O pedido de readmiss�o foi aprovado durante uma confer�ncia geral extraordin�ria da organiza��o por 132 votos. Houve ainda 15 absten��es e 10 votos contra, entre eles os de Ir�, S�ria, China e sobretudo R�ssia, que multiplicou os procedimentos e emendas para atrasar a vota��o.
"A resolu��o foi adotada", proclamou o presidente da assembleia, o brasileiro Santiago Irazabal Mour�o, seguido de uma salva de palmas.
Os Estados Unidos anunciaram, em outubro de 2017, sua sa�da da organiza��o, denunciando seu "persistente vi�s anti-israelense". Sua sa�da, junto a de Israel, se tornou efetiva em dezembro de 2018.
O pa�s suspendeu seu aporte financeiro � Unesco desde 2011, sob a presid�ncia de Barack Obama, privando a entidade de 22% do seu or�amento.
Mas o governo de Joe Biden prop�s em junho, em uma carta � diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, "um plano" de reintegra��o � organiza��o, sediada em Paris.
- D�vida de 619 milh�es de d�lares -
A d�vida americana contra�da entre 2011 e 2018 com a Unesco se eleva a atualmente a 619 milh�es de d�lares (aproximadamente R$ 3 bilh�es na cota��o atual), um montante superior ao or�amento anual da organiza��o, avaliado em 534 milh�es de d�lares (aproximadamente R$ 2,6 bilh�es).
Washington informou em sua carta a Azoulay que pediu ao Congresso americano o pagamento de 150 milh�es de d�lares (aproximadamente R$ 730 milh�es) para o exerc�cio fiscal de 2024, uma contribui��o que ser� mantida nos pr�ximos anos "at� a liquida��o dos atrasos".
A reintegra��o americana se d� em um contexto de crescente rivalidade com a China, que deseja transformar a ordem multilateral internacional criada ap�s a Segunda Guerra Mundial e da qual a Unesco faz parte.
A Unesco tamb�m foi palco de intensos debates desde a invas�o russa da Ucr�nia em fevereiro de 2022.
Um diplomata russo expressou sua decep��o pelo retorno dos EUA � entidade.
"Estar�amos dispostos a acolher favoravelmente a vontade de Washington", que "permitiria refor�ar nossa organiza��o", mas "consideramos que tentam nos arrastar para um mundo paralelo, que supera todas as descri��es absurdas dos livros de Lewis Carroll", o autor de "Alice no pa�s das maravilhas", declarou.
"Nesse espa�o deformado, quem defende a democracia e a primazia do direito tenta nos arrastar para uma viola��o das regras e se apropriar de direitos privilegiados", acrescentou, avaliando que Washington deveria pagar toda sua d�vida com a Unesco antes de ser readmitido.
PARIS