"Hoje houve um acordo" para reestruturar a d�vida de 6,3 bilh�es de d�lares da Z�mbia (em torno de 30 bilh�es de reais na cota��o atual), informou uma fonte do governo franc�s � margem de uma c�pula internacional em Paris.
O pa�s, de 20 milh�es de habitantes, foi o primeiro do continente africano a declarar morat�ria de pagamentos ap�s a eclos�o da pandemia de covid-19, em 2020, e as negocia��es at� agora estavam estagnadas pelas diverg�ncias entre os credores ocidentais e chin�s.
A diretora-gerente do Fundo Monet�rio Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, j� havia parabenizado o presidente zambiano, Hakainde Hichilema, durante uma interven��o antes da c�pula, na qual destacou uma reestrutura��o "�gil e eficaz".
No final de 2022, a d�vida total da Z�mbia era de 32,8 bilh�es de d�lares (cerca de R$ 171 bilh�es, na cota��o da �poca), sendo 18,6 bilh�es de d�lares (aproximadamente R$ 97 bilh�es) com credores estrangeiros, segundo dados do Minist�rio das Finan�as.
Em novembro do ano passado, os credores de pa�ses vulner�veis concordaram em reescalonar a d�vida do Chade, depois de se reunirem em um "marco comum" sobre reestrutura��es da d�vida sob a �gide do G20.
Esse processo foi criticado, por�m, pela lentid�o resultante da discrep�ncia de interesses de seus participantes.
A reestrutura��o da d�vida externa da Z�mbia diz respeito aos empr�stimos bilaterais, concedidos pelos Estados, no valor de 6,3 bilh�es de d�lares, dos quais US$ 4,1 bilh�es (aproximadamente 20 bilh�es de reais) s�o devidos apenas � China, acrescentou a fonte francesa, que descreveu um "dif�cil" processo de negocia��o entre os credores.
- Vinte e dois pa�ses em risco -
Os credores privados, aos quais a Z�mbia deve 6,8 bilh�es de d�lares (aproximadamente 32 bilh�es de reais, na cota��o atual) ter�o que "fazer um esfor�o compar�vel" ao dos pa�ses, acrescentou a fonte, referindo-se a uma cl�usula inclu�da no acordo desta quinta-feira, aprovada tanto pela Z�mbia quanto pelo FMI.
Outra parte da d�vida externa da Z�mbia corresponde a empr�stimos concedidos pelo FMI, pelo Banco Mundial e por bancos multilaterais de desenvolvimento, que n�o podem ser reestruturados.
A d�vida de Z�mbia disparou durante a presid�ncia de Edgar Lungu, criticado pelos empr�stimos vultosos que o pa�s pediu para financiar uma s�rie de projetos de infraestrutura durante seu mandato (2015-2021).
A Z�mbia tem importantes reservas de cobre, mas a queda das cota��es do mineral fizeram sua economia afundar ainda mais. Metade da popula��o zambiana vive abaixo da linha da pobreza.
A pandemia de covid-19 atingiu duramente pa�ses economicamente fr�geis, particularmente na �frica. E a guerra na Ucr�nia agravou a situa��o, devido ao seu impacto nos pre�os dos alimentos.
No fim do ano passado, a d�vida p�blica representava cerca de 56% do PIB nos pa�ses da �frica subsaariana, seu maior n�vel desde o come�o do s�culo, ressaltou o FMI em seu relat�rio de abril sobre o continente.
O custo do financiamento de suas d�vidas nos mercados financeiros � o triplo do obtido pelos pa�ses de economias avan�adas, segundo o FMI, que estima haver 22 pa�ses que atingiram ou se aproximam de um n�vel elevado de risco de superendividamento.
A secret�ria americana do Tesouro, Janet Yellen, afirmou nesta quinta que faria "press�o" para obter "a participa��o plena e r�pida de todos os credores bilaterais nas negocia��es sobre a d�vida" dos pa�ses vulner�veis.
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PARIS
Pa�ses credores aceitam reestruturar d�vida da Z�mbia
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