Devido a essa diverg�ncia aparentemente insuper�vel, as Conclus�es da C�pula n�o fazem men��o � discuss�o do assunto. Em vez disso, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, emitiu uma nota em seu nome detalhando as posi��es apresentadas.
O ponto de disc�rdia � o acordo alcan�ado em junho pelos ministros do Interior dos pa�ses da UE para reformar o sistema de recep��o de migrantes e de concess�o de asilo, um acordo que foi alcan�ado por maioria qualificada e n�o por unanimidade.
Na reuni�o dos l�deres na quinta-feira, Hungria e Pol�nia argumentaram que essa op��o era inaceit�vel e que bloqueariam qualquer texto das Conclus�es da C�pula, a menos que a demanda por unanimidade fosse considerada.
Este acordo, que ainda precisa ser negociado com o Parlamento Europeu e os Estados do bloco, determina que os membros devem acolher um determinado n�mero de solicitantes de asilo que cheguem aos pa�ses com maior press�o migrat�ria, ou conceder uma contribui��o financeira de 20.000 euros (21.700 d�lares, 105.414 reais na cota��o atual) por cada refugiado n�o acolhido.
- A "m�e" das discrep�ncias -
Para o chefe de governo da Espanha, Pedro S�nchez, a maior dificuldade � encontrar um equil�brio entre responsabilidade e solidariedade entre os pa�ses do bloco, os dois pilares centrais na quest�o migrat�ria.
"Acho que esta � a m�e de todas as discrep�ncias. E tamb�m, obviamente, que quest�es t�o relevantes n�o s�o decididas por unanimidade; isso levou ao bloqueio", disse o presidente espanhol no encerramento da reuni�o.
Entretanto, o primeiro-ministro de Portugal, Ant�nio Costa, lamentou n�o ter sido poss�vel chegar a um entendimento para as Conclus�es, "j� que Hungria e Pol�nia rejeitaram todas as solu��es de compromisso".
O primeiro-ministro da Pol�nia, Mateusz Morawiecki, disse � imprensa que o seu pa�s pede que a inexist�ncia de "realoca��es obrigat�rias e o princ�pio da liberdade de decis�o sobre o poss�vel acolhimento de migrantes" sejam inclu�dos nas Conclus�es.
"Como n�o houve acordo [para adicionar essa no��o na declara��o final], tamb�m n�o houve acordo nas Conclus�es", disse ele.
Na quinta-feira, os l�deres rapidamente encontraram um terreno comum ao discutir a situa��o na Ucr�nia, mas essa concord�ncia desapareceu assim que come�aram a discutir a quest�o da migra��o, o que levou h�ngaros e poloneses a impor seu bloqueio.
- "Oportunidade" de di�logo com Celac -
A declara��o aprovada menciona em um par�grafo que os l�deres europeus discutiram a pr�xima c�pula da UE e dos pa�ses da Am�rica Latina e Caribe, reunidos na Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), marcada para os dias 17 e 18 de julho em Bruxelas, embora a formula��o adotada n�o deixe muito espa�o para otimismo.
Essa c�pula "ser� uma oportunidade para renovar e fortalecer uma parceria baseada em valores, hist�ria e cultura compartilhados, e acordar uma agenda positiva e voltada para o futuro", afirma o documento.
A ideia de adotar um di�logo bilateral regular e institucionalmente estruturado com a Am�rica Latina e o Caribe "garantir� o acompanhamento e a implementa��o de a��es concretas em �reas de interesse comum, incluindo com�rcio e investimento".
Por sua vez, S�nchez (cujo pa�s assumir� no s�bado a presid�ncia rotativa semestral da UE) defendeu que � hora de um "salto" na rela��o do bloco europeu com os pa�ses latino-americanos e caribenhos.
A �ltima c�pula entre l�deres dos dois lados do Atl�ntico ocorreu em 2015 e desde ent�o a UE se concentrou em quest�es urgentes, como o Brexit, a crise migrat�ria, a pandemia do coronav�rus e, mais recentemente, a guerra na Ucr�nia.
Al�m das intensas negocia��es, o presidente da Fran�a, Emmanuel Macron, deixou a c�pula pouco antes do meio-dia desta sexta-feira para viajar com urg�ncia e liderar uma reuni�o de crise sobre os dist�rbios que abalam seu pa�s.
BRUXELAS