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Hachiko: a hist�ria do c�o 'mais fiel do mundo', que nasceu h� 100 anos

Hachiko, um cachorro da ra�a Akita Inu, esperou dez anos em uma esta��o de trem no Jap�o pelo dono que havia falecido.


03/07/2023 11:13 - atualizado 03/07/2023 16:55
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Hachiko
Hachiko ficou conhecido no Jap�o ap�s um artigo de jornal em 1932 (foto: Getty Images)

O slogan chin�s no cartaz do filme diz tudo: "Vou esperar por voc�, n�o importa quanto tempo leve".


Ele conta a hist�ria real de Hachiko, o c�o que continuou esperando pelo dono em uma esta��o de trem no Jap�o muito tempo depois da morte dele.


O cachorro da ra�a Akita Inu, nascido h� cem anos, j� foi lembrado de diversas maneiras — em livros, filmes e at� na s�rie animada de fic��o Futurama.


E a produ��o chinesa que est� em cartaz nos cinemas do pa�s — a terceira depois de uma vers�o japonesa em 1987, e uma protagonizada por Richard Gere em 2009 — � um sucesso de bilheteria.


H� hist�rias de outros c�es leais, como o escoc�s Greyfriars Bobby, mas nenhuma com o impacto global de Hachiko.


H�, inclusive, uma est�tua de bronze dele do lado de fora da esta��o de Shibuya, em
T�quio, onde esperou por seu dono por uma d�cada.


A est�tua foi erguida pela primeira vez em 1934, antes de ser reciclada como parte do esfor�o de desenvolvimento de material b�lico durante a Segunda Guerra Mundial — e reerguida em 1948.


As crian�as japonesas aprendem na escola a hist�ria de Chuken Hachiko — ou do c�o leal Hachiko — como um exemplo de devo��o e fidelidade.

Hachiko representa o "cidad�o japon�s ideal" com sua "devo��o inquestion�vel", diz a professora Christine Yano, da Universidade do Hava�, nos EUA.


"Leal, confi�vel, obediente a um mestre, que compreende seu lugar no esquema mais amplo das coisas, sem depender da racionalidade", explica.

A hist�ria de Hachiko

Hachiko nasceu em novembro de 1923 na cidade de Odate, na prov�ncia de Akita, local de origem da ra�a Akita.

Akita � um c�o japon�s de grande porte — uma das ra�as mais antigas e populares do pa�s.

Designados pelo governo japon�s como um �cone nacional em 1931, eles j� foram treinados para ca�ar animais como javalis e alces.


Estátua de Hachiko
A est�tua de Hachiko do lado de fora da esta��o de Shibuya, em T�quio (foto: Getty Images)

"Os c�es Akita s�o calmos, sinceros, inteligentes, corajosos [e] obedientes aos seus donos", afirma Eietsu Sakuraba, autor de um livro infantil em ingl�s sobre Hachiko.

"Por outro lado, tamb�m tem uma personalidade teimosa e desconfia de qualquer pessoa que n�o seja seu dono."

No ano em que Hachiko nasceu, Hidesaburo Ueno, um renomado professor de agricultura apaixonado por c�es, pediu a um aluno que encontrasse um filhote de Akita para ele.

Ap�s uma cansativa viagem de trem, o filhote chegou � resid�ncia de Ueno, no distrito de Shibuya, em 15 de janeiro de 1924.

A princ�pio, pensaram que estava morto.

Segundo a professora Mayumi Itoh, bi�grafa de Hachiko, Ueno e a esposa, Yae, cuidaram dele ao longo de seis meses at� se recuperar.

Ueno o chamou de Hachi, que significa "oito" em japon�s. O sufixo "Ko" foi acrescentado pelos alunos dele.

A longa espera

Ueno pegava um trem para o trabalho v�rias vezes por semana. Ele ia at� a esta��o de Shibuya acompanhado de seus tr�s cachorros, incluindo Hachiko. O trio esperaria ali por seu retorno � noite.

Em 21 de maio de 1925, Ueno, ent�o com 53 anos, morreu de hemorragia cerebral.

Hachiko estava com ele h� apenas 16 meses.

"Enquanto as pessoas assistiam ao vel�rio, Hachi sentiu o cheiro de Ueno na casa e entrou na sala. Ele rastejou para debaixo do caix�o e se recusou a se mexer", escreveu Itoh.

Hachiko passou os meses seguintes com diferentes fam�lias fora de Shibuya, mas, no ver�o de 1925, acabou ficando com o jardineiro de Ueno, Kikusaburo Kobayashi.

De volta � �rea onde seu falecido dono morava, Hachiko logo retomou o trajeto di�rio que fazia at� a esta��o — podia fazer chuva ou fazer sol.

"� noite, Hachi ficava parado na catraca e olhava para cada passageiro como se estivesse procurando algu�m", escreve.

No in�cio, os funcion�rios da esta��o acharam o comportamento inconveniente. Os vendedores de yakitori (espetinho) jogavam �gua em Hachiko, enquanto crian�as pequenas batiam nele.

Mas depois que o jornal japon�s Tokyo Asahi Shimbun escreveu sobre ele, em outubro de 1932, Hachiko ganhou fama nacional.


Cachorro Akita
Os c�es da ra�a Akita s�o conhecidos por serem leais aos donos (foto: Getty Images)

A esta��o recebia doa��es de alimentos para Hachiko todos os dias, enquanto visitantes vinham de todas as partes para v�-lo.

Poemas e haikus (forma de poesia japonesa) foram escritos sobre ele.

Em 1934, um evento de arrecada��o de fundos para fazer uma est�tua em homenagem a ele atraiu 3 mil pessoas.

A not�cia da morte de Hachiko em 8 de mar�o de 1935 foi estampada na capa de muitos jornais.

Em seu funeral, monges budistas proferiram ora��es e dignit�rios leram discursos em homenagem a ele.

Milhares de pessoas visitaram sua est�tua nos dias que se seguiram.

No empobrecido Jap�o do p�s-guerra, uma campanha de arrecada��o de fundos para uma nova est�tua de Hachiko conseguiu angariar 800 mil ienes, uma quantia enorme na �poca. Isso equivaleria a cerca de 4 bilh�es de ienes hoje (aproximadamente R$ 134 milh�es).


Mulher tirando foto da estátua de Hachiko que está com uma faixa com as cores do arco-íris
A est�tua de Hachiko costuma ser ponto de encontro para manifesta��es de cunho pol�tico (foto: Getty Images)

"Pensando bem, acho que ele sabia que Ueno n�o voltaria, mas continuou esperando. Hachiko nos ensinou o valor de manter a f� em algu�m", escreveu Takeshi Okamoto em um artigo de jornal em 1982.

Como estudante do ensino m�dio, ele via Hachiko na esta��o diariamente.

Homenagens a Hachiko

Todos os anos, no dia 8 de abril, � realizada uma cerim�nia em homenagem a Hachiko do lado de fora da esta��o de Shibuya.

Ao longo do ano, a est�tua dele costuma ser decorada com cachec�is, gorros de Papai Noel e, mais recentemente, m�scaras cir�rgicas.

O corpo empalhado de Hachiko est� em exposi��o no Museu Nacional da Natureza e da Ci�ncia, em T�quio. Seus demais restos mortais est�o sepultados no Cemit�rio de Aoyama, ao lado de Ueno e Yae.

Tamb�m h� est�tuas dele em Odate, a cidade natal de Ueno, em Hisai, na Universidade de T�quio e em Rhode Island, nos EUA, que foi cen�rio do filme americano de 2009.

Odate tamb�m tem uma s�rie de eventos programados para este ano, quando Hachiko completaria cem anos.

Mas ser� que o c�o mais leal do mundo ainda vai ser celebrado daqui a um s�culo?

Yano acredita que sim, uma vez que o "hero�smo de Hachiko" n�o � definido por nenhum per�odo espec�fico — pelo contr�rio, � atemporal.

Sakuraba se mostra igualmente otimista.

"Daqui cemanos, esse amor incondicional e devoto vai permanecer inalterado, e a hist�ria de Hachiko vai viver para sempre."


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