"As �ltimas horas foram marcadas por cenas de viol�ncia contra uma delegacia, mas tamb�m contra escolas, prefeitura e, portanto, contra as institui��es da Rep�blica (...) S�o injustific�veis", disse Macron no in�cio de uma reuni�o de crise.
Na ter�a-feira (27), um policial matou com um tiro Nahel, de 17 anos, quando o adolescente se negou a obedecer as ordens de dois agentes durante uma opera��o de controle de tr�nsito em Nanterre, uma localidade ao oeste de Paris conhecida pelo bairro de neg�cios de La D�fense.
O Minist�rio P�blico afirmou nesta quinta-feira que as condi��es legais para o uso da arma "n�o se apresentaram" e pediu a pris�o preventiva por homic�dio volunt�rio do policial de 38 anos suspeito de ter atirado contra o jovem. O agente deve comparecer a uma audi�ncia com dois ju�zes de instru��o.
A tens�o � grande nos sub�rbios da capital francesa: o governo mobilizou 2.000 agentes das for�as de seguran�a durante a noite para tentar evitar novos dist�rbios, mas os protestos tamb�m foram organizados em outras regi�es como Lyon (leste), Toulouse (sudoeste) ou Lille (norte).
Al�m de carros - 66 apenas em Estrasburgo (nordeste) -, os manifestantes tamb�m incendiaram escolas em v�rias cidades como Tourcoing (norte), v�rias delegacias e inclusive a sede da prefeitura de Garges-l�s-Gonesse, ao norte de Paris.
"Estamos cansados deste tratamento. Isto � por Nahel, n�s somos Nahel", gritaram os jovens, que enfrentaram a pol�cia em alguns momentos durante a noite no sub�rbio nordeste de Paris.
O ministro do Interior, G�rald Darmanin, anunciou que 150 pessoas foram detidas durante a noite e denunciou "atos de viol�ncia insuport�veis contra s�mbolos da Rep�blica". Ele tamb�m criticou as pessoas que n�o pediram calma.
A segunda noite de dist�rbios aconteceu algumas horas antes de uma passeata em homenagem a Nahel convocada pela m�e do jovem e que deve acontecer diante da prefeitura de Nanterre, perto do local em que o adolescente morreu. "� uma revolta por meu filho", declarou.
- Estado de emerg�ncia como em 2005? -
A morte de Nahel provocou um grande movimento de indigna��o, de Macron ao astro do futebol franc�s Kylian Mbapp�, e a retomada do debate recorrente sobre a viol�ncia policial no pa�s. Treze pessoas morreram em circunst�ncias similares em 2022.
Um v�deo publicado nas redes sociais, cuja autenticidade foi comprovada pela AFP, mostra o momento em que um agente aponta uma arma para o motorista e atira � queima-roupa quando ele acelera com o ve�culo. Na grava��o � poss�vel ouvir a frase: "Voc� vai levar um tiro na cabe�a", mas n�o fica claro quem a pronuncia.
A fuga do jovem, que tinha ficha na pol�cia por atos similares, terminou poucos metros � frente, quando o carro bateu contra um poste. A v�tima morreu pouco depois de ser atingida por um tiro no t�rax.
A trag�dia provoca a recorda��o dos dist�rbios de 2005 nos sub�rbios das grandes cidades, depois que dois adolescentes morreram eletrocutados quando fugiam da pol�cia em Clichy-sous-Bois, ao noroeste de Paris.
O governo do ent�o presidente conservador Jacques Chirac decretou estado de emerg�ncia, pela primeira vez na Fran�a metropolitana desde o fim da guerra de independ�ncia da Arg�lia. Os dois policiais acusados foram absolvidos em 2015.
"Pe�o o acionamento imediato do estado de emerg�ncia no local dos incidentes", afirmou o l�der de direita �ric Ciotti. A direita e a extrema-direita insistem no respeito � "presun��o de inoc�ncia" dos policiais.
O governo enfrenta uma situa��o delicada, em particular porque as cr�ticas da v�spera geraram desconforto entre os sindicatos de policiais. Agora, o Executivo tenta combinar firmeza diante dos dist�rbios com um apaziguamento para evitar que o aumento da tens�o.
A primeira-ministra Elisabeth Borne cancelou uma visita ao oeste do pa�s e os ministros adiaram as viagens "n�o priorit�rias", anunciou o governo.
PARIS