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Estado de Minas BRAS�LIA

A hiperativa e �s vezes pol�mica diplomacia do governo Lula 3


19/06/2023 09:32
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Com uma diplomacia hiperativa, o presidente Luiz In�cio Lula da Silva devolveu em poucos meses o protagonismo do Brasil ao cen�rio internacional, embora suas posi��es sobre a Ucr�nia e a Venezuela tenham provocado desaven�as.

Desde que assumiu o terceiro mandato na Presid�ncia, em janeiro, Lula, de 77 anos, reuniu-se 33 vezes com chefes de Estado e governo estrangeiros - um a mais que os encontros que seu antecessor, Jair Bolsonaro, teve em quatro anos de governo, segundo levantamento do jornal O Globo das agendas oficiais dos dois presidentes.

Isto sem contar com as reuni�es previstas para esta semana com o presidente italiano, Sergio Matarella, em Roma; o papa Francisco, no Vaticano, e o presidente franc�s, Emmanuel Macron, com quem tem previsto um almo�o na sexta-feira em Paris.

Analistas afirmam que Lula se concentrou em recuperar o prest�gio internacional do Brasil, ap�s o isolamento de seu antecessor.

"O simples fato de n�o ser Bolsonaro deu a Lula uma consider�vel boa vontade global", escreveu recentemente Oliver Stuenkel, professor de Rela��es Internacionais da Funda��o Get�lio Vargas (FGV), no Brazilian Report.

Uma romaria de dirigentes foi a Bras�lia se reunir com Lula e v�rios pa�ses se comprometeram a doar recursos ao Fundo Amaz�nia para o combate ao desmatamento, como Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido, al�m da UE.

Al�m disso, Lula anunciou que a cidade de Bel�m do Par� sediar� a COP30 sobre o clima da ONU em 2025.

- Mediador entre R�ssia e Ucr�nia -

Mas, "a volta" do Brasil ao plano internacional tamb�m gerou pol�mica.

Lula se negou taxativamente a enviar armamentos para a Ucr�nia e a impor san��es ao governo do presidente russo, Vladimir Putin. Ao contr�rio, prop�s a cria��o de um "grupo de paz" para buscar uma sa�da negociada para a guerra, uma iniciativa saudada timidamente no exterior.

Durante viagem � China, acusou os Estados Unidos, que enviou bilh�es de d�lares em armamentos para a Ucr�nia, de "incentivar a guerra". A Casa Branca reagiu, acusando Lula de "papaguear a propaganda chinesa e russa" sobre o conflito.

Em maio, uma tentativa de se encontrar com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, � margem da c�pula do G7, em Hiroshima, no Jap�o, n�o se concretizou. As duas partes alegaram problemas de agenda.

Na ocasi�o, Zelensky disse, ironicamente, que o desencontro pode ter "decepcionado" Lula e o presidente brasileiro se disse "chateado" por n�o ter se reunido com o ucraniano.

A posi��o de Lula sobre a Ucr�nia se alinha ao "antiamericanismo tradicional do PT", disse � AFP o ex-diplomata Paulo Roberto de Almeida.

Mas se justifica "mais especialmente pela alian�a com as duas grandes autocracias", afirmou, em alus�o � China e � R�ssia, das quais o Brasil � parceiro nos Brics.

- Entre Washington e Pequim -

Lula tamb�m tem se posicionado no tabuleiro global dominado pelo confronto entre as maiores pot�ncias mundiais: Estados Unidos e China.

Com um interc�mbio bilateral recorde de 150,5 bilh�es de d�lares (cerca de R$ 785 bilh�es) em 2022, a China � o principal parceiro comercial do Brasil.

Mas Washington � aliado de Lula na defesa da democracia e na quest�o ambiental, eixos de sua pol�tica interna em contraponto ao bolsonarismo.

Lula tentou dar sinais de equil�brio ao articular visitas aos dois pa�ses nos primeiros meses de governo.

"O maior risco e o maior temor do Brasil � ter que se posicionar" entre as duas pot�ncias, afirma Pedro Brites, internacionalista da FGV.

Mas, enquanto a visita de Lula a Washington se limitou a uma reuni�o com o presidente Joe Biden, sem an�ncios concretos, na China, uma expressiva comitiva de ministros e empres�rios brasileiros assinou acordos de coopera��o econ�mica.

Na China, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, resumiu o ponto de vista do Brasil: "N�o temos inten��o de nos afastarmos de um parceiro da qualidade dos Estados Unidos. Queremos investimentos dos Estados Unidos no Brasil", mas "estamos vivendo quase um momento de desinvestimento".

- Defesa de Maduro -

Outro objetivo de Lula tem sido retomar a integra��o sul-americana, rachada depois de anos de desaven�as entre pa�ses vizinhos.

Mas quando os l�deres da regi�o se reuniram no fim de maio, em Bras�lia, convidados por Lula, a defesa do presidente brasileiro ao venezuelano Nicol�s Maduro, ao qualificar como uma "narrativa" as den�ncias de autoritarismo na Venezuela, provocou divis�es.

Tanto o presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou (de centro direita), quanto o do Chile, Gabriel Boric (de esquerda), se uniram nas cr�ticas �s suas declara��es.

Lula acredita que "se for mais cr�tico com Maduro, o canal de di�logo se fecha" para melhorias democr�ticas na Venezuela, afirmou Brites.

Mas, segundo Almeida, "com suas declara��es infelizes, Lula retirou qualquer evid�ncia de sucesso" da c�pula, a primeira em quase dez anos na Am�rica do Sul.


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