Existe uma s�rie "de tend�ncias preocupantes" como "a expans�o cont�nua do trabalho for�ado", afirmou o secret�rio de Estado americano, Antony Blinken, durante a apresenta��o.
"Na medida em que a pandemia interrompia as cadeias de abastecimento em todo o mundo e a demanda aumentava em certas ind�strias", foram utilizadas diversas t�ticas "para tirar proveito dos trabalhadores mais vulner�veis e com sal�rios mais baixos", afirmou.
Blinken tamb�m destacou o aumento do tr�fico de m�o-de-obra atrav�s de golpes online, uma tend�ncia que tamb�m se acentuou durante a pandemia.
"Os traficantes se aproveitaram do desemprego generalizado para recrutar v�timas com ofertas falsas de trabalho e depois as for�aram a realizar golpes internacionais", explicou.
Al�m disso, o respons�vel pela diplomacia dos Estados Unidos destacou "os riscos enfrentados por um segmento de v�timas de tr�fico humano que muitas vezes � ignorado: os meninos e homens jovens".
Segundo um relat�rio recente do Escrit�rio das Na��es Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, na sigla em ingl�s), entre 2004 e 2020, "o percentual de meninos identificados como v�timas do tr�fico de pessoas multiplicou-se por cinco", afirmou Blinken.
Durante anos perdurou "a cren�a generalizada, mas incorreta, de que o tr�fico afeta exclusivamente as v�timas mulheres", disse. Isso teve "consequ�ncias, francamente, devastadoras e tang�veis", com pouqu�ssima ajuda para as v�timas do sexo masculino.
Na realidade, insistiu Blinken, qualquer pessoa, independentemente de seu sexo ou identidade de g�nero, pode ser v�tima dos traficantes, de modo que � preciso "desenvolver recursos para todas as popula��es".
O relat�rio abrange 188 pa�ses, inclu�dos os Estados Unidos, e os divide em tr�s n�veis em fun��o do grau de cumprimento dos padr�es m�nimos.
Os Estados que integram o "n�vel 3" da lista - o mais baixo - podem estar sujeitos a restri��es no acesso a programas de ajuda externa dos Estados Unidos.
Washington manteve nesse n�vel Venezuela, Nicar�gua e Cuba, pa�ses do continente americano com os quais tem uma rela��o bastante tensa.
Ademais, figuram no "n�vel 3" China, Ir�, Coreia do Norte, R�ssia, Afeganist�o e S�ria, entre outros.
- Oito her�is, entre eles uma brasileira -
Tamb�m estiveram presentes na sala os oito "her�is" da luta contra o tr�fico de pessoas que o governo americano homenageia este ano, entre eles uma brasileira, a primeira mulher do pa�s a receber a distin��o.
A maranhense Pureza Lopes Loyola foi uma das escolhidas por seu trabalho para denunciar a escravid�o moderna no Brasil, depois que seu filho ca�ula foi v�tima desse tipo de explora��o e ela empreendeu uma jornada de tr�s anos para encontr�-lo, desafiando fazendeiros e jagun�os na regi�o Norte do pa�s.
O reconhecimento de sua hist�ria - que serviu de inspira��o para o filme "Pureza", lan�ado no ano passado - resultou na cria��o do Grupo Especial de Fiscaliza��o M�vel em 1995 que, em mais de 25 anos de atua��o, foi respons�vel por libertar dezenas de milhares de trabalhadores em condi��es an�logas � escravid�o.
Os outros sete homenageados foram: Paola Hittscher (Peru), Eumelis Moya Goitte (Venezuela), Mech Dara (Camboja), Iman Al-Sailawi e Basim Abdulrazzaq Jebur (Iraque), Evon Benson-Idahosa (Nig�ria) e Zaheer Ahmed (Paquist�o).
WASHINGTON