Blinken visita China para aliviar tens�es bilaterais

O secret�rio de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, iniciou uma visita de dois dias � China neste domingo (18) para aliviar as tens�es bilaterais, na primeira visita de um chefe da diplomacia dos EUA ao territ�rio chin�s em quase cinco anos.

Nenhuma das duas pot�ncias espera grandes avan�os em quest�es espinhosas, mas o objetivo � entrar em um degelo diplom�tico e manter o di�logo para administrar a rela��o bilateral "de forma respons�vel", segundo o Departamento de Estado.

Blinken se reuniu com o ministro das Rela��es Exteriores da China, Qin Gang, em um pal�cio nos antigos Jardins Diaoyutai de Pequim. Os dois passaram por um tapete vermelho e apertaram as m�os diante das bandeiras de seus respectivos pa�ses, sem fazer coment�rios.

A visita de Blinken estava originalmente marcada para fevereiro, mas foi cancelada depois que Washington disse ter detectado um bal�o de espionagem chin�s sobre solo americano.

O presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que espera se encontrar novamente com seu hom�logo chin�s, Xi Jinping, ap�s a extensa reuni�o que tiveram em Bali em novembro, � margem da c�pula do G20.

"Espero que, nos pr�ximos meses, eu me encontre novamente com Xi e possamos conversar sobre as diferen�as leg�timas que temos, mas tamb�m sobre como existem �reas em que podemos nos entender", acrescentou.

Os dois l�deres podem se encontrar na pr�xima c�pula do G20, em setembro, em Nova D�lhi. Xi tamb�m foi convidado a viajar a San Francisco em novembro para o F�rum de Coopera��o Econ�mica �sia-Pac�fico (APEC).

- "Abrir linhas" -

Antes de partir, Blinken mostrou-se otimista, afirmando que o objetivo da viagem � "abrir linhas diretas de comunica��o para que os nossos dois pa�ses possam gerir a rela��o de forma respons�vel, o que inclui enfrentar alguns desafios e equ�vocos e evitar erros de c�lculo".

"A competi��o intensa requer uma diplomacia sustentada para garantir que n�o se transforme em confronto ou conflito", acrescentou o funcion�rio.

Entre os principais pontos de disc�rdia entre os dois pa�ses est�o o com�rcio e a quest�o da ilha democr�tica aut�noma de Taiwan.

A China realizou no ano passado grandes manobras em torno de Taiwan, que foram consideradas um ensaio para uma invas�o, depois que a ent�o presidente da C�mara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, visitou a ilha em agosto.

A visita da presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, aos Estados Unidos tamb�m levou Pequim a realizar tr�s dias de exerc�cios militares em abril.

- Preocupa��es chinesas -

Antes da visita de Blinken, um porta-voz do Minist�rio das Rela��es Exteriores da China, Wang Wenbin, disse na sexta-feira que os Estados Unidos deveriam "respeitar as principais preocupa��es da China" e colaborar com Pequim.

"Os Estados Unidos devem desistir da ilus�o de lidar com a China 'numa posi��o de for�a'. A China e os Estados Unidos devem desenvolver suas rela��es com base no respeito m�tuo e na igualdade, respeitando suas diferen�as", insistiu.

Blinken � o funcion�rio de mais alto escal�o dos EUA a visitar a China desde que seu antecessor, Mike Pompeo, que mais tarde liderou a pol�tica de confronto do ex-presidente Donald Trump com Pequim, o fez em outubro de 2018.

O governo Biden manteve a linha dura e foi ainda mais longe do que o governo anterior em algumas quest�es, por exemplo, a imposi��o de controles de exporta��o para limitar a compra e fabrica��o na China de chips de ponta.

Mas em outras �reas, como a luta contra as mudan�as clim�ticas, Biden tem procurado cooperar com a China.

O ex-diplomata americano Danny Russell descartou que a visita de Blinken levaria a "uma resolu��o das grandes quest�es no relacionamento sino-americano, nem mesmo das pequenas".

"Mas sua visita pode reiniciar o di�logo cara a cara muito necess�rio e enviar um sinal de que ambos os pa�ses est�o passando da ret�rica raivosa na cabine de imprensa para discuss�es s�brias a portas fechadas", acrescentou Russell, vice-presidente da Asia Society Policy Institute.