S�nchez administrou aproximadamente 200 socorristas - entre eles militares e ind�genas - no Comando Conjunto de Opera��es Especiais das For�as Armadas.
Ele admitiu ter se sentido "impotente" em alguns momentos.
Durante as buscas por Lesly (13 anos), Soleiny (9), Tien Noriel (5) e Cristin (1) faziam uso do yag�, bebida tradicional ind�gena feita com ayahuasca, utilizada para entrar em transe espiritual, informou o general em conversa � AFP.
Ele detalhou tamb�m as amea�as dos dissidentes das Farc contra a fam�lia das crian�as e destacou que os irm�os resistiram tanto tempo na selva quanto seus homens mais bem treinados.
Estes foram os trechos mais importantes da conversa:
- Qual foi o momento mais dif�cil durante as buscas? -
"Encontramos a aeronave em 15 de maio e tr�s dias depois coletamos muitas evid�ncias como a mamadeira, as tesouras, o la�o de cabelo, um abrigo, um maracuj� recentemente comido e pegadas muito recentes - de cerca de 24-48 horas".
"Dissemos: hoje encontramos eles (...) Mobilizamos imediatamente mais tropas: infiltramos operadores especiais por rapel e disse a eles: 'n�o parem at� encontrar essas quatro crian�as'. S�o 24 horas para fazer o seu melhor, debaixo da chuva, em um terreno extremamente hostil. N�o encontramos absolutamente nada. A chuva havia lavado todos os vest�gios e eu dizia: 'onde est�o? O que est� acontecendo aqui? H� algo estranho, algo que n�o estamos fazendo direito'".
"Eu me sentia impotente. Quando chegava em casa eu abra�ava meu filho, via ele coberto, dormindo na cama, e minha mente mergulhava na selva e imaginava quatro crian�as em condi��es opostas e talvez � beira da morte.
- Suas cren�as espirituais mudaram? -
"Por interagir com as comunidades (ind�genas), entendo um pouco melhor suas cren�as. Assim como alguns de n�s rezamos para Jesus Cristo, Virgem Maria, e outros para Buda, existe algo m�gico nesta cultura que reza para as florestas e � M�e Natureza".
"Aplicamos a ci�ncia militar. Ao conhecer sua espiritualidade, algo se encaixou e finalmente nos levou ao encontro das quatro crian�as. Os ind�genas tomaram yag� e em suas vis�es, orientavam diversos pontos".
"Eles fizeram muitas observa��es em outros lugares e n�o encontramos absolutamente nada. Entretanto, a �ltima apontou onde estavam nossos quatro menores e estava de acordo com a ci�ncia militar, com as evid�ncias que hav�amos encontrado. Estivemos l�, t�nhamos passado muito perto, mas aquele milagre aconteceu".
"Eu simplesmente reproduzo as palavras que eles (os ind�genas) dizem: Os esp�ritos da selva foram benevolentes no final e a M�e Natureza os devolveu".
- Houve soldados feridos? -
"Quatro de nossos homens sofreram ferimentos: um no olho, outro no l�bio, outro se cortou no dedo, outro nas costas, e tivemos que retir�-los".
Foram os �nicos feridos, em um terreno muito hostil e com amea�a latente.
- Que amea�a era essa? -
"Os dissidentes do grupo narcoterrorista Farc".
"Quando ocorreu o acidente, houve um cessar-fogo bilateral com esta dissid�ncia, mas no meio da busca o acordo foi rompido porque eles assassinaram" quatro ind�genas.
- Os rebeldes est�o a quantos quil�metros do local do acidente? -
"Calculamos que est�o a cerca de 60 quil�metros de dist�ncia, por isso t�nhamos um dispositivo de alerta".
"Existem algumas rotas de narcotr�fico que v�o principalmente da Col�mbia para o Brasil, com tr�fico de coca�na e maconha. E, tamb�m, as armas que voltam do Brasil para a Col�mbia".
- A fam�lia dos menores fugia das Farc? -
"Don Manuel, o pai das crian�as, me contou que fugiu por causa de amea�as. Eles pediram a ele uma porcentagem que as comunidades ind�genas (de Araracuara) recebiam pelos cr�ditos de carbono. Eles exigiam 10%".
- Todos os passageiros adultos morreram imediatamente? -
"A informa��o que temos � que os tr�s adultos morreram ispo facto (pelo pr�prio fato). A probabilidade de sobreviver seria maior se estivessem longe do nariz (do avi�o) - e os menores estavam na parte de tr�s. A menina mais velha conta que viu sua irm� nos bra�os de sua m�e, que mexia os p�s. Ela tirou a beb�. Puxou todos os elementos que os serviam e partiram por cerca de tr�s dias. Eles voltaram porque acreditavam que sua m�e estava dormindo, e n�o morta".
"Quando chegaram s� estavam os tr�s corpos dentro do avi�o, quase em decomposi��o".
- Por que lembrar a hist�ria te emociona? -
"Por baixo desse uniforme est� um ser humano que tamb�m sente, que tamb�m enterrou seus pais. Al�m disso, enterrei um irm�o que, sendo soldado, morreu defendendo os colombianos".
BOGOT�