O documento internacional, assinado em 15 de junho pelo juiz federal Sebasti�n Casanello, solicita "�s autoridades jurisdicionais uruguaias competentes" a emiss�o de uma "medida cautelar que determine a preserva��o do estado atual do avi�o Hawker Siddeley HS-125 modelo 400B, com c�digo de identifica��o 5-T-30 e 25251, que foi registrado com o prefixo 0653".
A aeronave "estaria no aeroporto internacional �ngel S. Adami" de Melilla, nas proximidades da capital uruguaia, Montevid�u, especifica o documento emitido pelo Tribunal Nacional Criminal e Correcional Federal n� 7 de Buenos Aires.
Casanello, que investiga processos vinculados � Opera��o Condor, assinou o documento depois de ouvir o depoimento em 15 de junho do uruguaio Sebasti�n Santana.
O ilustrador de 46 anos disse ter encontrado o avi�o em setembro do ano passado, quando pesquisava informa��es para um projeto da Universidade de Oxford, no Reino Unido, que documenta as viola��es dos direitos humanos cometidas pelas ditaduras do Cone Sul.
Santana contou � AFP que localizou o avi�o em Melilla ao pesquisar material para uma produ��o audiovisual sobre cinco militantes de esquerda detidos em 1977 em Assun��o pelas for�as de seguran�a paraguaias - e desaparecidos at� hoje.
O caso envolve os argentinos Jos� Luis Nell, Alejandro Logoluso e Marta Landi, assim como os uruguaios Nelson Santana e Gustavo Inzaurralde, que de acordo com documentos do chamado 'Arquivo do Terror' do Paraguai, divulgados em 1992, foram levados para Buenos Aires em 16 de maio de 1977 em um avi�o da Marinha argentina.
"Dez dias depois, Ricardo Peidr�, sobrevivente do centro clandestino de deten��o e tortura 'El Atl�tico' (em Buenos Aires), dividiu uma cela com Inzaurralde. Esta � a �ltima informa��o que existe sobre um dos cinco sequestrados", destaca Santana em um relat�rio apresentado aos tribunais argentinos.
O avi�o foi identificado em Melilla gra�as a dados da p�gina no Facebook da Marinha argentina e de blogs de de f�s da avia��o, que indicavam que a aeronave era utilizada pelo ex-almirante Emilio Massera, comandante da ditadura argentina de 1976 a 1978.
"A aeronave est� em condi��o ruim, apesar de inteira", afirma Santana em seu relat�rio. "Em 2013, parte do painel de navega��o foi desmantelado, mas ainda � um objeto reconhec�vel".
O avi�o, que entrou em opera��o em 1970, foi vendido pela Marinha argentina em 1987 e desde ent�o permaneceu nas m�os de civis, primeiro de empresas argentinas e mais recentemente da empresa uruguaia AirWolf, de "t�xi a�reo".
Santana descarta que tenha sido utilizado nos "voos da morte", nos quais a ditadura argentina atirava os opositores detidos ao mar, ainda vivos.
"Este avi�o n�o poderia ter sido usado para jogar pessoas ao mar porque tem as turbinas na cauda e voa muito r�pido, ent�o seria muito arriscado", explicou.
Santana afirmou que o caso dos cinco ativistas detidos em Assun��o motivou tr�s processos: um no Paraguai, iniciado em 1993 e sem avan�os; outro no Uruguai, pelo qual foi processado com pris�o em 2010 o militar Carlos Calcagno, falecido em 2013; e o terceiro na Argentina, que resultou na condena��o do militar Antonio Va�ek, falecido em 2019.
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