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Estado de Minas SAN JOS� DE LAS LAJAS

A luta incans�vel das m�es de manifestantes presos em Cuba


09/07/2023 11:53
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As cubanas Marta e Liset eram apenas duas moradoras do interior alheias � pol�tica e �s redes sociais. Mas as senten�as de seus filhos por participarem das manifesta��es de 11 de julho de 2021 as tornaram ativistas incans�veis por sua liberta��o.

"Liberdade para Jorge e Nadir. J� chega. Eles s�o inocentes", diz uma placa branca pintada com letras pretas pendurada na fachada da casa de Marta Perdomo, de 60 anos, na cidade de San Jos� de las Lajas, 32 quil�metros ao sudeste de Havana.

A vida tranquila desta costureira se transformou em "dor e ang�stia" desde que, em 16 de julho de 2021, seis dias ap�s os protestos, a pol�cia prendeu seus dois filhos: Jorge Mart�n, professor de programa��o de 40 anos, e Nadir, de 39, professor de ingl�s.

"Desde o primeiro dia em que foram levados, come�ou essa dor" e "quando come�amos a fazer den�ncias, a seguran�a do Estado come�ou a nos ligar e as amea�as come�aram", conta Perdomo � AFP, prometendo continuar lutando "custe o que custar".

No mesmo dia prenderam Roberto P�rez, 40, um dos dois filhos de Liset Fonseca, 62, tamb�m moradora de San Jos�, munic�pio de 80.000 habitantes. "Saber que ele � inocente e que est� preso � uma tristeza t�o grande", diz esta dona de casa, em meio aos solu�os.

Em 11 de julho de 2021, milhares de cubanos sa�ram �s ruas em cerca de 50 cidades do pa�s gritando "Liberdade" e "Temos fome". Dois anos depois, cerca de 500 foram condenados, alguns at� 25 anos de pris�o, segundo dados oficiais.

- "O maior crime" -

Jorge cumpre oito anos de pris�o por atentado, desacato e desordem p�blica. Nadir, seis anos por crimes semelhantes, todos "fabricados", segundo Perdomo. Roberto, que ajudou a rasgar um cartaz de Fidel Castro durante os protestos em San Jos�, segundo sua m�e, foi condenado a 10 anos.

"Talvez tenham cometido o maior crime que se pode cometer (em Cuba): pedir liberdade'', estima Perdomo.

Convencidas de que os filhos "n�o fizeram nada" para merecer estas penas de pris�o "injustas" e "exageradas", as duas mulheres come�aram a divulgar os seus casos nas redes sociais, um dos poucos espa�os abertos em uma ilha onde toda oposi��o � ilegal e os ve�culos de comunica��o est�o vinculados ao Partido Comunista, o �nico autorizado.

O governo comunista rotula a m�dia digital independente de "mercen�ria".

''Come�amos a protestar, mesmo sem saber o que est�vamos fazendo'', conta a costureira.

Segundo Fonseca, outras cinco m�es da cidade t�m filhos presos por causa dos protestos, mas "temem perder o emprego" caso protestem.

- "Radicalizados" -

O toque do celular de Perdomo interrompe a conversa e seu rosto se ilumina de alegria. "Meus filhos", diz ela, e com certeza � Nadir. "Est� tudo bem, m�e", diz o jovem. "Estamos fortes e firmes", afirma.

Minutos depois chega uma liga��o de Jorge. "Naquele dia t�nhamos uma consci�ncia mais intuitiva (...), mas hoje radicalizamos mais o nosso pensamento" e "nos consideramos lutadores pela liberdade", diz ele � AFP.

Marta e Liset se juntaram ao 'Cuba de luto', um coletivo formado por m�es e esposas dos manifestantes presos para exigir sua liberta��o. Vestidas de preto, elas fazem caminhadas pac�ficas e s�o muito ativas nas redes.

No entanto, os familiares "t�m medo de se unir", explica Fonseca, que decora a sala de sua casa com 33 fotos de integrantes do coletivo. Ela lembra que, em uma de suas visitas a Roberto na pris�o, foi avisada: "Se voc� n�o ficar tranquila, seu filho vai arcar com as consequ�ncias".

Essas m�es aguardam desesperadamente os resultados do recente encontro no Vaticano entre o presidente cubano Miguel D�az-Canel e o papa Francisco, depois que um enviado papal visitou Havana em fevereiro para pedir a liberta��o dos manifestantes presos.


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