
Uma parente do adolescente franc�s baleado pela pol�cia disse em entrevista � BBC que a fam�lia n�o queria que sua morte provocasse tumultos, mas insistiu que a lei sobre uso de for�a letal em blitz de tr�nsito deve mudar.
Nahel M. foi baleado � queima-roupa pela pol�cia depois de n�o parar em uma blitz de tr�nsito na �ltima ter�a-feira (27/6).
"Nunca pedimos �dio ou tumultos", disse a pessoa da fam�lia.
A Fran�a assistiu a cinco dias de tumultos violentos.
Falando � BBC perto da casa da fam�lia em Nanterre, a parente disse que os tumultos – que resultaram em milhares de pessoas presas, lojas saqueadas e centenas de ve�culos incendiados em toda a Fran�a – n�o honram a mem�ria de Nahel.
"N�o pedimos para quebrar ou roubar. Tudo isso n�o � para Nahel", disse � BBC, falando sob condi��o de anonimato porque as tens�es est�o muito altas ap�s a morte de Nahel.
A parente diz ter convocado uma "Marcha Branca na rua. Uma caminhada em mem�ria de Nahel. Uma caminhada, at� com raiva nas ruas, uma manifesta��o, mas sem tumultos".

As autoridades francesas devem agora mudar a lei que permite que policiais atirem durante blitz de tr�nsito, disse a pessoa da fam�lia.
A parente de Nahel pediu "melhor treinamento para a pol�cia francesa, regulamenta��o do uso de armas pela pol�cia e revis�o da lei que permite que a pol�cia use for�a letal se um jovem se recusar a parar em uma blitz de tr�nsito".
O c�digo penal da Fran�a foi alterado em 2017 para permitir um uso mais amplo de armas de fogo depois que a pol�cia disse que estava enfrentando n�veis crescentes de viol�ncia.
Os cr�ticos argumentam que o aumento de tiroteios relacionados a opera��es de tr�nsito � um resultado direto dessa mudan�a.
Eles dizem que a nova regra � muito vaga porque deixa os policiais determinarem se a recusa do motorista em obedecer representa um risco.

V�timas s�o de minorias �tnicas
At� o momento neste ano, tr�s pessoas foram mortas durante blitz de tr�nsito na Fran�a – ap�s um recorde de 13 pessoas mortas em incidentes do tipo no ano passado. Segundo a ag�ncia de not�cias Reuters, a maioria dessas v�timas � de origem negra ou �rabe.
Anais, uma amiga da fam�lia e vizinha, tamb�m disse � BBC que ser um jovem negro nos sub�rbios da Fran�a significava estar sujeito a racismo, viol�ncia e discrimina��o racial diariamente.
"Eles [os policiais] humilham, insultam e n�o falam direito com eles. E agora eles matam! [A morte de] Nahel foi coberta pela imprensa, mas n�o � a primeira vez que isso acontece", disse ela.
A parente de Nahel disse que, como resultado do caos em curso, a fam�lia n�o teve um momento para se sentarem juntos e lembrar dele.
"Queremos que tudo se acalme. Redes sociais, tumultos, tudo precisa se acalmar. Com tudo isso, n�o tivemos tempo de nos sentar juntos por cinco minutos e pensar em como ele se foi", disse.
Mais cedo neste domingo, a av� de Nahel tamb�m pediu o fim da viol�ncia e acusou os manifestantes de usar a morte de Nahel como desculpa.
"N�o destruam as escolas, n�o destruam os �nibus. S�o outras m�es que pegam esses �nibus", disse Nadia, av� de Nahel, � rede de televis�o BFMTV.