ir�o para a cadeia.
"Laura [...] Todos n�s afundamos. Estamos todos acabados. Vamos presos [...] Com tanta merda que eu sei, todos n�s vamos nos foder. Se voc�s me foderem, eu vou foder voc�s", dizem os �udios repletos de palavr�es atribu�dos ao ex-embaixador e nos quais n�o � poss�vel ouvir seu interlocutor.
Benedetti, um experiente pol�tico tradicional, foi crucial na vit�ria do primeiro governo de esquerda da hist�ria do pa�s e apresentou Petro � sua antiga secret�ria particular, Sarabia, que viria a se tornar o bra�o direito do presidente.
O presidente Petro, por sua vez, garantiu no Twitter que "ningu�m do gabinete do governo [...] ordenou intercepta��es telef�nicas, ou batidas ilegais, nem [...] recebeu dinheiro na campanha de pessoas ligadas ao narco".
"Eu n�o aceito chantagens, nem vejo a pol�tica como um espa�o de favores pessoais", acrescentou, solidarizando-se com Sarabia por sofrer "uma press�o enorme".
Em uma mensagem no Twitter, o ex-embaixador garantiu que os �udios revelados pela Semana "foram manipulados" e pediu "desculpas ao presidente" e a Sarabia "pela agress�o e pelo ataque mal-intencionado".
Em resposta, Petro pediu a Benedetti que "explicasse suas palavras � Promotoria e ao pa�s".
- Thriller pol�tico -
O esc�ndalo come�ou no final de maio, depois que uma pasta com milhares de d�lares foi roubada da casa de Sarabia. A bab� da ex-chefe de gabinete acabou sendo interrogada com um pol�grafo na sede da Presid�ncia. Ela tamb�m teve suas conversas telef�nicas interceptadas, por meio de um boletim de ocorr�ncia falso que a ligava a traficantes de drogas.
Sarabia e Benedetti compartilhavam a mesma bab� e trocam acusa��es de compl�, em uma intrincada hist�ria que ainda deixa muitas perguntas. O Minist�rio P�blico est� investigando o caso.
Ap�s a publica��o dos �udios, o presidente da C�mara Baixa, David Racero, anunciou o "congelamento" dos debates sobre as reformas que o governo tenta transformar em realidade em um Congresso cheio de obst�culos.
No poder desde agosto, Petro iniciou o seu governo com o apoio da esquerda e de alguns partidos tradicionais no Congresso, mas a coaliz�o foi se desmanchando com o passar dos meses e se distancia cada vez mais de suas reformas: reduzir a participa��o privada no sistema de sa�de, redistribuir as terras improdutivas, reformar os sistemas de trabalho e previd�ncia.
Tamb�m ficou congelada sua iniciativa para desarmar as organiza��es ilegais em troca de benef�cios judiciais.
O novo rev�s � particularmente duro para o autodenominado "governo da mudan�a", que agora � criticado por recorrer �s velhas pr�ticas da pol�tica. Segundo a pesquisa mais recente do instituto Invamer, a aprova��o de sua gest�o caiu de 50% em novembro para 34% em maio.
Nesta segunda-feira, o Minist�rio das Rela��es Exteriores da Col�mbia anunciou seu novo embaixador na Venezuela, Milton Rengifo, que fez parte da gest�o Petro na Prefeitura de Bogot� (2012-2015).
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BOGOT�
Autoridade eleitoral da Col�mbia investiga campanha presidencial de Petro
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