
"Quarenta e seis � o n�mero total de corpos que chegaram � Medicina Forense", disse o porta-voz do Minist�rio P�blico, Yuri Mora, que explicou que devem aguardar os exames de identifica��o para verificar se todas as v�timas s�o detentas.
O motim aconteceu em uma penitenci�ria feminina situada 25 km ao norte da capital, indicou Edgardo Barahona, porta-voz policial.
Delma Ord��ez, presidente de uma associa��o de familiares de presos, relatou � imprensa local que as integrantes de um grupo invadiram o setor de uma gangue rival e o incendiaram.
Segundo Ord��ez, as v�timas eram integrantes da Mara Salvatrucha, por isso se suspeita que o ataque foi cometido por membros de uma gangue rival, a Barrio 18.
"O m�dulo est� completamente destru�do, foi queimado em sua totalidade", assinalou.
O enfrentamento tamb�m deixou pelo menos cinco mulheres feridas, que foram levadas para o Hospital Escola, na capital.
O Centro Feminino de Adapta��o Social abrigava cerca de 900 detentas.
Centenas de familiares chegaram desesperados �s cercanias do pres�dio para buscar informa��es sobre a situa��o de seus parentes.
"Emerg�ncia"

A mandat�ria anunciou que convocar� o ministro de Seguran�a, Ram�n Sabill�n, e a presidente da comiss�o interventora dos pres�dios, Julissa Villanueva, para que prestem contas sobre o ocorrido.
"Tomarei medidas dr�sticas", afirmou.
O porta-voz do Minist�rio P�blico, Yuri Mora, disse � AFP que a maioria das v�timas morreu queimada e que outras foram baleadas.
A vice-ministra de Seguran�a e tamb�m presidente da comiss�o interventora dos pres�dios, Julissa Villanueva, declarou situa��o de "emerg�ncia" no centro penitenci�rio.
"N�o vamos tolerar atos de vandalismo nem tampouco irregularidades nessa pris�o. Est� autorizada a interven��o imediata com acompanhamento de bombeiros, policiais e militares, declara-se emerg�ncia", tuitou Villanueva.
Villanueva foi nomeada para o cargo depois que v�rios enfrentamentos em quatro penitenci�rias, registrados em abril, deixaram um morto e sete feridos.
� �poca, a vice-ministra anunciou um plano para retomar o controle das 26 pris�es do pa�s, nas quais h� aproximadamente 20.000 detentos.
O plano inclui um "desarmamento real atrav�s de revistas manuais e eletr�nicas permanentes em 100% das instala��es" e "o bloqueio total de sinal de celular" para que os presos n�o possam comandar a��es criminosas de dentro da cadeia.
Segundo as autoridades, lideran�as do crime organizado que est�o presas ordenam extors�es, sequestros, assassinatos, opera��es envolvendo drogas e outros crimes de dentro das suas celas.
"Narco-Estado"

A corrup��o reina em Honduras e o crime organizado est� infiltrado nos mais altos n�veis de governo.
O ex-presidente Juan Orlando Hern�ndez foi extraditado aos Estados Unidos por tr�fico de drogas em abril de 2022, um ano depois de seu irm�o, Tony, ser condenado � pris�o perp�tua pelo mesmo crime em Nova York.
Os promotores americanos afirmam que Hern�ndez transformou Honduras em um "narco-Estado" que envolve militares, policiais e civis.
A presidente Castro (esquerda) prometeu reverter o "narco-Estado" e combater as gangues violentas.
Desde dezembro passado, ela suspendeu as garantias constitucionais para permitir que a pol�cia fa�a deten��es sem ordens judiciais, diante das queixas da popula��o pelas extors�es.
As extors�es s�o "as principais raz�es da migra��o e do fechamento de pequenas e m�dias empresas", lamentou a presidente.

O chanceler hondurenho, Enrique Reina, escreveu no Twitter que o incidente "demonstra a grande escalada conspirat�ria contra Xiomara Castro das for�as obscuras que transformaram Honduras em um narco-Estado".
Junto com seus vizinhos El Salvador e Guatemala, Honduras faz parte do denominado "tri�ngulo da morte", onde proliferam gangues, conhecidas localmente como "maras", que controlam o tr�fico de drogas e o crime organizado.
A disparada da taxa de homic�dios em Honduras no ano passado, que chegou a 40 por cada 100.000 habitantes, quatro vezes mais que a m�dia mundial, � atribu�da ao tr�fico de drogas e � viol�ncia das gangues.
Sem esperan�a de um futuro melhor, milhares de jovens hondurenhos sonham em emigrar para os Estados Unidos.
O inc�ndio desta ter�a-feira traz � mem�ria o de 25 de fevereiro de 2012, quando 362 presos morreram no pres�dio de Comayagua, 50 km ao norte da capital, na pior trag�dia registrada em centros de deten��o do pa�s centro-americano.