G�lvez, que aos seis anos vendia doces em sua terra natal, Tepatepec (centro), como ajuda para a fam�lia, inscreveu-se esta semana para concorrer � candidatura da oposi��o, que definhava diante da popularidade avassaladora do presidente Andr�s Manuel L�pez Obrador (68% de acordo com uma m�dia de pesquisas).
Dona de uma empresa de tecnologia, essa engenheira da computa��o de 60 anos, desafiadora, enfrenta o partido Morena que, segundo as pesquisas, avan�a confortavelmente para liderar a segunda maior economia da Am�rica Latina por mais seis anos, independentemente de quem for o candidato.
Se vencer a indica��o, a senadora do conservador Partido A��o Nacional (PAN) poder� disputar o poder com a ex-prefeita da Cidade do M�xico, Claudia Sheinbaum, que lidera as prefer�ncias para ser a porta-estandarte da esquerda. Uma batalha sem precedentes neste pa�s de machismo arraigado e graves problemas de viol�ncia de g�nero.
De pai otom� (povo ancestral do centro do M�xico) e m�e mesti�a, G�lvez confessa que quer enfrentar Sheinbaum pela presid�ncia, argumentando que sabe "mais deste pa�s do que ela" e tem "os conhecimentos necess�rios".
"N�o � qualquer mulher" que pode governar o M�xico, respondeu Sheinbaum, uma f�sica de 61 anos, acrescentando aos ataques verbais de L�pez Obrador contra a senadora.
No passado, G�lvez concorreu a cargos pelo partido esquerdista PRD, que tamb�m inclu�a L�pez Obrador. Embora ela agora esteja alinhada com o conservadorismo, seu perfil � o de uma liberal, defensora do aborto, dos direitos LGBTQIA+ e at� dos programas sociais do presidente, que seu partido rejeita.
Com 13% dos votos, G�lvez segue empatada com o veterano deputado Santiago Creel, tamb�m do PAN, segundo pesquisa do jornal El Financiero. O vencedor sair� de uma pesquisa e ser� anunciado no dia 3 de setembro, nove meses antes das elei��es.
Sua carreira pol�tica come�ou em 2000, quando o presidente conservador Vicente Fox (2000-2006) lhe confiou a pol�tica para os povos ind�genas.
Antes disso, dirigiu uma funda��o de apoio a crian�as e mulheres ind�genas, sendo selecionada em 1999 entre as 100 l�deres do futuro no F�rum Econ�mico Mundial de Davos.
Entre 2015 e 2018 foi prefeita de um distrito da Cidade do M�xico e despontava como candidata ao governo da capital. Naquela �poca, em 2012, uma de suas irm�s foi acusada de sequestro e permanece na pris�o sem senten�a, embora G�lvez tenha negado qualquer responsabilidade.
"N�o sou a candidata confort�vel dos partidos (...) sigo as minhas pr�prias convic��es", "ningu�m me controla, nem o meu marido" e "n�o perten�o a nenhuma oligarquia" s�o algumas das frases que repete para assinalar a sua independ�ncia.
M�XICO