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Estado de Minas NOVA YORK

O 'tranq', a mais recente amea�a no mercado das drogas nos EUA


20/06/2023 16:58
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Dependente de opioides h� anos, Martin viu o letal e viciante fentanil substituir a hero�na em Nova York. Agora, quer evitar cair em uma nova droga que corr�i os tecidos e provoca feridas profundas na pele: o "tranq", a �ltima preocupa��o nos Estados Unidos.

"Ela come os teus tecidos", conta � AFP este homem de 45 anos, durante uma visita ao St. Ann's Corner of Harm Reduction, uma associa��o de ajuda aos dependentes qu�micos, que opera desde a d�cada de 1990 no Bronx.

As cicatrizes que tem nos bra�os e pernas sugerem que provavelmente usou sem saber xilazina, um poderoso sedativo e analg�sico para animais, tamb�m conhecido popularmente como "droga zumbi".

Considerado pela Casa Branca uma "amea�a emergente" nos EUA, � facilmente obtido pela internet.

Frequentemente cont�m fentanil, opioide sint�tico 50 vezes mais potente que a hero�na e principal causa de morte de 110.000 pessoas por overdose no pa�s em 2022. Um recorde.

Segundo dados dos Centros de Controle para a Preven��o de Doen�as (CDC, na sigla em ingl�s), o n�mero de overdoses mortais por xilazina passou de 260 em 2018 para 3.480 em 2021.

Embora a Filad�lfia apare�a como o epicentro da "droga zumbi", em Nova York, 19% das overdoses por opioides - 419 mortes em 2021 - continham esse composto, segundo dados oficiais.

Como o fentanil � um opioide com efeitos de curta dura��o, a hip�tese "� que xilazina seja adicionada para prolong�-los", explica � AFP Courtney McKnight, professora adjunta de epidemiologia cl�nica da Universidade de Nova York.

Al�m das feridas na pele, a abstin�ncia provoca fortes crises de ansiedade, acrescenta.

Martin tenta evitar esse coquetel, "que te deixa nocauteado" durante horas.

- Amputa��o -

Nas sa�das com sua caminhonete pelas ruas do Bronx para levar material de sa�de, fazer testes para detec��o do fentanil, distribuir alimentos ou simplesmente dar conselhos e dizer palavras reconfortantes �s pessoas em dificuldade extrema, o pessoal sanit�rio do St. Ann's constatou um aumento crescente de pessoas com as feridas terr�veis provocadas por esta subst�ncia.

"As pessoas dizem que come�am a aparecer pequenos hematomas ou manchas pretas e depois � como se os tecidos morressem na �rea afetada", explica Jazmyna Fanini, enfermeira do centro.

Fanini mostra uma foto que tirou de um paciente na rua. Sua pele apresenta m�ltiplas feridas, que podem chegar "at� o osso".

"�s vezes � preciso amputar ou fazer um enxerto de pele", acrescenta.

- Isolamento -

Os Estados Unidos sofrem uma crise de sa�de provocada pela epidemia de opioides.

No St. Ann's, o visitante se depara com uma �rvore de papel colada na parede, que vai ganhando folhas � medida que uma pessoa morre de overdose.

Em Nova York, o n�mero de overdoses letais em 2021 aumentou para 2.668 - 80% com rela��o a 2019 - devido ao fentanil e � pandemia, que fez disparar os riscos devido ao isolamento dos dependentes qu�micos, com maior incid�ncia nas popula��es de afro-americanos e hisp�nicos.

A Prefeitura e as associa��es confiam na naxolona, um ant�doto em spray nasal, para reverter a overdose por fentanil. Mas a xilazina, que desacelera a respira��o e o ritmo card�aco, complica a situa��o.

Autorizada para uso em animais, esta droga n�o tem o status de "subst�ncia controlada" em n�vel federal, como as drogas pesadas, o que complica o trabalho dos investigadores, segundo a promotora especial para entorpecentes de Nova York, Bridget Brennan.

"Embora encontremos grande quantidade, n�o podemos processar ningu�m", o que impede "chegar � origem" ou saber como "� distribu�da em grandes quantidades", explica.

- "Veneno" -

Funcion�rios do St. Ann's atribuem o aparecimento de novas misturas �s pol�ticas que criminalizam os dependentes qu�micos.

"Vamos continuar encontrando este tipo de subst�ncias enquanto n�o se atacar o problema real, que � n�o ter um produto seguro", explica o chefe da equipe, Steven Hern�ndez.

"Nesta situa��o, as pessoas est�o se envenenando", lamenta.

O centro m�dico participa de um programa da Prefeitura de Nova York que permite aos consumidores testar sua droga para conhecer os riscos. A iniciativa permitir� tamb�m aos servi�os de sa�de da cidade acompanhar a evolu��o do mercado ilegal em tempo real.

"Ainda � poss�vel evitar a xilazina, ainda n�o � abundante no mercado", explica Leonardo Dom�nguez G�mez, pesquisador do Departamento de Sa�de da cidade de Nova York.

"A forma como a cidade transmite as mensagens e realiza campanhas de sa�de p�blica ter� impacto na situa��o", afirma.


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