Vestidos de branco e agitando bandeiras do pa�s, os manifestantes tomaram as ruas de Bogot�, Medel�n, Cali, Barranquilla e outras capitais regionais, em rep�dio aos projetos do governo para fortalecer o papel do Estado nos sistemas de trabalho, pens�es e sa�de.
"V�o destruir a aposentadoria e a sa�de. Tem sido um governo cego, surdo e mudo (...) Vejo que vive em um avi�o poluindo o meio ambiente que tanto o preocupa", disse � imprensa a senadora de extrema direita Mar�a Fernanda Cabal, em meio � manifesta��o em Cali.
Segundo a pol�cia, 92 mil pessoas protestaram em todo o pa�s, opondo-se, tamb�m, � chamada pol�tica de "Paz Total", com a qual o governo pretende desarmar as organiza��es ilegais em troca de benef�cios penais, entre outras reformas que n�o contam com votos suficientes no Legislativo.
Petro "improvisou muito e, em vez de querer melhorar o que funciona, quer acabar com tudo o que existia. H� muito para melhorar, mas h� muitas coisas boas que n�o t�m que acabar", disse � AFP Gloria Huertas, de 59 anos, em meio a cerca de 30 mil pessoas que protestaram no centro da capital colombiana.
No poder desde agosto, Petro apresentou ao Legislativo projetos para reduzir a participa��o privada no sistema de sa�de, redistribuir as terras improdutivas, reformar as leis trabalhistas, o sistema previdenci�rio e a Justi�a, desarmar as organiza��es ilegais, levar o pa�s em dire��o �s energias limpas, entre outras reformas, mas n�o conta com votos suficientes. Partidos tradicionais que apoiaram o in�cio de seu mandato come�am a lhe dar as costas.
O presidente tamb�m enfrenta um dos piores esc�ndalos pol�ticos de seu governo, sob investiga��o por um caso de escutas ilegais e suposta corrup��o no financiamento de sua campanha presidencial.
O autointitulado "governo da mudan�a" � criticado por recorrer a pr�ticas pol�ticas antigas. Segundo pesquisa da empresa Invamer, sua aprova��o passou de 50% em novembro para 34% em maio.
"H� algumas passeatas contra o governo. Nosso maior dever � cuidar delas. Esta � a express�o do esp�rito democr�tico, que aqui possam se expressar como quiserem", declarou Petro durante a cerim�nia de posse do novo diretor da pol�cia, general William Salamanca.
A autodenominada "Marcha da Maioria" foi convocada pela oposi��o e por ex-militares e policiais aposentados. Muito popular por seu combate �s guerrilhas em meio ao prolongado conflito interno, a for�a p�blica n�o se fazia ouvir abertamente na pol�tica colombiana. Mas a chegada de um opositor de esquerda e ex-rebelde ao poder mudou a situa��o.
Petro, um ex-guerrilheiro que se rebelou em armas nos anos 1970 contra o Estado, antes de assinar a paz em 1990, conta com o apoio de um setor da reserva a suas propostas de reduzir o or�amento militar, aplicar uma pol�tica de promo��o por m�rito e separar a pol�cia do Minist�rio da Defesa.
Publicidade
BOGOT�
Milhares protestam na Col�mbia contra reformas do governo
Publicidade
