Ao receber os prefeitos, o presidente centrista afirmou que estava "prudente" em rela��o ao risco de uma nova escalada de viol�ncia, embora tenha considerado que "o pico que vimos nos �ltimos dias j� passou".
O encontro ocorreu em um momento em que parece haver uma redu��o da viol�ncia. Na noite de segunda-feira para ter�a-feira, ocorreram danos em 24 edif�cios e 159 carros incendiados. As for�as de seguran�a detiveram 72 pessoas e nenhum agente ficou ferido.
Os dist�rbios come�aram na noite de ter�a-feira, 27 de junho, ap�s a morte de Nahel, um jovem de 17 anos que foi baleado � queima-roupa por um policial durante uma abordagem de tr�nsito em Nanterre, um sub�rbio de Paris. Um v�deo registrou o momento dram�tico.
Desde ent�o, ocorreram inc�ndios em delegacias, escolas e prefeituras, saques a lojas e lan�amento de artefatos explosivos contra as for�as de seguran�a.
E o ataque com um carro durante o fim de semana contra a resid�ncia do prefeito de L'Ha�-les-Roses (ao sul de Paris), o pol�tico de direita Vincent Jeanbrun, tamb�m deixou evidente a crescente viol�ncia enfrentada pelos funcion�rios p�blicos.
- Lei de urg�ncia -
Embora a an�lise do cen�rio e a resposta sejam complicadas, Macron antecipou aos prefeitos que vai apresentar uma lei de urg�ncia para reparar os danos causados.
O governo tamb�m se disse aberto a "cancelar" as cobran�as sociais e fiscais dos com�rcios atacados. A federa��o francesa de seguradoras France Assureurs informou que foram registrados 5.800 sinistros por pessoas f�sicas e jur�dicas.
Para al�m dos danos materiais, a classe pol�tica continua sem chegar a um consenso sobre as causas e como responder � viol�ncia, como constatou Macron durante a reuni�o com os prefeitos em Paris.
A direita e a extrema direita defendem a linha dura contra os autores dos dist�rbios, enquanto a oposi��o de esquerda tamb�m critica o pol�mico papel desempenhado pela pol�cia nas periferias e a situa��o nestes locais, entre os mais pobres da Fran�a.
"A Rep�blica n�o tem que se desculpar. J� fez muito por esses bairros", disse o prefeito direitista de Meaux (a nordeste de Paris), Jean-Fran�ois Cop�. Seu colega de Nanterre, Patrick Jarry (esquerda), avaliou que abordar a miss�o da pol�cia � "inevit�vel".
As primeiras propostas evocadas por Macron durante uma visita na noite de segunda aos policiais apontam para a primeira op��o. O presidente defendeu "san��es econ�micas" �s fam�lias dos jovens que participarem dos dist�rbios.
O ministro da Justi�a, �ric Dupond-Moretti, lembrou ao Minist�rio P�blico a "responsabilidade criminal" daqueles que n�o exercem a autoridade parental, o que pode resultar em penas de at� dois anos de pris�o e multa de 30.000 euros (R$ 156.000, na cota��o atual).
- 'Resposta repressiva' -
"Se a solu��o para todos os conflitos sociais � um resposta repressiva do Estado para restabelecer a ordem, muito provavelmente a viol�ncia vai continuar aumentando", disse � AFP o soci�logo Denis Merklen, especialista em protestos nos sub�rbios.
Este professor da Universidade Sorbonne Nouvelle explicou que, h� mais de 40 anos, os moradores destes bairros se sentem "menosprezados" e que, "se n�o se rebelam, chamam muito pouca aten��o da imprensa".
Desde a ter�a-feira passada, 3.486 pessoas foram detidas; 12.202 ve�culos, incendiados; 1.105 edif�cios, danificados, assim como 209 postos da pol�cia, ou da gendarmaria, segundo o balan�o mais recente do Minist�rio do Interior.
- 'Coleta da vergonha' -
Um l�der da extrema direita organizou uma arrecada��o de fundos para o policial que atirou em Nahel, conseguindo mais de 1,5 milh�o de euros (R$ 7,8 milh�es na cota��o atual) at� ter�a-feira � noite.
A iniciativa foi chamada de "coleta da vergonha" por representantes da esquerda, e a fam�lia do jovem abatido apresentou uma den�ncia contra essa iniciativa.
Outra arrecada��o de fundos, destinada � m�e de Nahel, havia conseguido 395.600 euros (cerca de R$ 2 milh�es na cota��o atual).
A raiva de muitos jovens dos sub�rbios j� havia explodido em 2005, ap�s a morte de dois adolescentes que fugiam da pol�cia.
PARIS