Dissid�ncias das Farc negam ter amea�ado crian�as resgatadas na selva colombiana

As dissid�ncias das Farc que se distanciaram do hist�rico acordo de paz de 2016 negaram, nesta quarta-feira (14), ter amea�ado a fam�lia das crian�as ind�genas que estavam perdidas e foram resgatadas depois de 40 dias na Amaz�nia colombiana, como garante o pai dos menores.

Em 1� de maio, os irm�os Lesly (13 anos), Soleiny (9), Tien Noriel (5) e Cristin (1) fugiram de suas terras na companhia de sua m�e por causa de amea�as de rebeldes na regi�o, segundo a vers�o de Manuel Ranoque, pai das duas crian�as mais novas.

O pequeno avi�o em que viajavam sofreu um acidente em plena Amaz�nia, no qual faleceram os tr�s passageiros adultos e s� sobreviveram os irm�os witoto, que foram resgatados 40 dias depois de acidente.

"N�o � correto, e desconhecemos as raz�es das declara��es do pai dos menores quando afirma aos meios de comunica��o que as crian�as e sua esposa estavam fugindo da regi�o de Puerto S�balo e do rio Cahuinar�, no alto Amazonas, por amea�as de nossas unidades", indicaram as dissid�ncias do Estado Maior Central (EMC) em um comunicado.

Al�m da vegeta��o hostil e de animais selvagens, nesta floresta do sudeste colombiano tamb�m est�o presentes os rebeldes, que recrutam e atemorizam seus poucos habitantes.

"Somos uma guerrilha m�vel, n�made e, em nosso deslocamento, chegamos a todas as comunidades ind�genas do sudeste colombiano [...] Boa parte de nossos guerrilheiros vem dali", acrescentou a organiza��o.

A Col�mbia vive um conflito armado de meio s�culo que persiste apesar do acordo de paz firmado entre o governo e a maior parte das antigas For�as Armadas Revolucion�rias da Col�mbia (Farc) em 2016.

O EMC rejeitou esse acordo e hoje � integrado por 3.545 combatentes que se financiam com o tr�fico de drogas e o garimpo ilegal, segundo n�meros da intelig�ncia militar colombiana de 2022.

O governo esquerdista de Gustavo Petro negocia a paz com este e outros grupos armados em uma tentativa de acabar com a guerra interna que j� deixou mais de 9 milh�es de v�timas no pa�s, a maioria delas deslocados.

"Pedimos ao senhor Manuel Ranoque [...] que esclare�a seus coment�rios [...] e assim n�o prejudique esta tentativa de processo de paz que j� hav�amos iniciado com o governo", afirmaram os rebeldes.

O vi�vo, que participou das buscas pelos menores, garantiu temer pela vida das crian�as.

"� disso que eu mais tenho medo porque sei que essas pessoas descaradas, antes de mais nada, podem come�ar a me pressionar com meus filhos, e jamais permitirei isso enquanto estiver vivo", comentou Ranoque aos meios de comunica��o.