O l�der do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, anunciou que seus homens, que se dirigiam a Moscou a partir do sudoeste da R�ssia, retornam aos acampamentos, para evitar um banho de sangue.
"Agora � a hora em que o sangue pode correr. Por isso, nossas colunas recuam, para retornarem aos acampamentos", declarou Prigozhin, em mensagem publicada no aplicativo Telegram. Dezenas de russos ovacionaram os milicianos em frente ao quartel-general de Rostov.
Desde o an�ncio da rebeli�o, na v�spera, os homens do Wagner estavam presentes em tr�s regi�es russas: Rostov, Voronej e Lipetsk.
Antes do an�ncio de Prigozhin, o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, aliado de Putin, declarou que havia negociado com o l�der paramilitar para "deter os movimentos" de seus homens e evitar uma nova escalada, e que este havia aceito a proposta.
O presidente russo, Vladimir Putin, prometeu hoje punir a "trai��o" do l�der do Wagner, que se rebelou contra o comando militar de Moscou. Diante de seu maior desafio desde que chegou ao poder, no fim de 1999, Putin se dirigiu em tom marcial � na��o, para afirmar que a rebeli�o do l�der do Wagner, Yevgeny Prigozhin, que ele nunca mencionou explicitamente, representava uma "punhalada" na R�ssia.
"O que enfrentamos � exatamente uma trai��o. Uma trai��o provocada pela ambi��o desmedida e os interesses pessoais" de um homem, acrescentou, prometendo uma "puni��o".
Em mensagem de �udio, Prigozhin reagiu, afirmando que Putin "est� profundamente equivocado" em sua acusa��o de trai��o, descartando uma rendi��o. "N�s somos patriotas", afirmou Prighozin. "Ningu�m planeja se render a pedido do presidente, dos servi�os de seguran�a ou de quem quer que seja", acrescentou.
Nas redes sociais, espalharam-se rumores de que Putin teria abandonado Moscou, mas seu porta-voz afirmou que ele estava trabalhando no Kremlin.
O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, anunciou que Putin havia lhe agradecido por seu "trabalho", depois que o l�der da mil�cia Wagner ordenou que seus homens interrompessem sua marcha para Moscou e retornassem aos seus acampamentos.
"O presidente de Belarus informou o presidente da R�ssia em detalhes sobre os resultados das negocia��es com a lideran�a do grupo Wagner", destacou Minsk, acrescentando que Putin "agradeceu" a seu aliado "pelo trabalho realizado".
O l�der do grupo Wagner havia anunciado, anteriormente, a ocupa��o do quartel-general do Ex�rcito russo em Rostov, centro nevr�lgico das opera��es na Ucr�nia, e assegurado que controlava v�rias instala��es militares, incluindo o aer�dromo.
Autoridades regionais de Rostov e Lipetsk (400 km ao sul de Moscou) pediram que a popula��o permane�a em casa. � tarde, combatentes do Wagner foram vistos na regi�o de Lipetsk.
Em seu discurso, Putin afirmou que a situa��o em Rostov era "dif�cil". No meio do caminho entre Rostov e Moscou, o governador da regi�o russa de Voronezh disse que o Ex�rcito estava executando opera��es de "combate" no �mbito de uma "opera��o antiterrorista" para combater o levante. Um dep�sito de combust�veis pegou fogo, afirmou.
Autoridades refor�aram as medidas de seguran�a em Moscou, onde foi instaurado um "regime de opera��o antiterrorista."
"Todos n�s estamos prontos para morrer. Todos os 25.000 e depois mais 25.000", afirmou Prigozhin pelo Telegram. "� preciso frear quem tem responsabilidade militar no pa�s", afirmou o l�der do grupo Wagner, pedindo que os russos se unam a suas for�as e n�o oponham resist�ncia.
Para apoiar Putin, o l�der da rep�blica russa da Chech�nia (no C�ucaso), Ramzan Kadirov, anunciou que enviaria seus combatentes �s "zonas de tens�o" para "preservar a unidade da R�ssia".
- 'Com o presidente' -
O presidente da C�mara baixa, Viacheslav Volidin, pediu que a popula��o apoie o "presidente Vladimir Putin, comandante-em-chefe" russo, e sua colega da C�mara Alta, Valentina Matvienko, refor�ou que a for�a da R�ssia reside na "unidade [...] e na nossa intoler�ncia hist�rica �s trai��es e �s provoca��es".
O patriarca Kirill, l�der da igreja ortodoxa russa e aliado de Putin, tamb�m pediu "unidade" frente �s "tentativas de semear a disc�rdia".
Os respons�veis pela ocupa��o russa nas regi�es ucranianas de Donetsk e Luhansk (leste) e de Zaporizhzhia e Kherson (sul) tamb�m manifestaram apoio a Putin.
Em meio � situa��o na R�ssia, o Ex�rcito da Ucr�nia lan�ou ofensivas em v�rias dire��es contra as for�as russas na frente leste, e realizou novos avan�os, anunciou o Minist�rio da Defesa. O Ex�rcito russo, por sua vez, anunciou que repeliu nove ataques no sul e leste da Ucr�nia nas �ltimas 24 horas.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a rebeli�o dos mercen�rios mostra "a fragilidade evidente" da R�ssia, e que seu pa�s "� capaz de proteger a Europa de uma contamina��o do mal e do caos russos".
- Investiga��o -
O Minist�rio P�blico russo abriu uma "investiga��o criminal em rela��o � tentativa de organizar um motim armado", anunciou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
Em v�rias mensagens de �udio transmitidas na quinta-feira, o l�der do grupo Wagner afirmou que seus homens foram bombardeados pelo Ex�rcito russo perto da linha de frente com a Ucr�nia e acusou o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, de ter ordenado estes ataques.
As acusa��es "n�o correspondem � realidade e s�o uma provoca��o", reagiu, em nota, o Minist�rio da Defesa.
As for�as de seguran�a russas (FSB) pediram que os combatentes do grupo Wagner detenham seu l�der. Um influente general russo, Sergei Surovikin, instou os milicianos do Wagner a renunciar � rebeli�o.
MOSCOU