O barco pesqueiro em que as v�timas viajavam afundou em �guas internacionais, a 47 milhas n�uticas (87 quil�metros) da costa da Gr�cia, anunciou a Guarda Costeira.
Ap�s uma ampla opera��o de resgate, dificultada pelos fortes ventos, mais de 100 pessoas foram resgatadas com vida.
O porta-voz da Guarda Costeira, Nikolaos Alexiou, declarou � televis�o estatal ERT que os trabalhos de buscas e resgate continuariam durante a noite.
"O barco pesqueiro tinha entre 25 e 30 metros de comprimento. Seu conv�s estava cheio de gente e supomos que seu interior estivesse t�o cheio quanto", disse ele � rede ERT.
"Centenas" de migrantes poderiam estar na embarca��o, afirmou � AFP uma fonte do Minist�rio grego das Migra��es. "Tememos que haja uma n�mero muito maior de pessoas desaparecidas", acrescentou a fonte.
"N�o sabemos o que havia no por�o... Mas sabemos que muitos atravessadores trancam as pessoas para manter o controle", disse � ERT o porta-voz do governo, Ilias Siakantaris.
Segundo Siakantaris, o Executivo recebeu informa��o - ainda n�o confirmada - de que a embarca��o poderia levar at� 750 pessoas.
De acordo com ele, o motor parou de funcionar pouco antes das 23h GMT (20h de Bras�lia) de ter�a-feira e o barco virou em uma das �reas mais profundas do Mediterr�neo.
A embarca��o afundou entre 10 a 15 minutos, aproximadamente, acrescentou Siankantaris em nota � imprensa.
Os sobreviventes s�o principalmente da S�ria, Paquist�o e Egito, detalhou Alexiou.
Um deles contou aos m�dicos do hospital de Kalamata, para onde v�rios sobreviventes foram levados, que havia visto uma centena de crian�as no por�o do barco, segundo a ERT.
A opera��o de resgate teve a participa��o das patrulhas da Guarda Costeira, de uma fragata da Marinha grega, de um avi�o e um helic�ptero da For�a A�rea, al�m de seis barcos que j� estavam na regi�o.
A presidente grega, Katerina Sakellaropoulou, visitou Kalamata e conversou com autoridades sobre os trabalhos de resgate e o alojamento que ser� disponibilizado aos sobreviventes.
- Tr�s dias de luto -
A Gr�cia � governada por um Executivo interino at� as elei��es de 25 de junho. O gabinete do premi� interino, Ioannis Sarmas, declarou tr�s dias de luto oficial e acrescentou que os pensamentos do pa�s est�o "com todas as v�timas dos impiedosos atravessadores que se aproveitam das desgra�as humanas".
A presidente da Comiss�o Europeia, Ursula van der Leyen, se disse "profundamente entristecida" com a not�cia e "muito preocupada com o n�mero de pessoas desaparecidas".
"Devemos continuar trabalhando juntos, com os Estados-membros [da Uni�o Europeia] e com pa�ses terceiros para evitar este tipo de trag�dia", acrescentou.
A Gr�cia viveu outras v�rias trag�dias com embarca��es, frequentemente antigas e superlotadas, mas este � o balan�o de perdas humanas mais grave desde um naufr�gio em 3 de junho de 2016, que deixou 320 mortos ou desaparecidos.
- Passageiros "recusaram ajuda" -
Segundo a imprensa grega, cerca de 30 pessoas foram levadas ao hospital do porto. O porta-voz da guarda costeira, por sua vez, informou que quatro que se encontravam em estado mais grave foram levadas de helic�ptero ao hospital.
Um avi�o de vigil�ncia da ag�ncia europeia Frontex detectou a presen�a da embarca��o na tarde de ter�a-feira, mas os passageiros "recusaram a ajuda", de acordo com um comunicado divulgado pelas autoridades portu�rias gregas.
As autoridades gregas informaram que, no momento do naufr�gio, ningu�m a bordo usava colete salva-vidas.
Tudo indica que o barco partiu da L�bia e tinha a It�lia como destino, segundo as autoridades.
Tamb�m nesta quarta-feira, um veleiro em dificuldades com 80 migrantes a bordo, que navegava nas proximidades de Creta tamb�m foi resgatado e rebocado pela Guarda Costeira at� o porto de Kaloi Limenes, no sul da ilha, perto da L�bia, informou a pol�cia portu�ria grega.
Gr�cia, It�lia e Espanha s�o os principais destinos das dezenas de milhares de pessoas que tentam chegar � Europa, partindo da �frica e do Oriente M�dio.
Com uma extensa fronteira mar�tima, a Gr�cia � uma rota frequente de imigrantes procedentes da vizinha Turquia. O pa�s enfrenta crescentes tentativas de entrada por vias pr�ximas das ilhas C�clades a at� o Peloponeso, para evitar as patrulhas no Mar Egeu, mais ao norte, cen�rio de muitos naufr�gios, muitas vezes fatais.
KALAMATA